Contrariando o antigo sentimento de que o ano brasileiro sempre come�a somente depois do Carnaval, 2019 segue exatamente igual a 2018, ou seja, com o mesmo elevado �ndice de desemprego, PIB estagnado, volume muito baixo de projetos empresariais e investimentos e ceticismo do mercado e da sociedade como um todo. Em termos pr�ticos, nosso r�veillon apenas ser� efetivado pela reforma previdenci�ria, decisiva para a conquista do equil�brio fiscal, queda mais acentuada dos juros, resgate da credibilidade nacional e retomada dos investimentos do Estado e do crescimento econ�mico sustentado.
Considerada a grande import�ncia da medida para o presente e o futuro dos brasileiros, todos esperam que os poderes constitu�dos priorizem, acima de tudo e de todos, os interesses maiores do pa�s, relevando assuntos pol�tico-partid�rios, temas dogm�ticos ou filos�ficos e discuss�es de car�ter pessoal. Afinal, n�o se trata de uma quest�o de car�ter ideol�gico, mas de uma equa��o pura de matem�tica, na qual a imprecis�o do resultado significaria o aprofundamento do d�ficit p�blico, a inviabiliza��o futura das aposentadorias de milh�es de brasileiros e a impossibilidade de extin��o da prolongada crise nacional, que j� causou danos demais �s empresas e �s fam�lias.
O di�logo construtivo, os debates entre o Executivo e o Legislativo e at� mesmo os embates ret�ricos e opini�es divergentes s�o saud�veis para a democracia e o aperfei�oamento das ideias e propostas. No entanto, h� limites republicanos para o seu exerc�cio, pois jamais se deve inviabilizar a governabilidade e existem momentos nos quais as decis�es transformadoras da hist�ria devem prevalecer dentre todas as demais quest�es. � exatamente este o caso da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) relativa ao sistema previdenci�rio. Seu tr�mite, o mais urgentemente poss�vel, e vota��o n�o podem ser obstru�dos por quaisquer outras situa��es menos cruciais para a solu��o dos problemas do pa�s.
A popula��o brasileira deixou muito claro nas urnas de outubro de 2018 o seu anseio por mudan�as na pol�tica nacional. Elegeu o presidente Jair Bolsonaro com quase 58 milh�es de votos, ou 55% do total de v�lidos. Na Legislatura iniciada em 2019, a renova��o no Senado, a maior verificada at� ent�o, foi de 85% e na C�mara dos Deputados, quase 50%. � pertinente lembrar esses n�meros, pois, muito mais do que mera estat�stica, eles implicam grande responsabilidade por parte de todos aqueles que se apresentaram � sociedade como candidatos, mereceram a confian�a do eleitorado e s�o deposit�rios da esperan�a da popula��o.
O cen�rio de nosso pa�s � muito complexo e delicado neste momento. A economia ainda n�o reagiu de modo proporcional �s expectativas positivas criadas com a elei��o e posse de um novo governo. Ademais, � preciso considerar que n�o temos mais espa�os para erros, depois de sobrevivermos � mais grave crise de todos os tempos, com muito esfor�o da sociedade, dos empres�rios e trabalhadores, de alguns pol�ticos corretos e resilientes e institui��es como o Minist�rio P�blico, Poder Judici�rio e Pol�cia Federal. Seria absurdamente insensato perder a oportunidade de consolidar esse hist�rico e inusitado movimento inovador, transformador e permeado pela demanda da �tica e do compliance, princ�pios dos quais os brasileiros n�o querem abrir m�o.
Temos excelentes perspectivas de desenvolvimento, pois � grandioso o potencial de nossa economia, recursos naturais, minerais, energ�ticos, h�dricos, �reas agricult�veis, capacidade de produzir alimentos, bioenergia e manufaturados, um respeit�vel mercado, trabalhadores e empres�rios capazes. Tudo isso foi amplificado pela cren�a dos brasileiros em sua capacidade de mudar a realidade por meio do voto, inten��o enf�tica manifestada nas �ltimas elei��es.
Assim, � premente colocar a reforma previdenci�ria acima de tudo e de todos, para que possamos, finalmente, desejar feliz ano novo e um futuro de prosperidade ao Brasil e seu povo!
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O ano que n�o come�ou depois do Carnaval
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