Comandante da PM � afastado ap�s mortes de adolescente e crian�a no Rio

A Secretaria de Pol�cia Militar do Rio de Janeiro decidiu afastar o comandando do batalh�o da Ilha do Governador, bairro onde um adolescente de 17 anos e uma menina de cinco anos morreram por disparos de armas de fogo na manh� deste s�bado (12/8).

Em nota, a corpora��o disse que a decis�o tem o objetivo de "dar uma maior lisura e transpar�ncia � averigua��o dos fatos referentes �s a��es ocorridas na manh� deste s�bado". O tenente-coronel F�bio Cardoso havia assumido o posto em janeiro.

Pela manh�, equipes do batalh�o faziam patrulhamento no bairro, quando tentaram abordar dois homens em uma motocicleta. De acordo com informa��es da PM, o ocupante de carona da moto carregava uma pistola e teria disparado contra os policiais, que teriam revidado.

Baleado na a��o, o adolescente de 17 anos foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros encaminhado em estado grave para o Hospital Municipal Evandro Freire, aonde j� chegou morto. O condutor da moto foi detido e levado para a delegacia.

Ap�s a morte na a��o policial, moradores da comunidade do Dend� protestaram e queimaram ao menos tr�s �nibus. Durante os protestos, Elo� Passos, 5, foi atingida em casa enquanto brincava na cama.

Foi a s�tima crian�a morta por disparo de arma de fogo no estado este ano, segundo a plataforma Fogo Cruzado. Ao todo, 16 crian�as menores de 14 anos foram baleados no per�odo, 12 deles v�timas de bala perdida.

A PM disse que n�o houve opera��o policial no interior da comunidade e que instaurou um procedimento para averiguar as circunst�ncias das a��es. Os casos est�o sendo investigados por equipes da Pol�cia Civil.

As mortes provocaram forte rea��o. "Impressiona que tantas crian�as sejam v�timas da viol�ncia armada e ainda n�o haja um esfor�o nas esferas municipal, estadual e federal para interromper essa trag�dia", disse a Fogo Cruzado, em parceria com o jornal A Voz das Comunidades.

"O futuro da metr�pole est� sendo exterminado", conclu�ram.

"A nossa casa deveria ser o local mais seguro para estarmos, mas n�o para Elo�, de 5 anos", escreveu a ONG Rio de Paz. "Ela foi morta em seu quarto, por bala perdida, na manh� deste s�bado".

Procurado pela reportagem, o governo estadual ainda n�o respondeu a pedido de entrevista sobre o assunto. Em nota, informou que "vem investindo fortemente nas for�as de seguran�a, principalmente em tecnologia e treinamento".

"Na atual gest�o, houve redu��o hist�rica dos crimes contra a vida. No acumulado de 2022 foram registrados os menores n�meros de homic�dios dolosos (intencionais) e de letalidade violenta em 31 anos, desde o in�cio da s�rie hist�rica do Instituto de Seguran�a P�blica", concluiu.