A melhora na expectativa de vida tornou a velhice uma etapa que ser� alcan�ada por milh�es de pessoas em todo o mundo. No Brasil, segundo dados da Secretaria de Trabalho do Minist�rio da Economia dispon�veis na Rela��o Anual de Informa��es Sociais (Rais), em 2017, havia 649,4 mil pessoas acima de 65 anos trabalhando com carteira assinada. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), em 2010, apontam que o percentual de pessoas idosas era de 7,32% e deve chegar a 9,52% este ano e, em 2060, a 25,5%.
Com o aumento da idade para a aposentadoria, que ao que tudo indica vir� em breve, � preciso refletir sobre a perman�ncia da pessoa mais velha no mercado de trabalho e como mant�-la ativa. Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) Cont�nua, o desemprego entre os idosos ficou na casa de 40,3% em 2018. Em situa��o de pleno emprego est� tudo bem. H� espa�o para o jovem, para o adulto de meia-idade e para a pessoa mais velha. Mas o que esperar quando uma elevada taxa de desemprego atinge mais de 13 milh�es de trabalhadores?
A busca pelo retorno imediato e pela produtividade a qualquer custo coloca o adulto jovem, com boa forma��o profissional e experi�ncia suficiente para agregar valor, como o grande ativo dos seus recursos humanos. Para completar, especialmente na sociedade ocidental, ser idoso � sin�nimo de decad�ncia e de degenera��o.
Nesse cen�rio, como trazer � tona o reconhecimento dos valores do profissional mais velho? Corriqueiramente, imagina-se que habilidades como racioc�nio, velocidade e mem�ria diminuem depois dos 35/40 anos. Por outro lado e, provavelmente, de forma mais acentuada do que as "perdas" que a idade traz, certos atributos melhoram com o passar dos anos, como habilidade vocabular, flu�ncia, capacidade de organiza��o, seguran�a, empatia e capacidade de priorizar.
Da mesma forma, se � natural que pessoas mais velhas tenham dificuldades com �reas da tecnologia e da inova��o, � ineg�vel que tenham capacidade de gerenciar e de propor solu��es inovadoras para problemas que a tecnologia n�o � capaz de resolver, exatamente porque t�m experi�ncias diferentes. Al�m disso, a viv�ncia do profissional mais velho – exatamente porque "sobreviveu" a um mundo anterior �s facilidades da tecnologia – pode ser um diferencial para a t�o ovacionada capacidade de uma empresa de "pensar fora da caixa".
Mesmo com tantos predicados, h� muitos casos de discrimina��o. Alguns s�o muito velados: cessa��o de promo��es a partir de uma determinada faixa de idade – pela simples presun��o de que a pessoa n�o tem mais ambi��o na carreira ou que quer "tirar o p� do acelerador" –, limite de idade na contrata��o, substitui��o recorrente por profissionais "mais novos e mais baratos".
Em caso de perceber alguns desses sinais, d� o grito. � bom estar sempre atento. E vamos falar sobre isso!