Felipe Britto
Especialista de projetos e diretor de Conte�do do Stripes, programa de inclus�o e promo��o de
diversidade LGBTQIA+ da Philip Morris Brasil
Em geral, a sociedade avan�ou nas discuss�es a respeito dos direitos do grupo LGBTQIA . As celebra��es em torno do m�s de junho contribuem para destacar isso. Mas tamb�m evidenciam o quanto ainda precisamos prosseguir para quebrar uma s�rie de barreiras que impedem o exerc�cio da cidadania por grupos historicamente exclu�dos, atingidos pelo preconceito e violentados em suas prerrogativas mais b�sicas de cidad�os.
Essa dicotomia se reflete em n�meros. No ano passado, o Brasil bateu o recorde de elei��o de representantes trans nas elei��es municipais de 2020, com 26 vereadores, de acordo com a Associa��o Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Ao mesmo tempo, figurou no topo do ranking de assassinatos de transexuais – pelo 12º ano consecutivo, conforme o Trans Murder Monitoring – com 124 casos apenas de janeiro a setembro.
Esse � um quadro muito triste. E sabemos o quanto ele se estende tamb�m a outros grupos, como negros e mulheres, quando falamos em preconceito e valoriza��o profissional.
Apesar dessa situa��o, a rea��o a esse cen�rio tem ajudado n�o s� a engajar quem faz parte desses grupos, mas tamb�m a sensibilizar pessoas que atuam na luta por direitos e reconhecimento social e profissional. O reflexo nas empresas � evidente, embora t�mido e localizado. Os grupos de diversidade surgem com o apoio da alta gest�o, por press�o interna ou de fora, para eliminar vieses inconscientes, educar os colaboradores e trazer, por meio da representatividade, a diversidade no ambiente interno, nos neg�cios e no valor da marca.
Hoje, quem faz parte desses grupos dentro de grandes companhias, especialmente as multinacionais, tem a miss�o importante de educar os colaboradores, por meio da comunica��o interna, e estimular a equidade de diretos em outras empresas parceiras e tamb�m em outros pa�ses. Mais do que isso, precisam buscar apoio de outros grupos, que funcionem como aliados contra o preconceito e a discrimina��o.
Pode parecer redund�ncia, mas precisamos buscar maior diversidade dentro da diversidade. � necess�rio unir esfor�os e saber se estamos sendo realmente efetivos em nossas a��es e mensagens, garantindo que elas sejam corretamente entendidas, inclusive por aqueles que n�o fazem parte daquele grupo.
Historicamente, mulheres, negros e pessoas portadoras de defici�ncia lutam contra o preconceito e clamam por equipara��o salarial e equidade de direitos e oportunidades dentro das empresas. E � exatamente isso que os representantes LGBTQIA fazemos. Ent�o, por que n�o unir esfor�os? Aliados s�o parte necess�ria desse processo, para ampliarmos o alcance do di�logo, em um ambiente mais colaborativo.
Sei que nem todos compartilham dessa vis�o. Opini�es tamb�m s�o diversas. Mas a experi�ncia at� aqui tem mostrado que somar nunca foi t�o importante, uma vez que a batalha � dif�cil, longa e cansativa. Aliados e aliadas podem ser cruciais para que consigamos nos aproximar da t�o sonhada, e por enquanto ainda distante, equidade entre todos os seres humanos, independentemente de g�nero, cor, orienta��o sexual, identidade de g�nero, idade ou condi��o f�sica.
