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Estado de Minas

Um novo pacto global do alimento, a oportunidade do Brasil

A humanidade nos pede mais comida e de melhor qualidade; redu��o de perdas e desperd�cio; regenera��o, recupera��o e preserva��o da biodiversidade


06/10/2022 04:00

Alysson Paolinelli
Agr�nomo pela Universidade Federal de Lavras, um dos respons�veis pela funda��o da Embrapa, ex-ministro da Agricultura e atual presidente do F�rum do Futuro


� vital refazer as pazes com a esperan�a. � poss�vel, sim, construir um mundo melhor imediatamente e tecer a l�gica de uma nova ordem econ�mica, social e ambiental que empreste sentido � trajet�ria das Na��es desenvolvidas; das mais pobres; das pessoas – especialmente os jovens, protagonistas do futuro –; e do planeta.

Os imensos os desafios desta era exigem repensar paradigmas pol�ticos, de gest�o e planejamento. E fortes doses de empatia e coragem para aproximar conquistas cient�ficas e tecnol�gicas da realidade nas sociedades. Omiss�o, aqui, n�o � alternativa.

Nesse sentido, o poderoso acervo de saber reunido pelas ci�ncias praticadas na zona tropical pode surpreender. Esse o objetivo do livro  “As Solu��es Sustent�veis que v�m dos Tr�picos”, coordenado pelo Instituto F�rum do Futuro, na pretens�o de instigar uma reflex�o global sobre o potencial transformador desses conhecimentos.

N�o � simples, nem f�cil. Mas, � l�gico, desej�vel e fact�vel.

At� 2050, alguns nexos centrais guiar�o anseios e buscas de solu��es estruturantes: o aumento da popula��o (vamos a perto de 10 bilh�es); e o incremento das demandas: alimentar (200 mil novas bocas a cada dia); de energia, mais 50%; de �gua (mais 40%).

Por�m, nunca tivemos tantos meios cient�ficos e tecnol�gicos para atuar na redu��o da desigualdade, no combate � fome (pre�o dos alimentos) e � infla��o via aumento da oferta; no enfrentamento da transi��o clim�tica, na conten��o de fluxos migrat�rios for�ados.

A agenda do clima n�o � negoci�vel, nem o desmatamento uma op��o. Por�m, no mesmo plano est�o a seguran�a alimentar e a inclus�o social e tecnol�gica.

O Brasil � refer�ncia em democratiza��o alimentar, assentada nos pilares da ci�ncia e do empreendedorismo, resultado concreto do segundo maior salto da oferta de alimentos da hist�ria, nos anos 1970, embora poucos tenham assimilado este fato. 

A humanidade nos pede agora o terceiro salto: mais comida e de melhor qualidade; redu��o de perdas e desperd�cio; regenera��o, recupera��o e preserva��o da biodiversidade; m�tricas seguras de monitoramento de ampla aplica��o; e controle na governan�a de processos sustent�veis (ESG).

Inten��es que o F�rum do Futuro tenta corporificar, na Amaz�nia, em Polos Demonstrativos do Projeto Biomas Tropicais, modelos replic�veis da potencialidade civilizat�ria dessa proposta.

O Brasil disp�e de um acervo tecnol�gico capaz de inserir seus pr�prios exclu�dos (cerca de 4,5 milh�es de estabelecimentos agr�colas) e, ao mesmo tempo, orientar o desenvolvimento sustent�vel de dezenas de milh�es de fam�lias rurais na Am�rica Latina, na �frica e nas estepes asi�ticas.

Com pref�cio do Banco Mundial e introdu��o da FAO, elos internacionais naturais da proposta, o livro traz 40 autores: da Embrapa; do Sebrae (ponte entre o estado da arte das tecnologias e os pequenos e m�dios atores); do CNPq, das universidades USP (Esalq); Unicamp; das federais Ufla, UFV, UFMG e Unir; FGV/Agro, Fundect, Emater-MG, Fapero-RO, Sicoob-RO e do setor produtivo, parceiros do Projeto Biomas, e do F�rum do Futuro.

Dar visibilidade a essas tecnologias quase milagrosas ressignifica o agro tropical, diante da sociedade brasileira e da comunidade global:

a) Impacto M�nimo da Produ��o de Alimentos sobre a Natureza (ILPF) – Para a Esalq/USP, o sistema de integra��o e intensifica��o da  produ��o � capaz de dobrar o volume de alimentos sem promover desmatamentos. Materializa o valor econ�mico da floresta em p�, v�rias vezes maior do que a do extrativismo e da floresta tombada.

b) Sequestro de CO2 – Parte consider�vel das emiss�es globais  pode ser sequestrada para solos do agro regenerativo tropical, indicam estudos de institui��es brasileiras.

c) Gest�o Sustent�vel da �gua – Sistemas modernos de irriga��o ampliam a efici�ncia no uso e a qualidade da �gua. Sustentabilidade/Produtividade.

d) Bioenergia – Brasil, pioneiro no combust�vel de biomassa (o Pr�-�lcool, dos anos 1970), estuda agora a viabilidade de transformar o etanol em hidrog�nio verde.

E h� muito mais.

Na vis�o de Estado, a inclus�o social e tecnol�gica dos povos tropicais � um anseio, mas tamb�m um dever. Cabe redirecionar recursos e energia empregados nas consequ�ncias para focar na origem dos problemas. Condenados ao extrativismo, sem acesso �s tecnologias sustent�veis, pequenos e m�dios produtores s�o for�ados a reproduzir o modelo desmatador, de baixa produtividade e graves efeitos.

Podemos gerar milh�es de empregos. Verticalizada sua produ��o, a Amaz�nia pode se transformar no maior celeiro global de produtos naturais. E disseminar transbordamentos econ�micos, sociais e ambientais a partir das oportunidades de neg�cios e de renda que a bioeconomia tropical oferece. A� o pilar-mestre do pr�ximo ciclo de expans�o do capitalismo brasileiro.

A possibilidade de um alinhamento estrat�gico que redireciona o curso da hist�ria � uma chance singular.

No mercado internacional do trabalho, a bioeconomia � a fatia onde as na��es tropicais podem competir. Esse direito e suas repercuss�es sobre o futuro da humanidade justificam o debate sobre um novo pacto global do alimento.

A inclus�o social e tecnol�gica remove preconceitos, conecta o agro ao projeto contempor�neo de sociedade e o reprograma como ativo num novo mapa da rota civilizat�rio.

� mais barato, estrat�gico e econ�mico incluir pessoas e valorizar a ci�ncia do que pagar a conta do preju�zo hoje compartilhado entre todos. Trata-se de uma mobiliza��o da sociedade, mas � imperioso o reposicionamento do Estado – Executivo, Legislativo e Judici�rio.
Uma grande causa para um dos momentos mais dram�ticos da hist�ria humana.


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