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Estado de Minas Artigo

(In)visibilidade da endometriose


20/03/2021 04:00







Agnaldo Lopes
Presidente da Federa��o Brasileira das Associa��es 
de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo)

A oscila��o de humor ou a vontade de co- mer doces s�o comuns no per�odo menstrual, mas, para 10% das brasileiras em idade reprodutiva (13 a 45 anos), a menstrua��o ocorre com dores intensas decorrentes da endometriose. A maioria delas desconhece que tem a doen�a, pois os sintomas iniciais s�o confundidos com c�licas, atrasando o diagn�stico, o tratamento e aumentando as chances de infertilidade. A Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo) alerta sobre a necessidade de um diagn�stico precoce para melhorar a qualidade de vida. O m�s de mar�o � mundialmente dedicado �    conscientiza��o da doen�a, considerada um problema de sa�de p�blica por interferir drasticamente na vida social e emocional feminina.

A endometriose � o tecido do interior do �tero (endom�trio) que descama na menstrua��o, fora da cavidade uterina, ou seja, em �reas como trompas, intestino, ov�rios e bexiga. O tecido acompanha o ciclo hormonal/menstrual da mu- lher e, mesmo estando fora da cavidade uterina, provoca sangramento, causando inflama��o e dor. Al�m das c�licas durante a menstrua��o, a mulher pode sofrer com aumento do fluxo    menstrual, dores ao urinar e evacuar, e at� durante a rela��o sexual.

A doen�a pode come�ar na adolesc�ncia, quando o diagn�stico � mais dif�cil, pois muitas jovens n�o se queixam das dores, n�o v�o ao ginecologista nem relatam os sintomas �s m�es. A �ltima pesquisa da Febrasgo apontou que 56 milh�es de brasileiras n�o procuram a especia- lidade m�dica para uma consulta de rotina, comprometendo o diagn�stico em, aproximadamente, 10 anos.

Cerca de 30% das mulheres com endometriose sofrem com problemas para engravidar. O tecido do endom�trio se aloja em diferentes partes do aparelho reprodutivo, alterando a anatomia do �rg�o e, conforme o processo inflamat�rio se agrava, provoca infertilidade, que, dependendo do caso, pode ser irrevers�vel.

A doen�a tamb�m afeta a vida profissional. Uma pesquisa com 3 mil mulheres, em parceria com o Grupo de Apoio �s Portadoras de Endometriose e Infertilidade (Gapendi), revelou que 50% das participantes se ausentam do trabalho, at� tr�s vezes por m�s, por causa das dores. N�o � incomum ver mulheres com endometriose deixando de fazer suas atividades di�rias e/ou sofrendo com alto n�vel de estresse e ansiedade.

O diagn�stico � baseado em sintomas cl�nicos, com o aux�lio de exames de imagem em centros especializados, como a ultrassonografia transvaginal com preparo e a resson�ncia magn�tica. O tratamento medicamentoso depende dos sintomas e do grau da endometriose. Quando a escolha terap�utica n�o � suficiente, a alternativa � a cirurgia laparosc�pica ou rob�tica, permitindo ver a extens�o da doen�a para retirar as les�es. Em seguida, faz-se um tratamento de manuten��o com horm�nios.

Se a endometriose � invis�vel aos olhos, as suas consequ�ncias s�o muito vis�veis, por isso o diagn�stico precoce � t�o importante. A mu- lher deve ficar alerta aos sinais e procurar um profissional com grande experi�ncia na doen�a para controlar o problema e ter mais qualidade de vida.


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