
O grupo de resgatistas passou sete dias cavando na lama, que destruiu casas e invadiu ruas ap�s a chuva hist�rica.
Segundo os bombeiros que atuam na regi�o, buscas tamb�m foram encerradas no Juquehy, mas continuam na regi�o da Baleia Verde –onde um corpo ainda � procurado.
A Prefeitura de S�o Sebasti�o afirmou que est� fazendo, agora, uma busca ativa. Significa que pegaram todos os boletins de ocorr�ncia de desaparecidos feitos ap�s a trag�dia e est�o tentando descobrir se essas pessoas foram encontradas ou se est�o em algum abrigo.
Dos mortos, 64 foram encontrados no Sahy e um em Ubatuba. Os trabalhos de identifica��o j� conseguiram liberar 57 v�timas para o sepultamento. S�o 21 homens adultos, 17 mulheres adultas e 19 crian�as.
A estrutura no Sahy deve continuar ativa por algum tempo, para o caso de surgirem novos relatos de desaparecidos. O �ltimo corpo encontrado, 65º, era de uma mulher.
Pelo �ltimo balan�o do governo do Estado, h� cerca de 2.200 pessoas desalojados e desabrigadas.
A busca pelos desaparecidos, que havia sido paralisada na sexta por conta das chuvas, foi retomada no fim de semana.
Na chamada zona quente, local mais atingido pelo deslizamento de terras, funcion�rios da Anatel auxiliaram na procura pelos corpos usando dispositivos que detectam sinal de celulares. A expectativa � que onde existe o sinal de celular ou de outros aparelhos eletr�nicos haja corpos por perto.
Segundo funcion�rios, tr�s corpos foram encontrados devido ao uso desse mecanismo, inclusive um neste s�bado.
Na quinta-feira (23), v�timas das chuvas come�aram a receber acolhimento terap�utico de profissionais da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. Os atendimentos acontecem em nove pontos que est�o servindo de abrigo para os atingidos, em locais como Vila Sahy, Boi�ucanga e Juquehy.
Os servi�os v�o desde acolhimento no luto e cadastramento para receber benef�cios sociais at� suporte no reconhecimento de corpos e atividades de recrea��o para crian�as. At� agora, segundo o governo estadual, j� foram feitos 1.000 atendimentos.
Em meio aos desafios do atendimento � trag�dia, outro problema se apresentou. M�dicos e a popula��o local notaram casos de gastroenterite. O contato com a lama do temporal pode ter sido o respons�vel pela alta.
Ocorr�ncias de infec��o gastrointestinal nesta �poca do ano s�o comuns, afirmam m�dicos. Ela pode ser causada por v�rus, parasitas ou bact�rias e costumam ser encontradas em �gua contaminada e alimentos mal lavados ou mal armazenados.
No litoral norte, casos de gastroenterite foram respons�veis por 20% dos atendimentos em hospitais. Ap�s as trag�dias, o �ndice subiu para 30%. Juan Lambert, diretor da UPA de S�o Sebasti�o, diz que na sexta-feira (24) j� houve redu��o nas ocorr�ncias.
Um posto m�dico foi montado dentro de uma escola municipal na Barra do Sahy, onde est� parte dos desabrigados e desalojados. Ali, a equipe m�dica afirma que entre as 25 consultas que foram realizadas neste domingo (26), 4 s�o de gastroenterite.
O restante se divide entre dermatite, les�es leves e controle de doen�as que os pacientes j� tratavam antes das enchentes.
Prais da Baleia
Na praia da Barra do Sahy, placas do Corpo de Bombeiros, a �gua barrenta e alguns galhos denunciam que o local foi acometido por fortes chuvas. Por�m, o local, n�o tem tantas marcas da trag�dia quanto a praia da Baleia.Localizada a menos de 3 km da praia do Sahy, a Baleia � conhecida pela concentra��o de casas de veraneio luxuosas e condom�nios de alto padr�o ainda em constru��o.
Na praia, troncos de �rvores agora comp�em o cen�rio do local, assim como sujeira localizada na beira do mar. Uma turista, que alugou a casa para passar a semana do Carnaval e prefere n�o ser identificada, era uma das poucas pessoas que tomava sol no local.
De mai�, sa�da de banho e viseira, ela comentava como o local se assemelha agora com um "cen�rio de guerra".
Alguns que andam pela praia de bicicleta precisam desviar dos troncos e detritos. Outros poucos se arriscavam a surfavar.
O Governo de S�o Paulo orienta turistas a n�o viajarem para as �reas do litoral afetadas pelas chuvas. O objetivo � evitar sobrecarregar o atendimento em hospitais, o tr�nsito nas estradas e o abastecimento de �gua e de alimentos na regi�o.
Segundo a Pol�cia Militar, as rodovias da regi�o precisam estar desobstru�das para que ve�culos de socorro e de resgate possam circular livremente. A PM orienta tamb�m que doa��es sejam feitas em postos que n�o estejam localizados nos munic�pios atingidos.