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Estado de Minas artigo

Vale do Jequitinhonha e a fat�dica trag�dia do 9 de dezembro


21/12/2021 04:00

Claugildo de S�
Professor universit�rio, pesquisador, historiador e mestre em educa��o pela Absoulute Christian University – ACU Orlando – Florida – EUA

Al�m daqueles dias tenebrosos, percorri a minha querida cidade de Palm�polis/MG, que foi uma entre tantas atingidas pelas fortes enchentes no Nordeste do estado de Minas Gerais, no Baixo Jequitinhonha. Alguns desses munic�pios pertencem ao “pol�gono da seca”, que h� anos n�o recebia tanta chuva.

O Rio Jucuru�u que transbordou nas �ltimas semanas nasce na zona rural do munic�pio de Felisbugo, e vai levando suas ondas pela zona rural do munic�pio de Rio do Prado, banhando o distrito Vila Formosa e, em Palm�polis, invadindo os bairros Alvorada e Esperan�a, percorrendo o Bairro Nossa Senhora de F�tima (bode), onde suas �guas se espalham intensamente.

Continua seu percurso pelo distrito Dois de Abril, dirigindo-se para a Bahia nos munic�pios de Jucuru�u, Veredas e Prado, do extremo sul da Bahia, despejando suas �guas doces no Oceano Atl�ntico. Toda essa �rea, a devasta��o foi an�mala.

Os seus primeiros habitantes desde os anos de 1910 viviam �s margens do rio e n�o h� hist�ria de que essa trag�dia tenha ocorrido antes. A popula��o nunca passou por tamanha cat�strofe natural.

Segundo algumas pesquisas orais que fiz com Dona J�lia de Filoz�o e Chiquinho do Bode, em 1998 houve uma enchente, por�m, de propor��o muito mais leve.

N�o obstante lembrar que naquela �poca talvez fosse imposs�vel perceber qualquer destrui��o ocorrida como nos �ltimos dias. As casas foram arrastadas pela natureza, porque estavam constru�das l�, no lugar do caminho do rio, j� que as pessoas mais antigas tinham aquela regi�o como uma lagoa, que aos poucos foi se aterrando e dando lugar a resid�ncias, campo de futebol e at� mesmo um posto de sa�de.

O que se tem na realidade � o paternalismo das autoridades pol�ticas ao longo de d�cadas, que vem fechando os olhos para as invas�es de �reas de grande perigo.

O Rio Jucuru�u j� deixou saudades, com as suas enormes ingazeiras, de �guas l�mpidas, onde os primeiros habitantes de 1910 aproveitavam de suas correntes d’�gua apenas para tomar banho, lavar roupas, lavar lou�as e cozinhar. A casa desses moradores eram poucas, e algumas delas possu�am dist�ncia do rio por j� temerem as suas grandes correntezas.

A explora��o ambiental surgiu j� na d�cada de 80, e se intensificou com a emancipa��o pol�tica do ent�o distrito, quando as pessoas se sentiram no direito de construir �s margens do rio. Essas �guas n�o nos invadiram; fomos n�s quem ignoramos que esse rio tem esse percurso.

O sentimento � de tristeza ao ver de perto aquela cat�strofe natural. Felizmente, n�o houve perda humana, mas tive uma sensa��o de que a barragem de Mariana estava estourando outra vez.

Amanheci desolado e cansado, e ao mesmo tempo feliz por viver em uma cidade de cerca de 6 mil habitantes, de uma popula��o extremamente solid�ria e de um povo que n�o perde a f�.

O que estava ao nosso alcance e de muitos foi amanhecer o dia daquela noite salvando pessoas, removendo mob�lia, ajudando no que nos era poss�vel. O descontrole ambiental � uma a��o de responsabilidade humana e, se n�o agirmos com rapidez e prud�ncia, logo ocorrer-se-� novos desastres.


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