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Estado de Minas SEGURAN�A ESTUDANTIL

Supostas amea�as de ataques alteram rotina nas escolas

Professores relatam alunos chorando, pais que buscam filhos na escola antes do hor�rio e escolas que suspenderam atividades no p�tio por medo de ataques


12/04/2023 06:10 - atualizado 12/04/2023 08:33

Policial vigia escola em BH
Policial vigia escola em BH (foto: JairAmaral/EM/D.A Press)
Uma mesma foto, de armas e facas dispostas em cima de uma cama, tem circulado entre grupos de pais, alunos e professores com a amea�a de ataque a escolas de diferentes cidades do pa�s. Apesar dos ind�cios de que se trata de alarme falso, essas mensagens t�m preocupado e alterado a rotina escolar.

Professores relatam encontrar alunos chorando, pais que v�o buscar os filhos na escola antes do hor�rio e unidades de ensino que suspenderam atividades no p�tio por medo de serem alvo de ataques. Especialistas e �rg�os de seguran�a, no entanto, dizem que o monitoramento dessas mensagens indica que a maioria delas t�m como objetivo criar p�nico.

"Desde domingo (9) nosso monitoramento identificou uma explos�o na circula��o de mensagens com amea�as �s escolas. Usam a mesma foto, s� mudam o nome da escola, bairro ou cidade para amea�ar. Isso est� gerando uma paralisa��o nas escolas", conta Luka Franca, uma das autoras do relat�rio que foi entregue ao governo Lula de a��es para prevenir atentados no ambiente escolar.

Ela explica que esse tipo de amea�a difere do comportamento observado nas situa��es reais de ataques --como a morte de quatro crian�as em uma creche de Blumenau (SC), na semana passada. "Os �ltimos casos que tivemos mostram que os autores se aproveitaram do elemento surpresa para vitimar mais pessoas. � esse objetivo deles: deixar mais v�timas. J� quem espalha essas mensagens quer criar p�nico."

Ainda que os elementos indiquem que os avisos que circulam seja falsos, especialistas e autoridades orientam que toda amea�a seja denunciada � Pol�cia Civil e nos canais criados pelo Minist�rio da Justi�a para que seja investigada. Quem produz e at� mesmo quem compartilha essas mensagens podem responder por contraven��o.

"A den�ncia � importante para que se possa identificar os padr�es de quem pode tentar um ataque ou algu�m que quer criar p�nico. � importante que a pol�cia identifique essas pessoas que est�o fazendo as amea�as porque elas est�o ajudando a incitar novos ataques", diz Let�cia Oliveira, tamb�m coautora do relat�rio.

Segundo ela, a enxurrada de amea�as pode refor�ar o efeito de cont�gio verificado entre os ataques recentes no pa�s. "A gente n�o pode cair no p�nico, mas tamb�m n�o pode ignorar. � preciso identificar quem est� por tr�s dessas amea�as e qual o objetivo dessas pessoas em disseminar medo."

Segundo a Secretaria da Seguran�a P�blica de S�o Paulo, a Pol�cia Militar mant�m contato com as dire��es das escolas e 566 policiais militares atuam no policiamento realizado no entorno das unidades educacionais por meio da Ronda Escolar. O patrulhamento nas imedia��es tamb�m � feito por policiais a p� e em motocicletas.

Ainda de acordo com a pasta, todos os casos de amea�a s�o investigados e as diretorias das unidades de ensino est�o em alerta para qualquer den�ncia, que, se confirmada, � tratada em conjunto com a Vara da Inf�ncia e Juventude.

Apesar da orienta��o das autoridades de manter as atividades normalmente, os alertas t�m feito escolas e universidades particulares a adotar medidas para aumentar a sensa��o de seguran�a.

Em Bras�lia, por exemplo, um col�gio mudou o calend�rio de provas para n�o coincidir com o dia 20 de abril, data em que, segundo publica��es que circulam nas redes sociais, s�o anunciados novos ataques --a data coincide com o massacre de Columbine que resultou na morte de 15 pessoas nos Estados Unidos em 1999, e o anivers�rio do ditador nazista Adolf Hitler.

Na capital paulista, institui��es de ensino afirmam que refor�aram a seguran�a, limitaram as visitas ao campus ou solicitaram refor�o de rondas na regi�o.

Alguns pedem aos respons�veis dos alunos aten��o ao "menor sinal de comportamento n�o habitual" e comunica��o com a escola, j� outros afirmam que os respons�veis devem orientar seus filhos a utilizar as redes sociais de forma segura. Nenhuma das unidades, por�m, fala em suspens�o de aulas devido �s amea�as.

A sensa��o para familiares e alunos ainda � de desamparo. Uma m�e de uma jovem de 15 anos que estuda na rede estadual em S�o Paulo afirma que est� assustada com os an�ncios que rondam as redes sociais. Ela � tia de um aluno da Thomazia Montoro, onde um ataque no �ltimo dia 27 de mar�o resultou na morte de uma professora, e o namorado da sua filha tamb�m estuda na mesma escola.

Por isso, foi ela quem buscou os jovens no dia do ataque e afirma que, al�m provocar medo, as amea�as fazem com que ela queira que as institui��es de ensino reforcem a seguran�a para sua filha voltar a estudar.

