
Mesmo o tr�nsito na cidade, por volta das 8h, foi menor do que a m�dia para o dia e hor�rio. O imbr�glio acontece na v�spera do feriado de Tiradentes (21), o que pode ter aumentado a aus�ncia de alunos.
Nos port�es do CEI (Centro de Educa��o Infantil) Tiquatira 1 e Tiquatira 2 e da EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil) Paulo Freire, na zona leste, os pais que aguardavam a entrada se concentravam em apenas um dos lados da rua de acesso.
Em comum, eles relataram a falta de op��o e o receio. "Pensamos duas vezes, mas decidimos trazer. � mais necessidade do que escolha", afirmou Marcelo Lacerda, 36, ao deixar a filha de 3 anos.
"A gente vem com o cora��o na m�o", confessou a atendente Ana Paula de Jesus, 35. Ela afirmou que a unidade em que o filho de 6 meses estuda tomou algumas medidas para aumentar a seguran�a. Entre as a��es, a creche estabeleceu novos padr�es de entrada e, agora, pais que precisam buscar os filhos fora do hor�rio devem ligar antes e avisar que ir�o ao local.Pai de g�meos de sete meses, o ajudante geral Bruno de Lima Santos, 29, afirmou que a creche tem buscado aumentar a seguran�a e que refor�ou a comunica��o com os respons�veis por meio do WhatsApp. Ainda assim, levou a dupla porque precisava ir trabalhar.
"Eles agora passam o dia trancados. Fecham todas as portas e, na sa�da, s� pode entrar um pai por vez", acrescentou a m�e N�bia dos Santos Sousa, que defende a necessidade de uma viatura na porta da escola. "Receio n�s temos, mas a vida continua".
Alaide Guedes da Silva, 21, m�e de um menino de 1 ano e cinco meses, tamb�m cobrou mais seguran�a. "A gente sempre sente um pouco de medo porque falta seguran�a, n�o tem vigilante, mas precisamos trabalhar".
A cerca de 10 km dali, na Mooca, poucos alunos chegavam � escola Passo Seguro, que atende os ensinos fundamental e m�dio.
Segundo Cristina Luque, professora do local que recebia os alunos com uma camiseta com a palavra "paz" escrita � caneta, suas turmas, de quarto e quinto ano do fundamental, estavam esvaziadas. "Cinco a dez alunos, no m�ximo".
A situa��o era pior nas turmas do ensino m�dio. S�o tr�s, uma de primeiro, uma de segundo e uma de terceiro ano.
Na de primeiro, dez dos 22 alunos faltaram. Na de segundo, ningu�m compareceu -s�o dez alunos matriculados. Na de terceiro ano, menos faltas, sete. Nela, s�o 21 matriculados.
Pais que chegavam com seus filhos, como a advogada Fernanda Portugal, se diziam temerosos sobre os boatos de ataques, mas confiantes na seguran�a da institui��o.
"Meu filho � tudo para mim. Claro que � preocupante deixar ele aqui, mas estou confiante nas medidas da escola", diz Portugal.
A escola sempre teve um sistema de seguran�a, diz a coordenadora pedag�gica, Mara Cust�dio, mas tamb�m foi instalada uma cerca el�trica para melhor prote��o dos alunos. O uso de seguran�a armado tamb�m foi discutido com os respons�veis, mas recha�ado.
A situa��o era a mesma em outras escolas da regi�o, p�blicas e privadas.
Na escola estadual Andr� Xavier Gallindo, tamb�m na Mooca, apenas algumas dezenas de jovens ocupavam as salas de aula, segundo funcion�rios. O local atende o ensino fundamental.
L�, duas viaturas da Pol�cia Militar, com cinco agentes, faziam a guarda. Em frente a outras escolas da regi�o, o policiamento tamb�m foi avistado.
J� na pr�-escola P� Pequeno, apenas 50% das crian�as compareceram nesta quinta, de acordo com a coordenadora, Michelle Dantas.
Pai de dois alunos de 4 e 5 anos, Marcelo Ara�jo chegou receoso ao local. Ele questionou o porteiro sobre a ades�o de alunos ao dia e, informado da baixa presen�a, preocupou-se.
"Eu estou com medo, claro, muito. Mas o que posso fazer? Preciso confiar na seguran�a da creche", declara Ara�jo.
Ao lado dele, atenta, estava Giulia Faria, m�e de uma crian�a de 2 anos. "S� vou deix�-la aqui porque preciso trabalhar, mas estou quase chorando", disse.
O medo est� relacionado aos recentes ataques em escolas do pa�s e boatos postados na internet de novos atos de viol�ncia nesta quinta, data de anivers�rio de Adolf Hitler e do massacre em Columbine, nos Estados Unidos.
Para acalmar os pais, nos �ltimos dias, os governos federal, estadual e municipal anunciaram a��es como o maior monitoramento de amea�as na internet, a deten��o de suspeitos e o refor�o no policiamento.
Na capital paulista, a prefeitura incentivou as unidades de ensino a promoverem atividades art�sticas, esportivas e musicais com foco na promo��o da paz e na import�ncia do di�logo.
SEGURAN�A
Ap�s o ataque registrado na escola Thomazia Montoro, na Vila S�nia, segundo a SSP, os comandantes das companhias de �rea se reuniram com os diretores de escolas para discutir a amplia��o dos programas e estrat�gias de combate a agressores ativos. Al�m da medida, a gest�o estadual tamb�m estuda contratar policiais da reserva para que eles fiquem de forma permanente nas escolas.
Atualmente, cerca de 600 policiais militares atuam no policiamento do entorno das unidades educacionais, por meio do Programa Escolar. Os policiais que atuam nesse programa, diz a pasta, s�o escolhidos em virtude de perfil espec�fico e realizam treinamento para lidar com o p�blico escolar.
A pasta da seguran�a destacou que a Pol�cia Civil, por meio do Divis�o de Crimes Cibern�ticos, monitora as amea�as ocorridas nas redes sociais e realiza o trabalho investigativo, para identificar os respons�veis e preservar vidas.
Oito adultos foram presos e 27 adolescentes apreendidos por amea�a e por alimentarem o p�nico nas redes sociais, ap�s o ataque ocorrido na escola estadual, no dia 27 de mar�o. Todos os casos registrados, sejam por meio eletr�nico ou presencial, s�o investigados visando a identifica��o e puni��o dos autores, afirma.