Um acidente banal, um atropelamento na faixa de pedestres, ocorrido na Rue des �coles, Paris, em 25 de fevereiro de 1980, aciona a sucess�o de eventos e infec��es hospitalares que levariam � morte, em 26 de mar�o do mesmo ano, um dos maiores intelectuais do s�culo 20, Roland Barthes (1915-1980). Constru�da e detalhada a partir dos instantes que precederam o atropelamento, foi pela morte de Barthes que a escritora francesa Tiphaine Samoyault, professora de literatura geral e comparada na Universidade de Paris III, abriu esta que pretende ser a biografia conclusiva, definitiva de um intelectual de tantas facetas, considerado um dos maiores do s�culo 20. Publicada em 2015 pela �ditions du Seuil (Fran�a), por ocasi�o do centen�rio de nascimento de Barthes, � um trabalho elogiado por seu vi�s acad�mico e erudi��o, que recebeu o grande pr�mio de ensaio da Societ� des gens de Lettres. “Roland Barthes” chega ao Brasil pela Editora 34, com tradu��o de Sandra Nitrini e Regina Salgado Campos.
Sob consentimento de Michel Salzedo, irm�o de Barthes, Samoyault teve acesso ao in�dito fich�rio-di�rio do biografado, alimentado durante toda a sua vida intelectual, assim como a outros documentos pessoais como manuscritos, cartas e agendas. Entre as muitas contribui��es para a biografia, Samoyault destaca �ric Marty, editor de “Obras completas de Roland Barthes” (Paris, Seuil, 1993 e 2002), cuja publica��o reuniu, organizou e lan�ou luz sobre textos in�ditos dispersos em publica��es de menor acesso, que revelam os “deslocamentos” de Barthes em sua trajet�ria intelectual. Samoyault n�o produziu uma obra de f�cil leitura, j� que, para al�m da vida de Barthes, discute a obra dele, detalhando interlocutores do autor, as repercuss�es e debates em torno de seus textos, apontando para o contexto em que nasceram as ideias e teorias. Segundo a bi�grafa, situar-se no tempo da escritura permite esclarecer a obra de Barthes de outra forma, perceber de dentro uma hist�ria intelectual, mesmo evidenciando o seu poder de reflex�o sobre nossa �poca.
N�o por acaso, a biografia de f�lego avan�a, por mais de 600 p�ginas, a partir da �ltima batida do cora��o do escritor em um hospital parisiense. A obsess�o pela morte, contra a qual a escritura luta incessantemente, foi um tema recorrente na obra de Roland Barthes. “A morte conduz � escritura e justifica a narrativa da vida. Ela come�a e recome�a o passado, faz emergirem formas e figuras novas. � porque algu�m morre que come�amos a contar a sua vida. A morte recapitula e congrega. Raz�o pela qual comecei esta vida por sua narrativa. Se rompe com a vida e de certa maneira a ela se op�e, a morte � ao mesmo tempo id�ntica � vida como narrativa. As duas s�o o resto de algu�m, o resto que � ao mesmo tempo um suplemento e que n�o substitui”, esclarece Samoyault.
Diferentemente de biografias liter�rias, em que a vida de um autor invariavelmente � narrada para conduzir o leitor � sua obra, Samoyault enfatiza os perigos de se tentar explicar o trabalho de Barthes por meio de sua vida, ou vice-versa, considerando serem estas duas “realidades heterog�neas”, que podem concorrer entre si, e por vezes ter encontros conflitantes. A vida de um escritor se compreende tamb�m pelas faltas e lacunas que lhe s�o subjacentes, acredita Samoyault. E a exist�ncia de Barthes acumulou um sem-n�mero delas: “A morte do pai; o par�ntesis: o sanat�rio; o oculto: a homossexualidade; o descont�nuo: a escritura fragment�ria; a falta final: o acidente besta. Esses buracos, essas car�ncias, demandam a narrativa, o preenchimento, a explica��o”, escreve Samoyault.
Obsess�o pela morte
Ao mesmo tempo em que procura pontuar a diferen�a entre viver, pensar e escrever, Samoyault aponta para a unidade da narrativa em torno do desejo e paix�o de Barthes pela escrita – o que invoca um poder de projeto intelectual. “Essa unidade � apoiada em cesuras e aus�ncias que criam efeitos de ruptura ou de reviravolta. Ela tamb�m � submetida a fen�menos de discord�ncia que tornam Barthes contempor�neo de v�rios tempos”, afirma Samoyault. Algumas palavras s�o fios condutores de todo o percurso: “A do�ura, a delicadeza, o dilacerante... e o amor materno como guia subterr�neo de todo o itiner�rio; na outra extremidade, a obsess�o pela morte, que leva a escrever, mas tamb�m entalha a vida com regularidade”. Um outro princ�pio orienta a narrativa, acrescenta Samoyault: “voltar a dar ao ritmo e ao movimento da escritura sua din�mica vital, inscrita na respira��o, no corpo, no acaso da exist�ncia”, o que implica entrar no tempo da produ��o do pensamento e dos textos.
