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Estado de Minas EVITAR RISCOS

Pernambuco ajusta placas e quer monitorar tubar�es por chip ap�s incidentes

O estado nordestino registrou tr�s incidentes com os animais aqu�ticos em menos de um m�s e busca alternativas para evitar os riscos


16/03/2023 16:28 - atualizado 16/03/2023 16:31

Imagem da placa de aviso ao risco de incidentes com tubarões
Os incidentes ocorridos em 2023 foram na praia dos Milagres, em Olinda e na praia da Piedade, em Jaboat�o dos Guararapes (foto: Divulga��o/Prefeitura de Jaboat�o de Guararapes)
Ap�s tr�s incidentes com tubar�es em menos de um m�s, Pernambuco busca alternativas para retomar pesquisas sobre a circula��o das esp�cies na costa. O ponto de partida foi com a recupera��o de v�nculos com universidades, depois de oito anos de suspens�o. Em paralelo, o governo iniciou uma s�rie de trocas de placas de alerta em praias da regi�o metropolitana do Recife como medida de curto prazo.


As parcerias com a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e a UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) incluem o monitoramento e pesquisa sobre a circula��o de tubar�es na costa pernambucana. Os conv�nios foram reativados pelo governo ap�s oito anos.


Os incidentes ocorridos em 2023 aconteceram na praia dos Milagres, em Olinda, e na praia de Piedade, em Jaboat�o dos Guararapes. Nos tr�s casos, as pessoas mordidas precisaram ser internadas em hospitais. Dados do Cemit (Centro de Monitoramento de Incidentes com Tubar�es) mostram que, desde 1992, Pernambuco registrou 77 incidentes com tubar�es.

Do total, 26 resultaram em mortes. Recife e Jaboat�o dos Guararapes lideram com 27 ataques cada uma ao longo dos �ltimos 31 anos. O investimento anunciado pelo governo estadual � de R$ 2 milh�es, sendo R$ 1,5 milh�o do Porto de Suape e R$ 500 mil da Secretaria de Ci�ncia e Tecnologia.


A cifra ir� para o projeto Megamar, que teve como primeira etapa o mapeamento da biodiversidade do litoral nas proximidades do porto, entre Ipojuca e o Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. A nova etapa ser� uma expans�o em dire��o ao norte do litoral, at� Olinda.

J� o valor de meio milh�o ser� aplicado em estudos para pol�ticas p�blicas para preven��o e mitiga��o de incidentes com tubar�es e invas�es do peixe-le�o.

 

 

O estudo do Megamar prev� a instala��o de cerca de dez receptores ac�sticos na �rea de estudo, al�m de outros dez nas raias da Regi�o Metropolitana do Recife. As pesquisas ainda incluem 24 expedi��es para captura e marca��o de tubar�es das esp�cies tigre, cabe�a-chata e galha preta, al�m da aplica��o de 30 receptores ac�sticos e 32 a��es de educa��o ambiental, entre palestras, exposi��es e campanhas com banhistas.

 

 

"O problema n�o tem como ser solucionado, os animais v�o estar sempre dentro d’�gua, o que cabe � um monitoramento e de educa��o constante para que n�o aconte�am novos incidentes", diz o professor de engenharia de pesca, Paulo Oliveira, da UFRPE, um dos participantes da pesquisa, que ter� ainda bi�logos, veterin�rios e estudantes como participantes.

 

Placas


Al�m das pesquisas interrompidas, outro fator que dificulta a preven��o a novos incidentes � o estado das placas de alerta. As sinaliza��es apresentam marcas de deteriora��o e vandalismo, conforme constatou a reportagem nos locais dos incidentes mais recentes. Um of�cio enviado pelo Cemit ao Corpo de Bombeiros no dia 9 de mar�o mostra placas com mensagens apagadas ou pichadas, al�m da praia de Piedade, na Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, tamb�m no Grande Recife.

As prefeituras de cidades do Grande Recife t�m intensificado junto com o governo as trocas das placas danificadas nos �ltimos dias.

Segundo o bi�logo Andr� Maia, o trecho de praias em Olinda, Recife e Jaboat�o dos Guararapes tem caracter�sticas peculiares que geram um n�mero expressivo de incidentes com tubar�es em tr�s d�cadas.

"O primeiro fator � a nossa topografia, que tem um canal que d� uma profundidade maior muito pr�xima do litoral, o que � muito c�modo para o bicho ficar nessa regi�o. O segundo fator � a constru��o do porto de Suape, que influenciou no ber��rio natural desses animais e nos locais onde os animais iam para a ca�a. Por conta disso, eles come�aram a migrar mais para a regi�o de Piedade", afirma o bi�logo.

Ainda a turbidez da �gua e a presen�a de dejetos org�nicos atrapalham a visibilidade das esp�cies marinhas na �gua. "Com a �gua turva, n�o d� para voc� ver o animal se aproximar e ele nos confunde com o alimento. Tamb�m h� uma grande quantidade de dejetos org�nicos, que s�o jogados no oceano e modificam a �gua porque tamb�m atraem esses animais."


Os seres humanos n�o s�o presas dos tubar�es. O alvo desses animais s�o peixes menores, mas, com a �gua turva, os tubar�es se aproximam. A presen�a de pessoas em grupo na �gua, em locais liberados, tamb�m pode inibir a aproxima��o do tubar�o, diferentemente de ocasi�es em que o banhista est� sozinho. Tamb�m h� orienta��o de n�o entrar na �gua com joias ou sangramentos.

"Mas o mais importante � que a gente n�o pode vacilar. Banhar-se s� em local onde a gente consiga ver os arrecifes. Se a mar� subir demais a ponto de n�o localizar mais os arrecifes, o ideal � sair do mar", diz Maia. O educador tamb�m defende o fechamento imediato de �reas de maiores riscos.

"Solu��o imediata � o fechamento das �reas de maiores riscos, n�o � todo o litoral que est� proibido [banho de mar]. A longo prazo, � fazer investimento em pesquisa. Quando t�nhamos, reduzimos essa quantidade aqui. Nas gest�es passadas, n�o tivemos mais investimento e agora vamos correr contra o preju�zo", acrescenta. A secret�ria de Meio Ambiente de Pernambuco, Ana Luiza Ferreira, n�o descarta tamb�m um zoneamento das praias, com defini��o de quais atividades estariam proibidas ou liberadas para cada trecho.

 

Para a gestora, praias que est�o com proibi��o de banho de mar, como o trecho de Piedade com cerca de 2,2 km de extens�o, podem ter lazer restrito � faixa de areia a fim de n�o prejudicar comerciantes. "A meta � que n�o haja incidentes com tubar�es. O que a gente escutou dos especialistas nas �ltimas semanas � que a gente vai precisar conviver com os tubar�es", diz a secret�ria.


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