
De acordo com esse diagn�stico do uso p�blico dos parques, 58% das unidades n�o possuem estrutura de apoio � visita��o ou essa estrutura � prec�ria e n�o atende �s necessidades b�sicas. Mesmo entre os parques onde h� estrutura de apoio, 29% dos gestores consideram a manuten��o inadequada.
"O m�nimo de estrutura para que os parques se tornem vi�veis � oferecer banheiro, bebedouros e trilhas onde as pessoas possam caminhar", explica Mariana Haddad, coordenadora de conhecimento no Instituto Semeia e respons�vel pela realiza��o da pesquisa.
"O que n�s procuramos com a pesquisa foi mapear a estrutura m�nima, sem a qual o parque n�o atrair� p�blico", comenta Haddad.
"Na outra ponta, uma estrutura que vai al�m do b�sico ofereceria alimenta��o, centros de visitantes, guias, algum tipo de monitoria e at� atividades ligadas ao turismo de aventura, como tirolesas e equipamentos desse tipo."
N�o existem centros de visitantes em 56% dos parques avaliados.
O desenvolvimento econ�mico gerado pelo turismo em parques naturais � um instrumento importante para engajar a comunidade no entorno na conserva��o dessas �reas, segundo a pesquisadora do Semeia.
"Acreditamos nesse ciclo virtuoso. A visita��o gera uma cadeia de servi�os e renda e, a partir disso, agentes econ�micos regionais conseguem entender a import�ncia de conservar", diz.
Em estudo lan�ado em 2021, o Semeia apontou que o aproveitamento tur�stico de parques naturais poderia atrair 56 milh�es de visitantes por ano —contra 15 milh�es de frequentadores registrados em unidades estaduais e federais em 2019—, acrescentando R$ 44 bilh�es ao PIB (Produto Interno Bruto) do pa�s.
Ela aponta como um dos mais emblem�ticos exemplos dessa rela��o entre conserva��o e desenvolvimento econ�mico o Parque Nacional do Igua�u, unidade de conserva��o federal que abriga as cataratas do rio Igua�u.
Por outro lado, diz Haddad, o pa�s desperdi�a oportunidades ao n�o estimular a visita��o em parques na regi�o Nordeste.
"Estamos perdendo muito ao n�o aproveitar os parques do Nordeste, que est�o pr�ximos uns dos outros e poderiam formar um circuito", comentou.
Para quem trabalha no dia a dia nessas unidades de conserva��o, de modo geral, falta gente e dinheiro para tornar essas atra��es adequadas �s necessidades do p�blico. A maioria (62%) avalia que n�o tem � disposi��o recursos humanos e financeiros para realizar as suas atividades.
O levantamento � realizado pelo Instituto Semeia desde 2012 e passou a ser bianual a partir de 2019.
A amostra compreende os parques naturais brasileiros registrados no cadastro nacional no 2° semestre de 2021. Esta edi��o contou com a participa��o de 73% desses parques. O per�odo de coleta de dados foi de 20 de junho de 2022 a 29 de setembro de 2022.
Criado em 2011, o Instituto Semeia � uma organiza��o da sociedade civil sem fins lucrativos que atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gest�o e projetos p�blicos e privados na conserva��o de parques p�blicos.