A ci�ncia brasileira sofreu mais um golpe em menos de uma semana, o que, praticamente, asfixia o setor de pesquisa, pilar fundamental para qualquer pa�s que almeja o desenvolvimento sustent�vel em um mundo extremamente competitivo. Na��o alguma conseguir� se sobressair no contexto mundial sem investimentos pesados em inova��o e pesquisa cient�fica. O governo federal, obrigado a fazer contingenciamentos em suas despesas por causa do ajuste fiscal, deve encontrar alternativas vi�veis para que setor altamente estrat�gico n�o seja, seguidamente, penalizado.
A comunidade cient�fica foi novamente surpreendida com o an�ncio de mais um corte de verbas para a �rea. Depois de o Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia anunciar que n�o tem recursos para honrar os compromissos com os bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPq), passados seis dias foi a vez de outro important�ssimo �rg�o de fomento � ci�ncia e � pesquisa sofrer um baque. O Minist�rio da Educa��o (MEC) anunciou que est�o suspensas mais de 5,6 mil bolsas que seriam distribu�das, at� dezembro, pela Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior (Capes). Verdadeiro tiro no p�.
Especialistas acreditam que os cortes podem levar ao colapso da ci�ncia no Brasil. A Capes, ao lado do CNPq e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), � um dos principais �rg�os de promo��o da pesquisa cient�fica nacional. A institui��o, atualmente, tem mais de 210 mil bolsistas em todo o pa�s, sendo mais de 90 de p�s-gradua��o. S�o Paulo lidera o n�mero de bolsas de estudo, com 24.898, seguido do Rio de Janeiro, com 11.494, Rio Grande do Sul, com 10.817, e Minas Gerais, com 10.037. Juntos, esses estados responderam por 56,5% do total de bolsas em 2018.
Para o ano que vem, o or�amento da ag�ncia foi reduzido praticamente � metade, o que trar� reflexos altamente negativos para os projetos e programas em curso. De acordo com a Lei Or�ament�ria Anual (LOA), a Capes teria � sua disposi��o, este ano, R$ 4,25 bilh�es, e a previs�o para 2020 � de apenas R$ 2,2 bilh�es, montante considerado muito aqu�m das reais necessidades do Brasil, que vem perdendo espa�o para outros pa�ses, nos �ltimos tempos, quando o assunto � pesquisa cient�fica, tecnologia e inova��o.
Autoridades garantem que o governo est� buscando formas de recompor o or�amento do ano que vem para os �rg�os da �rea. A maior preocupa��o � a garantia das bolsas destinadas � forma��o de professores da educa��o b�sica – o calcanhar de Aquiles do sistema educacional brasileiro –, preserva��o das metas do Plano Nacional de Educa��o (PNE) e as do desafio da forma��o m�dia de 60 mil mestres e 25 mil doutores por ano. Uma das propostas para o cumprimento das metas � a parceria com a iniciativa privada, visando o financiamento de programas de p�s-gradua��o.
Alternativas se imp�em, j� que o saber cient�fico no Brasil, ao contr�rio de outros pa�ses, � produzido praticamente dentro das universidades e depende, diretamente, do incentivo p�blico. Tamanha riqueza n�o deve ser colocada em risco. N�o se pode permitir o desmonte da ci�ncia brasileira, o que acabar� afetando a recupera��o econ�mica. � justamente isso o que acontece quando cortes dessa magnitude s�o realizados, o que acaba colocando em jogo a pr�pria soberania nacional, pois n�o existe progresso sem a ci�ncia.
Frases
"Eles n�o s�o inimigos, mas est�o pautados por dados distorcidos, que n�o correspondem � realidade da Amaz�nia"
. General Eduardo Villas B�as, ex-comandante do Ex�rcito e atual assessor do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), sobre o s�nodo dos bispos cat�licos onde se discutir� quest�es da Amaz�nia
"N�o prosperar� no Congresso a flexibiliza��o do teto"
. Domingos Neto (PSD-CE), deputado federal e relator da proposta or�ament�ria para 2020, ao descartar a flexibiliza��o no teto de gastos, mecanismo que limita o crescimento das despesas do governo federal � varia��o da infla��o