
No entanto, por vezes, alguns tatuadores de deparam com pedidos de natureza racista ou fascista. � o caso do paulista Bruno Moreira, e do belo-horizontino Giovanni Fortini, que relataram ao Estado de Minas suas experi�ncias.
"Pedidos com detalhes diferentes nas tatuagens por aqui no est�dio s�o comuns, mas esse realmente foi o pior”, contou Bruno. O tatuador recusou o pedido e devolveu o dinheiro para o cliente.
Quanto a Fortini, ao relembrar o dia, ele explica que se sentiu “extremamente desconfort�vel” e tamb�m negou a tatuagem. “Expliquei para ele que n�o o faria, pois ia contra tudo o que eu acreditava, e na contram�o de toda minha ideologia de vida”.
No Brasil, enaltecer, distribuir ou veicular s�mbolos ligados ao nazismo - incluindo tatuagens - � crime penal, determinado pela Lei 7.716/89.
"Algumas pessoas deturpam o direito � liberdade de express�o e querem us�-la para disseminar o �dio, atropelando momentos catastr�ficos de nossa hist�ria e ignorando todo o sofrimento de um pais"
Giovanni Fortini, tatuador
Desafios de lidar com clientes neonazistas
Foi de forma sutil que o pedido do desenho da su�stica chegou para Bruno, em seu est�dio em S�o Paulo. “Um cliente chegou querendo fazer uma tatuagem toda trabalhada: uma caveira com cobra e algumas flores. At� a� tudo seguindo bem”, detalhou. A bandeira da su�stica estava escondida, na verdade, entre os detalhes e s� foi vista quando a tatuagem j� estava sendo feita.

Para Bruno, a experi�ncia foi um caso isolado, mas que deixou claro a necessidade de defender o direito de escolha do tatuador. "Como um artista, o tatuador tem todo o direito de escolher que tipo de arte aceita fazer em seus clientes, por isso recusei”.
Ao falar mais sobre sua experi�ncia, Fortini afirmou que chegou a questionar o homem. “Eu quis entender o porqu� daquela pessoa querer representar um s�mbolo de �dio em seu corpo e me recordo que nem ele sabia explicar”.
Residente, atualmente, em Bras�lia-DF, na �poca o tatuador trabalhava em um est�dio no Rio de Janeiro. Com anos de experi�ncia no mercado, esta tamb�m foi uma situa��o isolada para Fortini. “Aquele fat�dico dia foi a primeira e �ltima vez. Algumas pessoas deturpam o direito � liberdade de express�o e querem us�-la para disseminar o �dio, no final conseguimos contornar a situa��o e ele foi embora”, finalizou.
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.
