Ot�vio Marques de Azevedo
Engenheiro
Nascido em Pedro Leopoldo, distrito de Matozinhos, pequena cidade do interior mineiro, distante 56 quil�metros da capital, Belo Horizonte, F�bio Mello de Azevedo se orgulhava de ter nascido no mesmo dia da funda��o do munic�pio de Pedro Leopoldo, em 27/1/1924, portanto, sendo ele quatro anos mais velho do que a cidade de Pedro Leopoldo, terra da sua m�e, Maria Antonieta Mello de Azevedo. Tamb�m foi ali a terra de nascimento do grande brasileiro Chico Xavier, vizinho de casa e colega de escola do Paulo, irm�o mais velho de F�bio. S�timo filho do casal Francisco Azevedo e Marieta, como era conhecida sua m�e, a vida em Pedro Leopoldo teve fundamental import�ncia na forma��o da personalidade expansiva que caracterizou F�bio por toda a vida. Correr solto pelas ruas com os in�meros primos, pegar passarinhos, nadar na Cachoeira do Urubu, entre outras divers�es e alegrias infantis, fez de F�bio uma pessoa aberta e comunicativa. Pedro Leopoldo sempre foi, durante toda sua vida, uma grande refer�ncia e ponto de retorno praticamente mensal.
Ainda menino, a fam�lia se mudou para Belo Horizonte, e ele, com 7 anos, foi iniciado pelos pais a participar mais direta e precocemente no processo de forma��o da renda familiar, passando a fazer entrega de leite nas casas de clientes do leite produzido na fazenda do pai, em Peri-Peri, Matozinhos. A vida nunca foi f�cil financeiramente para a fam�lia de Francisco e Marieta Mello de Azevedo, mas, ainda assim, seus filhos estudaram e F�bio, como, dentista foi se colocando na vida. F�bio tinha como divers�o, no Col�gio Mineiro, a bola ao cesto, que lhe encantava muito mais do que os estudos. Dotado de especial pontaria com sua m�o esquerda, Canhotinha de Ouro, como ficou conhecido, iniciou sua trajet�ria no basquete no Asa, ainda com 15 anos, e logo depois foi levado para o Am�rica pelo seu irm�o Celso Mello de Azevedo, que 20 anos depois foi eleito o primeiro prefeito de Belo Horizonte nascido na capital.
F�bio, por sua vez, foi crescendo no basquete da cidade, do estado, do pa�s e internacionalmente, chegando, em 1938, a ser comparado pelo Jornal dos Esportes de S�o Paulo como o Leonidas Branco. J� no lado sentimental, come�ou a namorar Luc�lia, sua futura esposa e companheira de vida. Na d�cada de 1940, chegou � Sele��o Brasileira de basquetebol e disputou in�meros torneios e campeonatos, tendo se tornado, em 1942, campe�o sul-americano de lances livres em Mendoza, na Argentina. Nessa d�cada, tamb�m foi octacampe�o mineiro de basquete pelo Am�rica. Grande �dolo do esporte mineiro, F�bio levava com orgulho, na alma, esses tempos inesquec�veis do esporte.
Na vida profissional, F�bio iniciou sua carreira como dentista em 1944, trabalhando no Sesi/MG, alocado na F�brica Renascen�a Industrial de Tecidos, onde ficou nessa posi��o por 10 anos. Em 1946, instalou consult�rio particular no Centro de BH, para complementar a renda familiar, pois se casara com Luc�lia em setembro de 1945 e estavam se preparando para o primeiro filho, que nasceu em 10/8/1946. Renato chegou como chegam os anjos, pois no princ�pio se declaram diferentes dos demais e o desafio do casal � socializar o anjo, pois Renato nasceu com s�ndrome de Down. F�bio e Luc�lia entenderam o recado de Deus e tiveram outros oito filhos: F�bio, Ana Maria, Ot�vio, Beatriz, Jos� Carlos, Bernadette e, para terminar e fechar a f�brica, como F�bio dizia, os g�meos Pedro e Paulo.
A vida social de F�bio girava em torno das fam�lias Mello Azevedo, Barbosa Mello e Marques Silveira, tendo sido ele o primeiro a se casar com uma neta de Jos� C�ndido da Silveira, nossa m�e Luc�lia. Aos amigos, devotava tempo especial, seja na Gruta Metr�pole, na companhia dos irm�os Cristhiano e Jos� Bento Teixeira de Salles, na Fazenda das Perobas, do seu primo e amigo Jos� Fl�vio, ou no Clube Campestre, junto aos irm�os, cunhados e dezenas de amigos.
A vida da nossa fam�lia foi, em todos aspectos, extraordin�ria. Muito alegre, contagiada pelo vulc�o de alegria que caracterizava a personalidade de F�bio e as atitudes sempre calmas e amorosas da Luc�lia, sem nunca deixar que a indisciplina prosperasse. T�nhamos liberdade e t�nhamos um lar que sempre nos atra�a de volta de onde estiv�ssemos. A casa dos pais, av�s e bisav�s foi sempre a casa que, com a presen�a do anjo Renato, todos queriam estar, parentes e amigos tamb�m.
Renato e Beatriz partiram antes para preparar a chegada de F�bio, em 17/12/2010, e a de Luc�lia, em 13/6/2011.
A saudade � muito grande, mas a alegria de ter tido a presen�a de F�bio na nossa vida � reconfortante. Ontem, cantamos parab�ns e marchamos cantando a Marcha do expedicion�rio, nos lembrando de papai.
Seus filhos.
