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Estado de Minas VIOL�NCIA

Parentes e amigos se despedem de professora morta em ataque a escola em SP

Professora morta a facadas por aluno de 13 anos foi velada ontem. Agressor aguarda defini��o de medidas socioeducativas


29/03/2023 09:50 - atualizado 29/03/2023 10:29

velório da professora morta. Várias pessoas na entrada do local.
Colegas de trabalho, alunos e pais prestaram homenagens � professora (foto: BRUNO ESCOLASTICO/ESTAD�O CONTE�DO)
O corpo da professora Elisabeth Tenreiro, 71 anos, morta a facadas por um aluno da Escola Estadual Thom�zia Montoro, em Vila S�nia (Zona Oeste de S�o Paulo), foi velado, ontem, na capital paulista. Na porta da escola, foi estendida uma faixa com a mensagem "professora Elisabeth presente, chega de viol�ncia" e muita gente depositou flores no local. Pais e alunos acenderam velas e levaram rosas brancas em homenagem � professora Beth, como era chamada pelos colegas e alunos. O governo do estado decretou tr�s dias de luto oficial. A escola permanecer� fechada at� o fim de semana.
 
O crime ocorreu na manh� de segunda-feira. Um dos alunos entrou na escola armado com uma faca e, al�m da professora, atacou mais cinco pessoas. Mesmo com os bra�os enfaixados pelas tr�s facadas que levou, a professora de hist�ria Rita de C�ssia Reis fez quest�o de comparecer ao vel�rio da colega de trabalho. Ela disse que ter� dificuldade para retornar � sala de aula, mas que a dor f�sica "� o de menos". "Ele veio para cima de mim. E foi tudo muito r�pido. N�o consigo nem lembrar de quando sa� da escola, quando cheguei ao hospital. Na sala onde eu estava tem bastante sangue, que � meu. Mas, na sala do lado, tem o sangue da minha colega que acaba de ser enterrada", relatou, emocionada.
 
 
Paulo Silva, de 18 anos, lembrou com carinho da professora Beth. "Ela ajudava os alunos at� em quest�es pessoais. Era a �nica professora que se preocupava com os problemas das nossas vidas. Era como se fosse nossa av�." Segundo estudantes que testemunharam os ataques, a professora foi atacada pelas costas enquanto olhava o celular na mesa da sala de aula.

Depois de imobilizado por duas professoras, o autor dos ataques foi levado para a delegacia de pol�cia acompanhado dos pais. No in�cio da noite, seguiu para o Juizado da Inf�ncia e da Juventude e, depois, para o Instituo M�dico Legal (IML), onde se submeteu a exame de corpo de delito, antes de ser transferido para uma unidade da Funda��o Casa, institui��o que recebe crian�as e adolescentes.

Ontem, o menino prestou depoimento � Promotoria de Justi�a de Inf�ncia de Juventude da capital paulista. Ap�s a oitiva, retorna � unidade da Funda��o Casa, onde aguardar�, por prazo m�ximo de 45 dias, a audi�ncia de apresenta��o, na qual ser� definida a medida socioeducativa que dever� cumprir. O prazo m�ximo de interna��o em unidade especializada, caso seja definida pela Justi�a, � de tr�s anos.

A pol�cia de S�o Paulo informou que pedir� a quebra de sigilos telef�nicos e de dados para apurar se o adolescente recebeu ajuda ou orienta��o de um mentor para executar o ataque. Os computadores e telefones celulares usados por ele para acessar a internet passar�o por per�cia t�cnica. De acordo com a pol�cia, o menino chegou a postar, em sua conta no Twitter, que cometeria o crime. No tu�te, escreveu que esperou "a vida inteira" por esse dia. Em depoimento, informou � promotoria que planejava o ataque havia dois anos.
 
As redes sociais dele tamb�m ser�o analisadas pela Pol�cia Civil, e as contas com as quais interagiu tamb�m ser�o analisadas. Investigadores estiveram na escola, na manh� de ontem, para recolher as imagens das c�meras de seguran�a que registraram a movimenta��o do menor at� o momento dos ataques. Em uma primeira avalia��o, os policiais n�o viram ningu�m acompanhando o menino, que, aparentemente, agiu sozinho. Segundo o secret�rio de Seguran�a do estado, Guilherme Derrite, todos que curtiram ou postaram coment�rios nas redes sociais do agressor tamb�m ser�o investigados.

"Perfil agressivo"
 
No in�cio de mar�o, o adolescente foi transferido da escola estadual Jos� Roberto Pacheco, em Tabo�o da Serra, na Grande S�o Paulo, para a Escola Thom�zia Montoro, onde praticou o ataque. Segundo uma das coordenadoras da escola estadual, o adolescente postava fotos com armas e simulava ataques violentos. Ele chegou a usar um aplicativo de mensagens para enviar fotos de armas a outros alunos, o que causou temor em alguns pais. Por isso, a dire��o da unidade de ensino decidiu registrar um boletim de ocorr�ncia apontando que o aluno tinha "um comportamento suspeito nas redes sociais, postando v�deos comprometedores, como, por exemplo, portando arma de fogo, simulando ataques violentos". De acordo com um colega de turma, o autor dos ataques se envolvia com frequ�ncia em brigas e discuss�es, inclusive fazendo ofensas racistas. "Ele amea�ava de morte, falava: 'Vou matar todo mundo'."
 
 
Na Thom�zia Montoro, segundo relatos de estudantes, a professora Beth chegou a apartar uma briga entre o autor dos ataques e um colega, que reagiu ao ser chamado de "macaco" pelo menino. A professora Rita narrou um incidente semelhante. Disse que o autor dos ataques "era quieto, mas agressivo, n�o levava desaforo, brigava por qualquer coisa".

"Sou professora de hist�ria, meu conhecimento de psicologia e pedagogia � pouco, n�o saberia tra�ar um perfil. Mas sei que � um perfil violento, agressivo. N�o conosco (os professores), mas com os colegas, sim", contou Rita ao chegar no vel�ria da colega assassinada.
 
*Estagi�ria sob supervis�o de Vinicius Doria 


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