
Formada pela Universidade de Bras�lia (UnB), ela define a postagem como "humor �cido" e se diz uma poss�vel v�tima das amea�as de ataques por estar na linha de frente da creche, al�m de pedir desculpas pela fala e assumir estar encarando as consequ�ncias.
Sobre a publica��o, Lorena admite que n�o foi �s redes sociais para se fazer de v�tima da situa��o. "Vim assumir as consequ�ncias do que fiz, do que falei e vim esclarecer o que n�o fiz e o que n�o falei. N�o sou santa, nunca fui, nunca vou ser. Sou assim mesmo, tenho esse humor �cido, machuco muita gente. Ent�o, n�o tem como eu transparecer uma coisa que eu n�o sou aqui", pontua.
Ela acrescenta que � empreendedora e m�e de uma menina de 3 anos, matriculada em uma creche, e que est� na linha de frente do trabalho em escolas p�blicas e se considera uma poss�vel v�tima do que ela chama de amea�as de ataques. "N�s, professores, n�o tivemos o privil�gio de escolha de n�o irmos � escola. Os alunos tiveram essa escolha, mas n�s, professores, tivemos que cumprir a nossa obriga��o de estarmos l�", complementa.
Lorena assegura que recebe amea�as veladas e em forma de aviso. "Professora, eu sei qual � o seu carro, sei onde voc� mora, sei que voc� tem filho (refere-se a estudantes). N�s convivemos com o descaso do Estado com a educa��o diariamente. Falta de pessoal, de estrutura, de seguran�a, de tudo. Voc�s sabem como � prec�ria a educa��o p�blica no Brasil", destaca.
Ela afirma que vive com medo e com receio. "Essa situa��o de perigo e de medo � um pouco do cotidiano do professor. A gente se v� de m�os atadas e faz o que d� para fazer. N�o foi diferente com essas amea�as. J� que n�o d� para gritar por seguran�a e por socorro, podemos usar uma roupa confort�vel, n�o usar salto, para se qualquer coisa acontecer, a gente esteja preparada", comenta.
Como justificativa, Lorena ressalta que, no sentido de prote��o, a postagem foi fazendo paralelo com um acidente. "Aquela coisa de se eu sofrer acidente, a minha calcinha n�o vai estar furada. Porque no acidente meio que a gente n�o tem controle, igual nessa situa��o a n�o ser se preocupar com uma coisa banal que � uma roupa. A gente fica t�o indignado por n�o ter o que fazer", exclama.
A professora assume que a publica��o foi "sem no��o e totalmente inapropriada". "Para quem acha que eu incitei ou incentivei alguma coisa, n�o faz sentido, porque eu estava l�, na linha de frente. N�o faz sentido incentivar algo contra mim mesma. Tamb�m sou m�e e minha filha estava l� na creche", ressalta. Lorena garante que se algo acontecesse, ela assim como os outros professores assumiriam a postura de proteger os alunos. Por fim, pediu desculpas pela forma como falou e assume estar encarando as consequ�ncias.
Indiciamento
Ap�s a publica��o da foto com a legenda "look especial massacre", Lorena foi indiciada pela Pol�cia Civil do Distrito Federal (PCDF). A profissional, que leciona no Centro de Ensino Fundamental (CEF) do Itapo�, fez uma postagem mostrando uma foto dela mesma no espelho com os dizeres: "Look de hoje: especial massacre. Se eu morrer hoje, estarei bel�ssima pelo menos".
De acordo com o delegado Giancarlos Zuliani, da Delegacia de Repress�o aos Crimes Cibern�ticos (DRCC), a professora foi indiciada de acordo com o artigo 41 da Lei de Contraven��es Penais. Segundo o artigo, configura contraven��o provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente ou praticar ato capaz de produzir p�nico ou tumulto. A pena pode ser multa ou variar de quinze dias a seis meses de pris�o. A professora j� foi ouvida pela PCDF e a ocorr�ncia j� foi registrada. Segundo o delegado, o procedimento estar� na justi�a na segunda-feira (24/4).
Em nota, a Secretaria de Estado de Educa��o do Distrito Federal (SEEDF) informa que instaurou um procedimento de investiga��o preliminar para apurar a conduta da professora. "A pasta repudia qualquer tipo de postagem que ressalta a viol�ncia e refor�a o compromisso e empenho na busca pela cultura de paz no ambiente escolar".