A data de 5 de maio foi escolhida para marcar o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. E n�o � sem motivo. De acordo com entidades ligadas � Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), o h�bito de tomar rem�dio sem prescri��o pode matar 10 milh�es de pessoas por ano at� 2050 em todo o mundo.
No Brasil, segundo pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farm�cia (CFF), quase metade dos brasileiros se automedicam pelo menos uma vez por m�s e 25% usam a pr�tica todo dia ou pelo menos uma vez por semana. Ainda de acordo com o estudo, a automedica��o, com o agravante de n�o ter orienta��o m�dica, � um h�bito comum a 77% dos brasileiros.
Com a pandemia da COVID-19, os especialistas acreditam que o quadro possa ter sido ainda pior, devido a quest�es como o isolamento social, o temor do cont�gio (especialmente nos dois primeiros anos), e a queda nas frequentes idas aos postos de sa�de e a consult�rios m�dicos para a obten��o de prescri��es.
Embora pare�a inofensiva aos olhos de muitas pessoas, “� s� um simples rem�dio para dor de cabe�a”, a automedica��o � uma pr�tica perigosa, especialmente no caso de idosos. Os riscos incluem altera��o na absor��o das subst�ncias, no transporte pelo sangue, na quantidade de doses, na metaboliza��o pelo corpo e consequente elimina��o, e no consumo de superdoses ou esquecimento de alguma dose.
Muitos dos idosos, inclusive, fazem tratamentos que envolvem profissionais de v�rias �reas da medicina – neurologista, cardiologista, geriatra, psiquiatra, entre outros – e, h� grandes chances, de um rem�dio interferirna efic�cia de outro.
Segundo a Associa��o Brasileira das Ind�strias Farmac�uticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente no Brasil por causa da automedica��o.
Um outro fen�meno que envolve o uso inadequado de medica��o � a polifarm�cia, ou seja, o uso concomitante e rotineiro de quatro ou mais medicamentos – com ou sem prescri��o m�dica. Essa condi��o � vista mais comum entre pacientes portadores de doen�as cr�nicas e em decorr�ncia do envelhecimento que, em muitos casos, exige a utiliza��o de m�ltiplos medicamentos.
M�ltiplos rem�dios podem incluir mais de um para a mesma fun��o, pode ocorrer intera��o medicamentosa (com perda de efeito de um ou mais), rea��es adversas, intoxica��o por superdose, inefic�cia de um ou mais componentes e op��es contraindicadas para a condi��o cl�nica ou faixa et�ria do paciente.
E sem falar nas ervas, ch�s, �leos e sugest�es de familiares, vizinhos e amigos, que podem harmonizar com os medicamentos alop�ticos, mas n�o sem supervis�o.
Nunca � demais refor�ar que a prescri��o de um medicamento deve ser feita por um profissional m�dico, al�m de refor�ar a import�ncia de uma revis�o frequente das medica��es em uso, com supervis�o dos familiares e orienta��o do m�dico. � ele quem ter� uma vis�o ampla da situa��o, o hist�rico de sa�de e o estado atual do paciente.