Barthes e a sua obra s�o objeto de diversas biografias: Louis-Jean Calvet (“Roland Barthes, uma biografia”); Marie Gil (“Roland Barthes, au lieu de la vie”), faz cr�tica de cunho intelectual; Herv� Algalarrondo, em maior �nfase no homem e n�o na obra, aborda a intimidade dos �ltimos dias de Barthes; em “Roland Barthes, uma biografia intelectual”, a professora Leda Ten�rio da Motta, do Programa de Estudos P�s-Graduados em Comunica��o e Semi�tica da PUC/SP, explora a universalidade das ideias de Barthes. Este tamb�m � evocado em personagens de diversos romances, o que revela, nas palavras de Samoyault, certo “rolandismo” – uma rela��o com um sujeito que volta sem cessar � sua vida como a uma sucess�o de figuras – analogia ao “marcelismo”, express�o cunhada por Barthes para se referir a Marcel Proust. Tal fasc�nio talvez se deva pelo fato de a exist�ncia de Barthes ter acumulado tantas lacunas, diz Samoyault. Mas tamb�m, e sobretudo, conforme sublinha ela, porque a obra de Barthes denota a profunda rela��o da vida com a escritura. “Como se ele tivesse uma chave, um abre-te s�samo que permitisse descerrar v�rias portas ao mesmo tempo, a de sua pr�pria busca e a do desejo de escrever de cada um”.
Por paradoxal que possa parecer o lan�amento deste novo livro sobre Roland Barthes, este manteve uma rela��o ambivalente com as biografias: denominava-as como um “romance que n�o ousa dizer o seu nome”. N�o era o �nico a faz�-lo: Pierre Bourdieu, por exemplo, considerava uma ilus�o a ideia de historicidade do sujeito marcada pela linearidade. Barthes, em seus textos, manifesta desejo por signos da vida que salientam o seu apego, paix�o quase sensual pela literatura. Registrou ele: “(...) se eu fosse escritor, j� morto, como gostaria que minha vida se reduzisse, pelos cuidados de um bi�grafo amigo e desenvolto, a alguns pormenores, a alguns gostos, a algumas inflex�es, digamos: ‘biografemas’, cuja distin��o e mobilidade poderiam viajar fora de qualquer destino e vir tocar, � maneira dos �tomos epicurianos, algum corpo futuro, prometido � mesma dispers�o”.
A op��o pelos “biografemas”
As anota��es de Barthes, que a partir de 1971 denomina “biografemas”, s�o, nas palavras de Samoyault, “brilhos de vida, de singularidade, que remetem aos corpos dos sujeitos evocados”, os detalhes e a dispers�o destes nos quais se faz uma pessoa. Segundo o pr�prio Barthes, em “Sade, Fourier, Loyola” (1971), “um pouco como as cinzas que se atiram ao vento ap�s a morte”. Sob a forma de aforismas, em “Roland Barthes por Roland Barthes” escreveu a sua autobiografia – em que pese se enuncie na ep�grafe como um personagem ficcional, � da pr�pria exist�ncia, espalhada em fragmentos que trata, assim situando o seu livro no campo da literatura. A obra foi aclamada como p�s-moderna e implica��es te�ricas compar�veis colocadas por Sartre na autobiografia “Les Mots” (1964).
A teoria barthesiana evolui e se transforma ao longo dos anos – com alguns temas recorrentes, entre os quais o realismo, ou seja, a representa��o da realidade na arte, sobretudo na arte verbal, a literatura. Considerando o realismo uma ideia moral, em 1956, Barthes publica o artigo “Novos problemas do realismo”, em que afirma ser ele uma escolha do escritor no modo de representar a realidade. Nesse sentido, Barthes nutre prefer�ncia por escritores que rompem com paradigmas e a autoimagem da sociedade burguesa, como �mile Zola (1840-1902), Charles Baudelaire (1821-1867) e Gustavo Flaubert (1821-1880): autores que enfatizam aspectos n�o admitidos, mas desvendados na literatura. Barthes tamb�m aprecia a teoria do distanciamento e dramaturgia de Bertold Brecht (1898-1956), a quem considera um marxista sens�vel aos signos. Ao mesmo tempo em que aponta o perigo do moralismo na ideia da justi�a pol�tica contida no realismo socialista – considera-o progressista na inten��o (estrutura), mas burgu�s na forma, Barthes indica o seu contraponto, o romance do absurdo e o noveau roman, livre da forma e burgu�s na estrutura, ao se colocar como apol�tico.
Nos anos 1970, Barthes passa a considerar que a linguagem jamais ser� realista, porque existe, entre o signo e o seu referente, a significa��o – e esta passa pelo leitor. Em sua primeira aula no Coll�ge de France, no qual ingressou em 1977, Barthes assinalou sobre o realismo: “O real n�o � represent�vel, e � porque os homens querem constantemente represent�-lo por palavras que h� uma hist�ria da literatura.”
