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Estado de Minas Cotidiano

Perdi m�e, irm�, padrasto e sobrinha, conta morador de S�o Sebasti�o

Mec�nico Allan Bruno Ben�cio de Siqueira, 31 anos, reconheceu a m�e por um documento encontrado na lama


23/02/2023 11:33 - atualizado 23/02/2023 12:45

Socorristas transportam corpo de um dos mortos na tragédia das chuvas no litoral paulistano
Socorristas transportam corpo de um dos mortos na trag�dia das chuvas no litoral paulistano (foto: Bruno Santos/Folhapress)
"Aqui na casa estavam meu padrasto, minha m�e, minha irm� e sobrinha, que um dia antes fez 9 anos", relata o mec�nico Allan Bruno Ben�cio de Siqueira, 31. Ele segura um telefone celular e uma carteira de documentos enlameados. Os objetos foram encontrados na viela �ngreme no sop� da encosta que desabou sobre a vila do Sahy, em S�o Sebasti�o, no �ltimo domingo (19). "� ela sim", disse, ao reconhecer a foto que estava na carteira da m�e.

Da casa mencionada pelo mec�nico, sobraram as colunas de concreto que sustentavam o port�o por onde dezenas de pessoas entravam para retirar lama e entulho em busca de v�timas. Moradores afirmam haver cerca 30 soterrados somente naquele local, incluindo a fam�lia de Siqueira, que n�o havia sido encontrada at� a tarde desta quarta-feira (22). "Perdi quatro entes meus aqui."

Siqueira mora no mesmo bairro. Deixou a casa da m�e h� pouco tempo, pois cedeu o quarto onde dormia para a irm�. Na noite de s�bado (18), v�spera da trag�dia que provocou dezenas de mortes no litoral norte de SP, ele pretendia ir � resid�ncia para alimentar os c�es da fam�lia.

Queria oferecer alguma ajuda � m�e em um momento dif�cil. A av� havia sofrido um AVC (acidente vascular cerebral) dias antes e estava internada em um hospital na regi�o central da cidade.

"Eles moravam aqui...", disse Siqueira, em voz baixa, fazendo uma pausa antes de prosseguir com o relato.

"H� tr�s dias minha av� sofreu um AVC e socorreram ela para o hospital em S�o Sebasti�o. Neste s�bado, minha m�e estava vindo de l�, com minha irm�. Minha tia foi para ficar no lugar delas. Era perto das 20h. J� estava chovendo. Eu estava na casa de uns amigos", disse.

"Liguei para minha m�e e falei: estou indo a� para fazer a comida dos bichos. Ela falou que n�o precisava. A� eu fiquei em paz", contou. "Como nunca deu problema, a gente n�o imaginou isso. Nem eles. Acho que nem tentaram sair."

Na manh� seguinte, o mec�nico acordou cedo para ver a m�e antes que ela partisse para passar o dia com a av� no hospital. Estranhou mensagens de conhecidos perguntando sobre a fam�lia. "Respondi que n�o sabia de nada."

"Quando cheguei aqui fiquei sabendo que tinha perdido os quatro da minha fam�lia. Era para eu estar aqui tamb�m. Mudei h� pouco tempo. Minha irm� veio ficar no meu lugar, no meu quarto, foi onde eu perdi ela tamb�m. � isso."

A trag�dia em S�o Sebasti�o j� deixou mais de 40 mortos, a maioria em S�o Sebasti�o. A prefeitura montou uma estrutura no centro hist�rico do munic�pio para a realiza��o de vel�rios coletivos.


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