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Estado de Minas

"Quem tem fome tem pressa"

Fome, mis�ria e dor n�o t�m partido, n�o t�m ideologia, n�o t�m cor. � sofrimento


05/02/2022 04:00 - atualizado 04/02/2022 19:10

Alexandre Silveira
Senador por Minas Gerais, presidente estadual do PSD
 
 
O soci�logo mineiro Herbert de Souza, o Betinho, um dos maiores s�mbolos de cidadania do pa�s, cunhou no in�cio dos anos 1990 uma frase que entrou para a hist�ria: “quem tem fome tem pressa”. Naquela �poca, o pa�s tinha um contingente de 32 milh�es de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Quase 30 anos depois, era de se esperar que o Brasil, que est� entre as 10 maiores economias do mundo, tivesse superado o flagelo da fome. Infelizmente, n�o.
 
O nosso Brasil, � for�oso reconhecer, adoeceu e empobreceu nos �ltimos anos. A grave crise econ�mica que atravessamos, com infla��o acima de dois d�gitos que voltou a assombrar, o desemprego, que atinge quase 13 milh�es de brasileiros, e o custo de vida elevad�ssimo acabaram empurrando um quarto das fam�lias, mais de 52 milh�es de pessoas, para uma vida de pobreza ou extrema pobreza.
 
Portanto, n�o h� d�vida: a prioridade absoluta do Brasil hoje � trabalhar para minimizar os impactos da crise social que estamos vivendo, consequ�ncia da crise econ�mica, e que tem na fome a sua face mais perversa.
 
Como n�o se chocar quando vemos filas gigantescas com pais e m�es de fam�lia tentando conseguir ossos para alimentar seus filhos? Como n�o se indignar ao ver milhares de fam�lias recorrerem ao velho fog�o de lenha para preparar o alimento dos filhos, pois n�o conseguem comprar um botij�o de g�s, cujo valor representa hoje, em m�dia, 10% do sal�rio m�nimo?
 
Fome, mis�ria e dor n�o t�m partido, n�o t�m ideologia, n�o t�m cor. � sofrimento. E n�o podemos compactuar, aceitar ou nos conformar com cen�rio t�o desolador, que se agravou ainda mais nos �ltimos dois anos por conta da famigerada COVID-19, que s� no Brasil ceifou mais de 630 mil vidas.
N�o h� outro caminho para a busca de solu��es sen�o a uni�o do pa�s – a� inclu�dos classe pol�tica, empresariado, sindicatos, sociedade civil organizada e tantos outros atores fundamentais nessa batalha.
 
N�o esperemos, no entanto, solu��es simples para problemas complexos. O fato � que n�o podemos aguardar mais. � urgente, em primeiro lugar, que a equipe econ�mica do governo reconhe�a a grave situa��o do pa�s. N�o d� para continuarmos nessa ortodoxia. Temos graves desafios para enfrentar: os buracos nas rodovias, as crian�as fora das escolas, as filas nos hospitais e postos de sa�de, a fome, a dor de milh�es de fam�lias carentes deste imenso Brasil. � preciso realizar os investimentos para evitarmos um caos ainda maior.
 
“Mas n�o h� recursos”, argumentam. N�o podemos aceitar que o governo federal use 50% do seu or�amento apenas para rolagem e pagamento de juros da d�vida. De janeiro a novembro do ano passado, conforme dados da Institui��o Fiscal Independente, �rg�o vinculado ao Senado Federal, os gastos com pagamentos de juros da d�vida foram de R$ 394 bilh�es, o que corresponde a 5% do nosso PIB. Inadmiss�vel. � urgente reservar mais recursos do poder p�blico para investir nas �reas mais demandadas pela popula��o e ajudar a fomentar o desenvolvimento.
 
Nossos ouvidos tiveram que escutar, nos �ltimos anos, a cantilena da equipe econ�mica falando da recupera��o em V (para dizer que a economia, ap�s uma queda acentuada, voltaria ao patamar anterior de forma muito r�pida), de uma estabilidade do c�mbio e de um suposto equil�brio fiscal como fonte geradora de justi�a social. Mas onde est� o resultado desse discurso?
 
Na infla��o de 10% ao ano, no pre�o escorchante dos combust�veis, no quilo da carne que o pobre n�o consegue mais comprar? Sabemos que n�o ser�o a��es conservadoras na economia que resolver�o os problemas do Brasil. Sabemos tamb�m que n�o se cura c�ncer com placebo e que doen�a grave exige, n�o raro, inje��o na veia. A inje��o na economia neste momento � investimento nos mais pobres!
 
Portanto, neste momento, mais do que nunca, � preciso criatividade, coragem e ousadia. Milh�es e milh�es de brasileiros est�o passando fome e o quadro, se nada for feito, vai se agravar. E quem tem fome, como bem disse Betinho, n�o pode esperar.
 
Chego ao Senado Federal com esta miss�o: alertar sobre os equ�vocos que est�o sendo cometidos e que prejudicam exatamente aqueles que mais deveriam ser protegidos; colaborar com a busca de solu��es vi�veis para supera��o c�lere desses gargalos; e ajudar a viabilizar um novo rumo para o Brasil, com um crescimento econ�mico que seja sustent�vel a longo prazo, para que tenhamos um pa�s mais justo e inclusivo socialmente.


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