Alberto Andr�
Cofundador e CEO do Plusdin, fintech
de indicadores de servi�os financeiros
O ano de 2022 ainda traz reflexos dos efeitos econ�micos causados pela pandemia da COVID-19. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), de janeiro a dezembro de 2021, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 10,06%, a maior alta em seis anos. Os n�meros ainda retratam um cen�rio de instabilidade para o Brasil, e um novo agravante surgiu para fragilizar ainda mais a economia – a guerra no Leste Europeu.
O Brasil n�o � o �nico que j� enfrentava problemas com a alta dos pre�os de bens de consumo: outras grandes economias mundiais tamb�m sofreram os impactos da infla��o. Os Estados Unidos tiveram a maior alta dos pre�os em 2021 em quase 40 anos, segundo o levantamento do Centro de An�lises Econ�micas dos EUA. Foi uma combina��o de fatores que agravou essa situa��o em escala global, desde quebras nas cadeias de produ��o, interven��es geopol�ticas at� crise hidrel�trica.
Ainda em um cen�rio de desequil�brio econ�mico gerado pela pandemia, o conflito entre R�ssia e Ucr�nia – que j� sinalizava h� um bom tempo uma iminente guerra que, de fato, se consolidou – preocupa a economia global. A eleva��o das commodities � uma das consequ�ncias mais �bvias deste conflito armado, uma vez que a R�ssia � considerada uma das maiores produtoras e exportadoras de petr�leo e trigo para o resto do mundo. O pre�o do combust�vel e as idas ao supermercado, que j� eram inimigos do bolso brasileiro, devem continuar sendo alvos de reajustes. A previs�o � que os pre�os da gasolina – grande vil�o inflacion�rio brasileiro em 2021 – continuem a subir e alguns alimentos tamb�m.
Diante dessa situa��o, mais uma vez, o brasileiro vai precisar enxergar esta nova realidade com uma perspectiva de resili�ncia e oportunidade de rever alguns h�bitos financeiros. Assim, alguns pontos para enfrentar este momento requerem aten��o dos consumidores – despesas autom�ticas, gastos com energia e custos desnecess�rios. At� a infla��o desacelerar, procurar promo��es e descontos, evitar compras sup�rfluas, investir em aplica��es rent�veis e monitorar as finan�as podem ser sa�da para proteger o or�amento. O que muitas pessoas ainda fazem � ignorar a infla��o, mas ela atinge de forma diferente, dependendo da faixa de renda de cada um, e para isso � importante saber qual o destino do seu dinheiro.
O cen�rio econ�mico brasileiro ainda enfrentar� per�odos de turbul�ncia, ainda mais com a corrida eleitoral se aproximando. E, mais uma vez, o brasileiro – que n�o tem mais f�lego para ser resiliente – precisar� continuar revendo gastos, reorganizando prioridades e esperar a turbul�ncia passar.