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Estado de Minas

S�ndrome do deputado Justo Ver�ssimo

Nossos pol�ticos n�o conseguem se ver no sofrimento alheio, sensibilizar-se com a mis�ria, com a fome, com o desemprego


18/03/2021 04:00





Walber Gon�alves de Souza
Professor e escritor

Provavelmente, voc� que est� come�ando a ler esse artigo j� tenha visto o deputado Justo Ver�ssimo pelas telas da TV. Mas, para quem n�o o conhece, Justo Ver�ssimo foi um personagem criado pelo humorista Chico An�sio para representar uma parcela consider�vel dos pol�ticos brasileiros. Vale a pena buscar nas redes sociais algum epis�dio, para entender o contexto das cr�ticas do humorista, bem como ouvir o sarc�stico jarg�o do personagem: “Eu quero que pobre se exploda!”.

Mesmo sendo uma espetacular e criativa s�tira, o personagem parece real e presente no cotidiano do cen�rio pol�tico nacional. Pois a grande quest�o, que envolve o Justo Ver�ssimo, � a total falta de empatia para com os outros, principalmente com os pobres, que ele desdenha a todo momento.

Outra caracter�stica marcante do “deputado” � querer tirar vantagem em tudo, n�o permitir que os outros sejam felizes ou conquistem as coisas; para ele, a melhor coisa era roubar do pobre, tanto � que criou um modelo pol�tico que continua em voga at� os tempos contempor�neos: a “corruptocracia”. Pelo visto, nessa aula quase nenhum pol�tico faltou.

Contextualizando o cen�rio sat�rico, podemos dizer que a “s�ndrome do deputado Justo Ver�ssimo” se faz presente de forma pand�mica, pois se h� uma coisa que grande parcela dos nossos pol�ticos n�o pensa � no bem-estar da popula��o brasileira. H� um descaso vis�vel e uma falta total de empatia.

Nossos pol�ticos n�o conseguem se ver no sofrimento alheio, n�o conseguem ao m�nimo sensibilizar-se com a mis�ria, com a fome, com o desemprego, com a forma indigna como muitos vivem, com a morte de milhares de pessoas nos hospitais por diversos motivos, e em muitos casos simples de resolver, como o caso da falta de oxig�nio; fingem n�o perceber, que j� est� escancarado, que praticamente s� olham para os seus pr�prios interesses, criando leis que os protegem, que os beneficiam, que deixam o pa�s numa balb�rdia sem fim.

A s�ndrome do Justo Ver�ssimo, a exemplo de um v�rus letal, parece ter contaminado nosso Congresso Nacional e demais reparti��es dos poderes p�blicos: Executivo, Legislativo e Judici�rio, e isso n�o � de hoje, pois na verdade o correto seria nos perguntarmos: em qual �poca n�o foi assim? Exce��es existem?. Claro que sim! E ainda bem que sim! Mas � ineg�vel afirmar que s�o a minoria, infelizmente!

Como uma maldi��o, desde a edifica��o do Congresso, a s�ndrome se instalou pelos corredores, plen�rios e gabinetes. Todos os dias, a luta desenfreada pelo poder corr�i os pilares da nossa fr�gil democracia e se traduz em uma triste crise social, em que o elo mais fraco da nossa sociedade, que s�o os pobres, sempre paga a conta, da forma mais cruel e desumana. Uma pena conseguirem destruir um pa�s t�o cheio de possibilidades!



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