
Nas redes sociais, onde divulga o seu trabalho, Silva anuncia que os procedimentos continuam acontecendo no hospital particular Santa Branca, em Duque de Caxias. Com mais de 42 mil seguidores no Instagram, informa ainda a quantidade de vagas que tem para atendimento naquela semana, com o alerta de que s�o poucas.
A defesa do m�dico confirmou que ele voltou ao atendimento desde que foi solto e que n�o h� impedimentos para que o cirurgi�o exer�a a profiss�o.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) disse que a sindic�ncia em nome do profissional est� em andamento e corre em sigilo. No site da institui��o, ele segue com o registro ativo desde 1996.
Silva foi preso em julho do ano passado depois que a dona de casa Daiane Chaves Cavalcanti ficou internada por complica��es de um procedimento est�tico no abd�men.
O caso chegou � pol�cia por meio da fam�lia da paciente. Semanas ap�s a cirurgia, realizada em mar�o daquele ano, a mulher passou mal e precisou voltar a ser atendida, segundo os familiares. Desde ent�o, ficou internada no hospital Santa Branca. Na �poca, ela denunciou que era mantida em c�rcere privado na unidade de sa�de porque Bol�var n�o a liberava.Daiana Cavalcanti entrou na Justi�a com um pedido de repara��o por danos morais no valor de R$ 200 mil, contra o hospital Santa Branca e contra o m�dico.
O cirurgi�o aparece como s�cio-administrador do hospital no comprovante de inscri��o e situa��o cadastral da empresa emitido pelo site da Receita Federal. O hospital Santa Branca nega que a paciente tenha sido mantida na unidade contra a vontade e diz que ela recebeu os cuidados devidos.
A defesa do cirurgi�o sustenta que n�o houve c�rcere privado porque a paciente n�o foi impedida de sair, s� teria que assinar um termo de responsabilidade.
Outras pacientes relataram deforma��es e sequelas ap�s passarem por opera��es com o cirurgi�o. As mulheres afirmam que, al�m de n�o terem o resultado esperado com as cirurgias, sofreram complica��es e problemas de sa�de.
Bol�var Guerrero Silva ficou preso durante sete meses no pres�dio Pedrolino Werling de Oliveira, em Bangu 8, no Complexo Penitenci�rio de Gericin�, na zona oeste do Rio.
Inicialmente, ele foi acusado de homic�dio tentado, mas, ap�s audi�ncias do caso, o Minist�rio P�blico pediu a retirada das acusa��es de tentativa de homic�dio contra Daiana. O �rg�o de acusa��o entendeu que a paciente n�o correu risco de vida.
Com isso, a 2ª Promotoria de Justi�a Criminal concluiu que n�o houve inten��o de matar por parte do m�dico, "embora existam outros crimes e infra��es que ir�o continuar em apura��o", diz parte da decis�o.
Silva j� havia sido preso em 2010, ap�s uma opera��o da Pol�cia Civil do Rio contra um grupo acusado de comercializar e aplicar medicamentos sem registro na Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria).
O esquema funcionava desde 2005. O dono de um laborat�rio farmac�utico que produzia a toxina botul�nica, o botox, enviava os produtos de Goi�s para o Rio, onde havia uma redistribui��o para cl�nicas particulares. O produto n�o registrado era comercializado pela metade do pre�o comercial normal � �poca. Uma dessas cl�nicas compradoras era a de Bol�var Guerrero Silva.