Todos os anos milhares de pessoas no Brasil s�o diagnosticadas com hepatites virais, um grave problema de sa�de p�blica no pa�s e no mundo. A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) instaurou como meta a redu��o de novas infec��es em at� 90% dos casos at� 2030 – um objetivo altamente audacioso, se analisarmos os n�meros registrados da doen�a no territ�rio nacional.
Hoje (28/7), Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais, � oportuno refletir sobre as melhores estrat�gias de preven��o para reduzir a incid�ncia e mortalidade dessas inflama��es no f�gado. De acordo com dados divulgados pelo Minist�rio da Sa�de, de 2000 a 2021 foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no pa�s, sendo o tipo C o mais reconhecidamente letal. De 2000 a 2020, foram 62.611 mortes associadas a essa hepatite, representando um total de 76,2% do total de mortes por hepatites virais.
No entanto, o combate � doen�a requer conscientiza��o e educa��o em sa�de, j� que alguns tipos ainda s�o pouco conhecidos pela popula��o. Ao contr�rio da hepatite C, muito discutida entre os especialistas, a hepatite D ou delta, embora seja um tipo dos mais perigosos (mas com incid�ncia considerada baixa), ainda � pouco debatida entre a popula��o.
A hepatite delta est� associada � presen�a do v�rus B da hepatite para causar a infec��o e inflama��o das c�lulas do f�gado. Por estar altamente ligada � presen�a do v�rus da hepatite B, � potencialmente capaz de aumentar o risco de c�ncer, por isso a popula��o deve estar atenta �s formas de preven��o, que envolvem a busca por imunizantes contra o tipo B e o uso de preservativos nas rela��es sexuais, por ser o principal meio de transmiss�o.
Segundo os dados do Sistema de Informa��o de Agravos de Notifica��o (Sinan), o Brasil registrou mais de 700 mil casos confirmados de hepatites virais, entre 2000 e 2021. Destes, a maioria � referente � hepatite C (38,9%), seguida pelas hepatites B (36,8%) e A (23,4%), enquanto os quadros de hepatite delta n�o passam de 1%. Ainda assim, levam a um quadro da doen�a na forma cr�nica, podendo evoluir para cirrose e c�ncer de f�gado. Outra curiosidade � que sua incid�ncia � maior no Norte do pa�s, o correspondente a 73,7% dos casos. Os outros tipos – A e E – tamb�m s�o provocados por agentes infecciosos diferentes.
Por outro lado, as hepatites s�o doen�as silenciosas e, assim como determinadas patologias decorrentes, por exemplo, do excesso de colesterol ou glicose, tamb�m s�o silenciosas e costumam apresentar sintomas j� em est�gios avan�ados. Pele amarelada ou perda intensa e repentina de peso, ao lado de febre, incha�o, dor abdominal e cansa�o, s�o sintomas que n�o podem ser desconsiderados.
O que n�o pode deixar de ser dito � que � fundamental que a comunidade m�dica solicite ao paciente a sorologia nos exames de rotina, al�m de orient�-lo sobre a imuniza��o para preven��o das hepatites A e B. A vacina��o da hepatite A, dose �nica, deve ser aplicada aos 15 meses e para hepatite B, ao nascer, mas o esquema vacinal deve ser completado na adolesc�ncia e fase adulta, de acordo com a situa��o vacinal. Todas previstas no Calend�rio Nacional de Vacina��o dispon�veis na rede p�blica.
Vale lembrar ainda que hepatites podem ser causadas ainda por outros v�rus ou bact�rias, ou at� mesmo pelo uso excessivo de medicamentos ou ingest�o de bebidas alco�licas.