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Estado de Minas editorial

O Brasil que vai � COP-26

Sem a��es efetivas e comprovadas, as propostas brasileiras n�o ser�o bem recepcionadas


16/10/2021 04:00





Um Brasil comprometido com a preserva��o ambiental e disposto a ter maior participa��o na redu��o das emiss�es de efeito estufa, a partir da revis�o dos valores das Contribui��es Nacionalmente Determinadas (NDCs) at� 2030. � essa imagem que os representantes brasileiros pretendem passar aos cerca de 150 l�deres mundiais que estar�o em Glasgow, na Esc�cia, entre 31 de outubro e 12 de novembro, na COP-26, a Confer�ncia das Partes da Conven��o Quadro das Na��es Unidas sobre Mudan�a do Clima (UNFCCC).

O evento � considerado crucial para o controle das mudan�as clim�ticas, cuja temperatura vem aumentando, quando deveria cair. O avan�o do aquecimento na Terra tem sido apontado como causa de fen�menos dram�ticos – terremotos, enchentes, temporais e tantos outros –, que t�m provocado grandes trag�dias no mundo. Inten��es e promessas s�o insuficientes para eliminar as desconfian�as internacionais em rela��o � pol�tica ambiental brasileira.

Nos �ltimos dois anos, a devasta��o da Amaz�nia, do cerrado e do Pantanal mato-grossense tem alcan�ado recordes, sem que haja uma firme rea��o do Estado brasileiro �s queimadas, desmatamentos e invas�es de �reas ind�genas e de preserva��o ambiental por grileiros, garimpeiros e outros tradicionais inimigos do patrim�nio natural do pa�s. Entre 2019 e o ano passado, foram devastados 9.216 quil�metros quadrados (km²) na Amaz�nia. Entre agosto de 2020 e julho �ltimo, foram mais 8.712km², com destacadas contribui��es do Par� (498km²), do Amazonas (402km²) e de Rond�nia (223km²).

O cerrado, reconhecido como ber�o das �guas, s� neste ano, teve 661km² desmatados – um incremento de 84% em rela��o a julho de 2020. No Pantanal, foram queimados 4 milh�es de hectares, uma �rea superior � da B�lgica –, al�m da destrui��o da flora, o ecossistema perdeu 10 milh�es de animais silvestres e 4,6 bilh�es foram afetados pelo fogo.

A realidade ambiental e as pol�ticas p�blicas direcionadas aos povos origin�rios e tradicionais, que desconsideram direitos e tentam suprimir conquistas, como a imposi��o do controvertido marco legal para a demarca��o das terras ind�genas, pouco ou nada contribuem para dar sustenta��o �s inten��es e aos discursos da comitiva brasileira em Glasgow, que ter� � frente o chanceler brasileiro, Carlos Fran�a, e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Mas ambos querem, al�m de conquistar credibilidade, propor a eleva��o da ajuda financeira das na��es desenvolvidas aos pa�ses em desenvolvimento e pobres, inicialmente acertada em US$ 100 bilh�es por ano.

Sem a��es efetivas e comprovadas – combate ostensivo �s queimadas, desmatamentos, garimpos, projetos e recursos destinados ao reflorestamento das �reas devastadas, respeito e pol�ticas voltadas �s popula��es origin�rias e tradicionais, entre outras iniciativas –, as propostas brasileiras n�o ser�o bem recepcionadas na COP-26. Hoje, com os avan�os tecnol�gicos, n�o h� segredos que possam ser guardados em total e absoluta seguran�a.

As perdas ambientais do Brasil desde 2019 assustam. A boiada passou e deixou rastros de destrui��o. A comitiva chegar� a Glasgow com as m�os vazias. Os compromissos verbais ou explicitados em documentos s�o insuficientes. Ou o governo rev�, por meios de iniciativas concretas, a sua rela��o com o patrim�nio natural, ou consolidar� a imagem de p�ria, como defendiam o ex-chanceler Ernesto Ara�jo e seu parceiro Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente.


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