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Estado de Minas YANOMAMIS

Garimpo em terra yanomami n�o se intimida, e 40 voos s�o feitos por dia

O governo Lula (PT) declarou emerg�ncia em sa�de p�blica no �ltimo dia 20, ap�s o presidente receber imagens de ind�genas com quadro de desnutri��o grave


28/01/2023 19:40 - atualizado 28/01/2023 21:15

yanomamis
Mais da metade das crian�as yanomamis est� desnutrida, conforme o MPF (Minist�rio P�blico Federal) (foto: Minist�rio da Sa�de/Divulga��o )
O garimpo ilegal de ouro na Terra Ind�gena Yanomami, a maior do Brasil, n�o se intimidou com as a��es de emerg�ncia em sa�de no territ�rio. T�cnicos do governo federal que est�o em campo constatam a continuidade de voos de aeronaves que transportam mantimentos e garimpeiros a �reas abertas na floresta. S�o cerca de 40 voos por dia, mesmo ap�s a declara��o de emerg�ncia.

 

O governo Lula (PT) declarou emerg�ncia em sa�de p�blica no �ltimo dia 20, ap�s o presidente receber imagens de ind�genas com quadro de desnutri��o grave. Ele fez uma visita a Roraima no dia seguinte, o que deu visibilidade � explos�o de casos de desnutri��o, doen�as associadas � fome (como diarreia e infec��es respirat�rias) e mal�ria.

 

Um comit� de coordena��o para enfrentamento � desassist�ncia sanit�ria na terra yanomami passou a funcionar, com convoca��o de profissionais da For�a Nacional do SUS, voos di�rios da FAB (For�a A�rea Brasileira) � regi�o mais afetada -Surucucu, onde h� um PEF (Pelot�o Especial de Fronteira) do Ex�rcito- e amplia��o do atendimento m�dico na unidade de sa�de em Surucucu.

 

Nada disso intimidou a a��o dos garimpeiros. S�o mais de 20 mil invasores, cuja presen�a foi estimulada e tolerada pelo ent�o presidente Jair Bolsonaro (PL) e por seu entorno militar. O governo Lula prometeu opera��es para a retirada dos garimpeiros, que operam a explora��o de ouro com maquin�rio caro e pesado e com uma frota de avi�es e helic�pteros clandestinos.

 

 


Voos do garimpo

 

Segundo t�cnicos do governo federal que est�o na terra ind�gena para a��es voltadas aos yanomamis, todos os dias h� 40 voos do garimpo, avistados a partir da regi�o de Surucucu.

 

Al�m disso, equipes da Funai (Funda��o Nacional do �ndio) e da Sesai (Secretaria Especial de Sa�de Ind�gena), do Minist�rio da Sa�de, constataram a continuidade da opera��o dos garimpos e da coopta��o de ind�genas em algumas aldeias.

 

Em uma comunidade, onde a popula��o e o garimpo j� se confundem, t�cnicos da Funai constataram a aus�ncia de crian�as yanomamis, o que fez surgir a suspeita de que garimpeiros esconderam as crian�as.

 

Tamb�m h� relatos de abordagens de garimpeiros armados em unidades de sa�de voltadas � sa�de ind�gena. Eles buscam medicamentos que devem ser destinados aos yanomamis.

 

Em visita ao Hospital da Crian�a Santo Ant�nio em Boa Vista neste s�bado (28), a deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR), presidente designada da Funai (Funda��o Nacional dos Povos Ind�genas), ouviu relatos de profissionais de sa�de sobre crian�as levadas ao hospital por garimpeiros, o que demonstra o grau de coopta��o em algumas comunidades.

 

A reportagem ouviu os mesmos relatos. Segundo esses relatos, garimpeiros levaram ao hospital, h� poucos dias, duas crian�as com mal�ria. Eles deixaram os ind�genas na unidade e fugiram do local.

 

J� o DSEI (Distrito Sanit�rio Especial Ind�gena) Yanomami, respons�vel pelo transporte de pacientes da terra ind�gena a Boa Vista, j� recebeu liga��es de socorro feitas por ind�genas de dentro de garimpos, com o uso da internet clandestina instalada por garimpeiros.

 

E tamb�m j� foi necess�rio o pouso de avi�es do distrito em �reas de garimpo de ouro, para socorro de ind�genas. O entendimento de profissionais de sa�de envolvidos � que a desist�ncia do transporte, por se tratar de uma �rea de cometimento de crime, poderia configurar omiss�o de socorro.

 

�reas garimpadas

 

Esses profissionais constataram um avan�o expressivo das �reas garimpadas e uma maior quantidade de ind�genas associada a esses garimpos, com impacto direto no modo de vida das comunidades.

 

Rios est�o polu�dos e t�m uma �gua barrenta, viscosa, o que impede a pesca. As �reas de planta��es s�o cada vez menores, o que alterou os h�bitos alimentares e fez diminuir a disponibilidade de alimentos.

 

Segundo o Minist�rio dos Povos Ind�genas, 99 crian�as yanomamis morreram em 2022 em decorr�ncia dos impactos do garimpo ilegal. As mortes ocorreram por desnutri��o, diarreia, pneumonia e outras doen�as, conforme a pasta. As crian�as tinham entre um e quatro anos de idade.

 

Em menos de dois anos, foram 44 mil casos de mal�ria na terra yanomami, onde vivem 28 mil ind�genas. Mais da metade das crian�as est� desnutrida, conforme o MPF (Minist�rio P�blico Federal). Em comunidades mais isoladas, o �ndice chega a 80%.



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