
Um relat�rio preliminar divulgado pela entidade em agosto passado j� chamava a aten��o para o fato de que ocorr�ncias neonazistas e antissemitas praticamente vinham dobrando, ano ap�s ano, sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) —e fazia um sinal de alerta para a sua prolifera��o no ambiente escolar.
De acordo com o estudo mais recente, que ser� divulgado neste s�bado (29), 2022 concentrou mais de 50% de todos os epis�dios envolvendo viola��es neonazistas registrados no pa�s desde 2019.
Dos 171 casos identificados no per�odo, 89 se deram no ano passado. A alta tamb�m se refletiu em atos antissemitas: dos 69 ocorridos nos �ltimos quatro anos, 25 deles (36%) se referem a 2022.
De acordo com o observat�rio, o tipo de a��o mais frequente (50%) em todo o per�odo analisado est� relacionado � utiliza��o de s�mbolos caracter�sticos do nazismo, como a su�stica, seja em roupas ou desenhados em locais p�blicos, e bra�os estendidos em refer�ncia � sauda��o nazista, entre outros.
Os pesquisadores chamam a aten��o, no entanto, para epis�dios neonazistas ou antissemitas envolvendo viol�ncia f�sica. Embora representem menos de 10% dos casos, houve um aumento de cerca de 67% de 2021 para 2022.
"O fen�meno n�o � novo no Brasil, que sediou a maior filial do partido nazista fora da Alemanha, com 3.000 membros, na primeira metade do s�culo 20", diz o Observat�rio Judaico. "O que chama a aten��o � que esse ide�rio, que nunca deixou de existir no pa�s, multiplicou-se a partir de 2019, com a elei��o de Jair Bolsonaro, um representante da extrema direita pol�tica e cujo discurso de �dio como que legitimou o avan�o desses grupos", segue.
O estudo destaca que a��es envolvendo a pol�cia, o Minist�rio P�blico e empresas de tecnologia para coibir esse tipo de atividade s�o importantes, mas t�m se dado de forma insuficiente. Poderia ser necess�rio, segundo o relat�rio, tipificar criminalmente a apologia do nazismo —que, no Brasil, � punida com base na lei de crimes raciais.
"O que os estudiosos do tema constatam � que, ao longo dos anos, esses grupos t�m se articulado ao mesmo tempo em que disputam protagonismo em suas regi�es, amparando-se nas lideran�as de extrema direita que ocupam espa�os de poder, seja no Executivo, no Legislativo e at� no judici�rio", afirma o observat�rio.
"A dificuldade de combat�-los reside n�o apenas no fato de terem apoio dessas lideran�as, mas tamb�m pelo fato de, quando identificados, desmancharem-se e se reorganizarem. Com isso, conseguem manter a farta distribui��o de material criminoso no submundo da internet, como a literatura que nega o Holocausto ou nosso hist�rico de escravid�o, plena de mentiras, falsas premissas e teorias da conspira��o", conclui.