
Ap�s a pandemia de coronav�rus e cortes or�ament�rios, os resultados do Censo 2022 come�aram a ser divulgados nesta quarta-feira (28).
A �ltima edi��o da pesquisa censit�ria realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) foi feita em 2010 e, pela lei, ela n�o poderia demorar mais de 10 anos para ser feita — ou seja, deveria ter ocorrido em 2020. Mas a nova edi��o s� foi realizada entre 1º de agosto de 2022 e 28 de maio de 2023 (fase de coleta e apura��o de dados) e divulgada agora.
A primeira etapa de divulga��o, que traz n�meros da popula��o do pa�s, de Estados e munic�pios, revela que a popula��o brasileira aumentou 6,5% e que v�rias capitais brasileiras diminu�ram em popula��o.
Nos pr�ximos meses, ser�o divulgadas novas informa��es do Censo — por exemplo, sobre povos ind�genas, migra��o e religi�o —, mas ainda n�o h� um calend�rio fechado.
A seguir, confira cinco destaques das primeiras informa��es reveladas pelo Censo 2022, que visitou 106,8 milh�es de endere�os em todo o Brasil.
1. Popula��o aumentou, mas taxa foi a menor j� registrada
A popula��o do Brasil superou 203 milh�es (203.062.512), segundo o Censo 2022. � um acr�scimo de 12,3 milh�es de pessoas ao total registrado no Censo 2010 (190.755.799).A data de refer�ncia para esse e outros n�meros da nova pesquisa � a meia-noite do dia 31 de julho para 1º de agosto de 2022. Portanto, as pessoas nascidas depois dessa data n�o est�o contabilizadas no Censo 2022.
Ao mesmo tempo, a taxa m�dia de crescimento anual da popula��o brasileira foi a menor j� registrada desde 1872: 0,52%.
No Censo 2010, essa taxa era de 1,17%.
O IBGE afirma que, com a redu��o dos n�veis de mortalidade a partir nos anos 1940 e o decl�nio dos n�veis de fecundidade nos anos 1960, come�ou nos anos 1970 uma diminui��o na taxa de crescimento populacional.
Segundo proje��es populacionais — inclusive do IBGE —, em algum momento nas pr�ximas d�cadas a redu��o nessa taxa de crescimento vai se refletir em uma redu��o no tamanho da popula��o brasileira.
2. Centro-Oeste passou a ser regi�o com maior taxa de crescimento

Vale dizer que, quando falamos em crescimento de popula��o, ela reflete tend�ncias de fecundidade e mortalidade, como falado acima, e tamb�m de migra��o.
Como est�, ent�o, o crescimento da popula��o nas diferentes �reas do pa�s?
Embora todas as regi�es, assim como o Brasil, estejam com uma taxa m�dia de crescimento anual cada vez menor, o Centro-Oeste aparece no Censo 2022 com uma taxa duas vezes maior que a m�dia nacional.
Enquanto a taxa brasileira anual foi de 0,52%, a do Centro-Oeste foi de 1,23% — a maior no Brasil. Em 2010, a taxa de crescimento do Centro-Oeste foi de 1,9%.
Nos Censos de 2010 e 2000, a regi�o que tinha a maior taxa de crescimento era o Norte, cuja taxa caiu bastante na edi��o atual: de 2,09 em 2010 para 0,75 em 2022.
Somente com novos dados do Censo e de futuras pesquisas ser� poss�vel explicar esse crescimento no Centro-Oeste, mas alguns munic�pios nos d�o pistas. Por exemplo, considerando as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, aquela que teve a maior taxa de crescimento da popula��o foi uma cidade goiana: Senador Canedo, com taxa anual de 5,23%.
Esse munic�pio foi o que teve tamb�m o maior aumento percentual no total da popula��o: em 2010, tinha 84.443 habitantes, passando para 155.635 em 2022 — um crescimento de 84,3%.
H� v�rias outras cidades do Centro-Oeste no ranking das cidades que mais cresceram, como Sinop (MT) e Sorriso (MT).
O IBGE detectou, no novo Censo, o crescimento populacional em v�rios munic�pios no entorno de capitais, como a pr�pria Senador Canedo (pr�xima a Goi�nia). Outros exemplos s�o Fazenda Rio Grande (Curitiba); Palho�a (Florian�polis); Maric� (Rio de Janeiro); Valpara�so de Goi�s e �guas Lindas de Goi�s (Distrito Federal), S�o Jos� de Ribamar (S�o Lu�s) e Santana de Parna�ba (S�o Paulo).
No Censo 2022, al�m das regi�es j� citadas, o Nordeste aparece com taxa anual de crescimento de 0,24%; o Sudeste, de 0,45%; e o Sul, de 0,74%.
3. Sudeste ainda concentra quase metade da popula��o
Apesar da taxa m�dia de crescimento anual do Sudeste ser a segunda menor do pa�s, atr�s do Nordeste, a regi�o � casa para 41,8% da popula��o brasileira — somando 84,8 milh�es de habitantes.
S�o Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que s�o os tr�s Estados mais populosos do Brasil e que pertencem � regi�o, concentram 39,9% da popula��o brasileira.
Em seguida, a maior regi�o em popula��o � o Nordeste (26,9%), seguida por Sul (14,7%), Norte (8,5%) e Centro-Oeste (8%).
4. Capitais como Rio de Janeiro e Salvador diminu�ram em popula��o, enquanto outras cresceram

A lista dos munic�pios mais populosos � liderada por S�o Paulo (11.451.245 habitantes), Rio de Janeiro (6.211.423) e Bras�lia (2.817.068).
Mas o Rio de Janeiro � um dos exemplos de capitais que viram sua popula��o diminuir entre as edi��es de 2010 e 2022: caiu de 6.320.446 para 6.211.423 (-1,7%).
Tamb�m registraram diminui��o Fortaleza (-1%), Salvador (-9,6%), Belo Horizonte (-2,5%), Recife (-3,2%), Porto Alegre (-5,4%) e Bel�m (-6,5%).
Enquanto isso, algumas capitais tiveram aumento da popula��o, como S�o Paulo (1,8%), Bras�lia (9,6%), Manaus (14,5%), Curitiba (1,2%), S�o Lu�s (2,3%) Macei� (2,7%), Campo Grande (14,1%), Teresina (6,4%) e Jo�o Pessoa (15,3%).
A reportagem n�o teve acesso � lista completa capitais e suas popula��es, apenas das capitais mais populosas — por isso, algumas capitais do pa�s n�o est�o mencionadas acima.
5. N�mero de moradores por domic�lio diminuiu
As �ltimas tr�s edi��es do Censo mostram que o n�mero de moradores por domic�lio (a chamada densidade domiciliar) vem diminuindo: em 2000, a m�dia era de 3,76 moradores por lar; em 2010, esse n�mero era 3,31; e em 2022, 2,79.
Isso se relaciona a outro dado revelado pelo novo Censo: o n�mero de domic�lios aumentou 34% desde 2010, chegando a 90,7 milh�es — ou seja, a popula��o parece estar dividida em um maior n�mero de lares, diminuindo o n�mero de moradores em cada um deles.
O Norte tem a maior densidade domiciliar (3,3 moradores por domic�lio), seguida pelo Nordeste (2,9), Centro-Oeste (2,78), Sudeste (2,69) e Sul (2,64).
