Walber Gon�alves de Souza
Professor e escritor
O m�s de fevereiro marca o retorno das atividades escolares em praticamente todo o pa�s. O in�cio do ano escolar faz com que a rotina das fam�lias e das cidades se modifique. Assim, todas as manh�s poderemos contemplar milhares de crian�as e adolescentes caminhando pelas ruas rumo � escola, bem como os engarrafamentos provocados pelo tr�fego de carros nas portas e ruas pr�ximas das escolas.
Come�amos, portanto, mais um ano de pr�ticas educacionais. Mas, sinceramente, a sensa��o que continuo tendo � que a educa��o ainda n�o � a prioridade em nosso pa�s. Ainda n�o acreditamos que � atrav�s de uma educa��o de qualidade que poderemos reverter nossas mazelas sociais. Podemos at� ter escolas, mas ainda estamos longe, muito longe, de ter educa��o, no sentido mais profundo do voc�bulo.
Dia desses, em uma entrevista, um governador de estado disse, numa conota��o pejorativa, que o professor � um gasto. Mas o que n�o seria no sentido pleno da express�o? Nossas notas nos indicadores internacionais, h� d�cadas, n�o avan�am. Nas escolas hoje em dia faz-se quase tudo, menos ci�ncia. N�o que as demais situa��es vividas nos ambientes escolares n�o sejam importantes, mas seu principal objetivo, que deveria ser o avan�o das descobertas cient�ficas, pois elas promovem o desenvolvimento social e econ�mico do pa�s, n�o s�o valorizadas e tampouco incentivadas.
� de conhecimento p�blico e not�rio que lemos pouco ou quase nada; que somos considerados fracos nas disciplinas pilares: portugu�s e matem�tica; que temos um sistema educacional que n�o consegue avan�ar. N�o temos uma diretriz, um norte real, toda hora as coisas mudam de ordem, se alteram sem se modificar de fato. Mudam-se os nomes para se referir �s mesmas coisas, como se isso fosse a grande inova��o. E com ares de trag�dia grega, at� hoje n�o teve uma edi��o do Enem sem problemas. Esse � o nosso Brasil!
E, assim, a educa��o finge que � feita em nosso pa�s. E, assim, as pessoas fingem que est�o estudando. E, assim, os governos propagam seus feitos com ares de grandiosidade. E o que de fato interessa fica renegado ao �ltimo plano: educa��o de qualidade. Queremos escolas, diplomas, formaturas, �ndices, mas ainda dizemos n�o ao ato de aprender. E quem quer o contr�rio, que n�o s�o muitos, v�-se remando contra a mar�.
Parece chover no molhado defender sempre a mesma bandeira, mas enquanto no Brasil, atrav�s dos seus gestores, n�o se promover uma educa��o que provoque altera��es significativas nas entranhas sociais, ela continuar� como sempre foi, servindo aos interesses de poucos. Uma "educa��o" que perpetua o desn�vel social, cultural e econ�mico, mesmo propagando o contr�rio. Precisamos, urgentemente, avan�ar. Educa��o j�!