Juliana Guimar�es
Oftalmologista e diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimar�es
Um acidente de tr�nsito muda a vida dos envolvidos para sempre. A campanha mundial do “Maio Amarelo”, focada em alertas sobre os cuidados no tr�nsito, divulga informa��es para conscientizar a popula��o em rela��o ao elevado n�mero de problemas com carros e as ocorr�ncias fatais nas estradas, deixando o Brasil no quinto lugar do ranking mundial. A sensibiliza��o dos brasileiros � essencial, principalmente, considerando as particularidades e cuidados dos acidentes em rela��o � sa�de ocular.
Uma das primeiras preocupa��es decorrentes de um acidente no tr�nsito, ap�s eliminar o risco de vida, segue pelos tratamentos dos ferimentos ou fraturas. A verdade � que os olhos, raramente, s�o avaliados, por�m, a situa��o pode provocar diversos problemas futuros devido ao atraso no diagn�stico e tratamento dessas les�es.
Mesmo sendo fundamental e projetado para salvar vidas, o airbag tamb�m apresenta riscos, ainda que usado corretamente, ou seja, junto com o cinto de seguran�a. Os profissionais respons�veis pelo desenho e desempenho do produto, constantemente, estudam maneiras de deix�-lo mais seguro. As consequ�ncias desse uso tamb�m s�o motivos de pesquisas m�dicas para analisar os impactos faciais, uma vez que o equipamento leva apenas 30 mil�simos de segundo para expandir, a uma velocidade de 300km/h.
Um estudo da Fundaci�n Mapfre, atrav�s de seu Instituto de Seguran�a Vi�ria, na Espanha, analisou os efeitos e les�es oculares e orbit�rias. O levantamento avaliou as colis�es de baixa velocidade com v�timas usu�rias de �culos, verificando o risco de ocorr�ncia de les�es em alguns casos.
O principal motivo est� relacionado � postura dos condutores e � forma como o banco est� posicionado em rela��o ao volante. A recomenda��o � ficar a 45 cent�metros de dist�ncia, por�m, a m�dia utilizada pela maioria � 42,5 cent�metros, dist�ncia contada a partir dos olhos.
Quem usa �culos pode ter um determinado grau de les�o, variando tamb�m, conforme o material, desde a arma��o at� o vidro das lentes. Uma s�rie de testes foram feitos a 30km/h e, a maioria dos �culos de arma��o completamente fechada, permaneceu parada no rosto, permitindo prote��o ocular, mas algumas se quebraram.
A recomenda��o, ap�s todas essas demonstra��es, � que os motoristas devem usar arma��es fechadas e evitar lentes de vidro mineral, eliminando um maior risco de estilha�amento e perfura��es durante um acidente. Deve-se verificar o qu�o s�lido e resistente � o produto, detalhes que s�o fornecidos pelo fabricante.
Outro alerta crucial fica para quem j� passou por procedimentos, como cirurgias de catarata, refrativas ou glaucoma, apresentando maiores chances de les�es graves. Os acidentes de tr�nsito ainda causam outros problemas oculares, como incha�os, fraturas, descolamento de retina, ceratite (queimadura por contato com produtos qu�micos dos airbags) e o hifema, um tipo de hemorragia interna na c�mera do olho e que pode levar a cegueira. Mesmo com a aus�ncia aparente de um ferimento ocular, a recomenda��o � sempre consultar um oftalmologista o mais r�pido poss�vel, depois de um acidente.