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Bullying: da v�tima ao espectador


31/03/2022 04:00

Ma�sa Pannuti
Psic�loga, mestre e doutora em educa��o, especialista em psicologia no Centro de Inova��o Pedag�gica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos col�gios do Grupo Positivo


O bullying � um tipo particular de viol�ncia, caracterizado por agress�es sistem�ticas, repetitivas e intencionais contra um ou mais indiv�duos que se encontram em desigualdade de poder, gerando sofrimento para as v�timas, agressores e comunidade. Ele pode ocorrer de v�rias formas, bem como de maneiras combinadas, entre elas o bullying verbal, f�sico, material, psicol�gico, sexual e, um tipo muito espec�fico, que � o virtual ou cyberbullying.
 
Esse �ltimo � praticado por meio de ferramentas digitais e provoca traumas e sofrimento inimagin�veis, uma vez que a propaga��o das difama��es pelo efeito multiplicador das postagens � praticamente instant�nea, n�o havendo possibilidade de exclus�o dos conte�dos. Al�m disso, extrapola os muros da escola e exp�e a v�tima ao esc�rnio p�blico, gerando danos na autoestima e na identidade, de modo que o que poderia ser de car�ter privado torna-se p�blico.
 

A an�lise sobre o bullying n�o pode ficar restrita apenas ao agressor, devendo sempre ser considerada a tr�ade de participantes: o agressor, que � aquele que vitimiza; a v�tima, que � quem sofre repetidamente as consequ�ncias dos comportamentos agressivos; e os espectadores, que s�o aqueles que assistem �s pr�ticas, seja presencialmente ou de forma virtual, muitas vezes se calando por medo de sofrerem repres�lias e ser as novas v�timas.
 
Todas as formas de bullying precisam ser combatidas, assim como todos os envolvidos precisam de orienta��o e de ajuda. � importante considerar que n�o � apenas a v�tima que deve receber apoio, os agressores tamb�m necessitam de orienta��o, assim como os espectadores, que desempenham um papel muito importante, sendo fundamental desenvolver a responsabilidade de que, ao presenciar uma cena de bullying, n�o se deve calar.
 
Os danos para quem sofre, para quem pratica e mesmo para quem testemunha a viol�ncia, muitas vezes, podem ser irrepar�veis, devendo ser destacados: baixo rendimento acad�mico, problemas de autoestima, sensa��o de impot�ncia, desenvolvimento de condutas delinquenciais, problemas psicossom�ticos e transtornos emocionais graves (depress�o; anorexia; bulimia; transtornos de ansiedade; idea��o suicida; e suic�dio).
Alguns sinais de alerta podem ser observados nos envolvidos no bullying: no caso das v�timas, muitas vezes, come�am a apresentar baixo rendimento escolar, assim como fingem estar doentes para faltar � aula; outras sentem-se mal justamente perto da hora de sair de casa. Na escola, podem ficar isoladas e apresentar postura retra�da em sala de aula, mostrando-se tristes, deprimidas ou aflitas.
 
J� os agressores tamb�m podem apresentar alguns indicativos, tais como pouca habilidade social e falta de empatia ao realizarem brincadeiras de mau gosto, as quais podem evoluir para goza��es, risos provocativos, hostis e desdenhosos, assim como tentativas de domina��o dos outros por meio de amea�as diretas ou indiretas, insultos, apelidos pejorativos e agress�es f�sicas.
 
� necess�rio que pais e educadores observem atentamente as crian�as e os adolescentes, uma vez que, por meio de observa��o atenta, escuta ativa e um canal sempre aberto ao di�logo, ser� poss�vel perceber eventuais dificuldades e mudan�as de comportamento, assim como identificar interesses e padr�es de socializa��o.
 
A preven��o e o combate ao bullying s�o de responsabilidade de todos, devendo come�ar pelo exemplo que os adultos devem ser para crian�as e adolescentes. Eles aprender�o a respeitar as diferen�as se conviverem em um ambiente pautado pelo respeito, solidariedade, generosidade e coopera��o, no qual as diferen�as s�o vistas como elementos que enriquecem a sociedade, livres de qualquer tipo de preconceito.
 
De nada adianta a simples puni��o aos agressores, ou apenas a prote��o �s v�timas, se a comunidade n�o se conscientizar de que o bullying � um fen�meno social e multifatorial e que, por isso, deve ser combatido desde sua raiz, o que implica engajamento de todos na constru��o de uma sociedade mais plural e aberta � diversidade.


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