Ela relata que a jovem est� h� uma semana em casa sem ir para a escola devido ao medo e compartilha do medo da filha que tira seu sono. Diante as amea�as e sustos, ela afirma que prefere a filha em casa sem ir para a escola pois tem medo de algo acontecer e se sentir culpada depois.

O medo n�o se restringe aos familiares que tiveram contato com os ataques recentes ou escolas que foram alvo de amea�as de redes sociais. Em outra escola de S�o Paulo, um professor que pediu para n�o ser identificado relata que tem sido questionado pelos alunos sobre o motivo de o col�gio n�o ter seguran�as armados.

Apesar da sensa��o generalizada de inseguran�a no pa�s, as empresas respons�veis pelas redes sociais n�o t�m colaborado com as autoridades para retirar conte�dos de amea�as e que promovem autores de ataques anteriores.

Diante dos recentes epis�dios de ataques e sensa��o generalizada de inseguran�a no pa�s, empresas respons�veis pelas redes sociais participaram de uma reuni�o no Minist�rio da Justi�a nesta segunda-feira (10).

Durante o encontro, do qual participaram representantes de YouTube, Meta, Twitter, Kwai, TikTok, WhatsApp e Google, a pasta pediu que as plataformas combatam de maneira mais eficiente os perfis que fazem apologia da viol�ncia ou amea�a �s escolas.

A posi��o do Twitter, por�m, gerou mal-estar no encontro. Na plataforma, a reportagem encontrou dezenas de usu�rios com nome que glorificam o autor do massacre em Suzano (que deixou oito mortos em 2019), posts em que h� amea�as � escolas com imagens de armas e mensagens que fazem apologia do nazismo.

Procurada, a rede social respondeu com um emoji de coc�, pr�tica institu�da pela empresa desde 19 de mar�o. O Minist�rio P�blico Federal em S�o Paulo cobrou que a empresa informe se est� tomando medidas para moderar publica��es que possam configurar incita��o � viol�ncia e atentados em escolas.

Al�m do Twitter, o WhatsApp diz que n�o tem acesso ao conte�do das mensagens trocadas entre usu�rios e n�o realiza modera��o de conte�do. Por�m, a rede social afirma n�o permitir o uso para fins il�citos ou que instigue ou encoraje condutas que sejam il�citas ou inadequadas. Nos casos de viola��o dos termos, as contas podem ser desativadas ou suspensas.

Em nota, o Kwai afirma que atua no combate a informa��es que ameacem a sociedade e destaca que acompanha de perto as discuss�es sobre o tema. A empresa se coloca ainda � disposi��o para cooperar com as autoridades brasileiras.

O TikTok tamb�m diz que n�o tem espa�o para extremismo violento e que trabalha para remover qualquer conte�do e indiv�duos que prejudiquem "a experi�ncia criativa e alegre que as pessoas esperam em nossa plataforma".

J� o Google relata que tem trabalhado em parceria com outros �rg�os p�blicos e organiza��es da sociedade civil em prol da seguran�a das pessoas contra conte�dos nocivos que violam nossas pol�ticas e desrespeitam nossas Diretrizes de Comunidade, como discursos de �dio e outras viol�ncias.

A reportagem tamb�m procurou a Meta, respons�vel pelo Instagram e pelo Facebook. A empresa afirma que n�o permite que organiza��es ou indiv�duos que anunciem uma miss�o violenta ou que estejam envolvidos em viol�ncia tenham presen�a nas plataformas. Al�m disso, disponibiliza ferramentas para que pais e respons�veis supervisionem o uso das redes sociais de seus filhos nos aplicativos. Por fim, a empresa pede para que as pessoas denunciem os conte�dos que violam as regras e diz que colabora com autoridades locais e responde �s solicita��es governamentais de dados nos termos da lei.

 

O QUE FAZER?

- Especialistas afirmam que amea�as n�o devem ser ignoradas. � preciso identificar quem est� por tr�s delas e qual � o objetivo dos autores.

- Denuncie. Mesmo que se trate de amea�as falsas, especialistas apontam que a Pol�cia Civil e canais criados pelo Minist�rio da Justi�a precisam ser notificados, pois quem compartilha essa mensagem tamb�m pode responder criminalmente pela amea�a.

- Pais, alunos e escolas devem manter di�logo estreito sobre as amea�as, receios e medidas adotadas. A transpar�ncia das a��es � importante para aumentar a sensa��o de seguran�a.

- Escolas prezam pelo refor�o da seguran�a e pela comunica��o com pais e respons�veis pelos alunos. � importante, segundo as institui��es de ensino, que qualquer mudan�a no comportamento dos alunos seja informado ao col�gio.

 

COMO DENUNCIAR AMEA�AS DE ATAQUES CONTRA ESCOLAS

Como parte da Opera��o Escola Segura, o Minist�rio da Justi�a lan�ou um canal no site para que sejam denunciados sites, blogs e publica��es nas redes sociais.  

Em S�o Paulo, no caso de amea�a, � poss�vel ligar para o 181, canal da pol�cia que permite que qualquer pessoa forne�a � pol�cia informa��es sobre delitos e formas de viol�ncia, com garantia de anonimato

 


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