Muitas faces e uma paix�o
Fil�sofo, te�rico da literatura, cr�tico teatral e liter�rio, semi�logo, professor, te�rico da fotografia, intelectual que transitou entre ci�ncias e g�neros liter�rios – do marxismo �s correntes estruturalista e subjetivista –, Roland Barthes foi um homem de muitas facetas, mas �nico em sua dedica��o � escrita. Foi um autor com impressionante poder de antecipa��o, que pensou uma nova ordem do mundo e dos saberes, que seguem d�cadas depois como campo para a explora��o e pesquisa: o fim do livro, o fragmento, a retirada da argumenta��o l�gica, o hipertexto, a nova mecanografia da mem�ria. Uma mente fascinante, ainda hoje segue objeto de diversas biografias e personagens de romances.
Nasceu em 1915, em Cherbourg, na Fran�a, descrita como “simples escala da tropa para meu pai, oficial da Marinha mercante, mobilizado como oficial da Marinha de guerra”. No ano seguinte, o pai de Barthes, comandante da traineira Montaigne, em patrulha no mar do Norte, � altura do cabo Gris-Nez, “o barco em que ele est� � afundado pelos alem�es”. Tinha 11 meses. Ao lado de sua m�e, Henriette Binger Barthes, atravessou uma inf�ncia de priva��es. O relacionamento de Barthes com a m�e, com quem viver� por toda a sua exist�ncia, � intenso. Quando esta morre, em 1977, ele afirma: “Um luto cruel, um luto �nico e como irredut�vel, pode constituir para mim este ‘cume do particular’, de que falava Proust; embora tardio, esse luto ser� para mim o meio de minha vida; porque o ‘meio da vida’ talvez nada mais seja do que o momento em que se descobre que a morte � real, e j� n�o apenas tem�vel.”
Roland Barthes sofre a ang�stia de ocultar da m�e, muito mais do que do resto da sociedade, a sua orienta��o sexual. Depois de uma paix�o fugaz de “dez minutos” (na descri��o do pr�prio Barthes) por uma bailarina espanhola, ele vive a sua homossexualidade numa �poca em que as condena��es e os preconceitos eram sum�rios. Segundo estudiosos da obra de Barthes, a descoberta e a pr�tica conduzem-no a um dos seus maiores interesses e refer�ncias liter�rias: Andr� Gide (1869-1951).
Sartre e Brecht no sanat�rio
Barthes teve uma trajet�ria intelectual at�pica, pois, em decorr�ncia da tuberculose, ficou internado num sanat�rio entre 1934 e por per�odos intermitentes at� 1940, em sucessivas reca�das. Nesse tempo de afastamento, leu grande parte dos autores que o influenciaram: Jean Paul Sartre (1905-1980), Bertold Brecht (1898-1956), Jules Michelet (1798-1874). Ainda na d�cada de 1940, ao superar a doen�a, trabalhou na Universidade de Alexandria, no Egito. Foi nos anos 1950 que desponta como ensa�sta liter�rio, ao lan�ar o original “O grau zero da escritura” (1953), al�m de cr�tico de teatro e autor de artigos em que decifra e aponta os mitos da sociedade francesa contempor�nea, reunidos em “Mitologias” (1957). Nessa obra, bastante popular, Barthes anota com precis�o semiol�gica e humor contagiante os mais variados temas do imagin�rio social, da publicidade dos produtos de limpeza � iconografia da “Volta � Fran�a em bicicleta”, tamb�m analisando os lugares-comuns dos discursos populistas da �poca.
Barthes se tornou, nos anos 1960, orientador de pesquisas na parisiense �cole Pratique des Hautes �tudes en Sciences Sociales. Ali se destacou como uma das vozes mais influentes do estruturalismo: “Ensaios cr�ticos” (1964); “Elementos de semiologia” (1965), “Sistema da moda” (1967). O pensamento �gil e o rigor anal�tico e filos�fico abriram espa�os de reflex�o sobre objetos, comportamentos e valores da chamada “sociedade de consumo”.
Em 1967, Barthes publicou “A morte do autor”, em que elege o leitor como aquele quem, de fato,” empresta significado ao texto. Que tipo de contribui��o tais insights nos revelam meio s�culo depois, em tempos de p�s-verdades? Nas palavras de Barthes, um apaixonado pela escrita: “Assim se revela o ser total da escrita: um texto � feito de escritas m�ltiplas, sa�das de v�rias culturas e que entram umas com as outras em di�logo, em par�dia, em contesta��o; mas h� um lugar em que essa multiplicidade se re�ne, e esse lugar n�o � o autor, como se tem dito at� aqui, � o leitor: o leitor � o espa�o exato em que se inscrevem, sem que nenhuma se perca, todas as cita��es de que uma escrita � feita; a unidade de um texto n�o est� na sua origem, mas no seu destino, mas este destino j� n�o pode ser pessoal: o leitor � um homem sem hist�ria, sem biografia, sem psicologia; � apenas esse algu�m que tem reunidos num mesmo campo todos os tra�os que constituem o escrito”.
Fragmentos amorosos
Em 1977, Barthes publicou “Fragmentos de um discurso amoroso”, tratado que ainda ecoa por seu car�ter pioneiro e fundamental: retira o amor do discurso da sexualidade, que integra a linguagem contempor�nea e, sobretudo, conforme anota Samoyault: o retira da diferen�a entre sexos, dessa forma, reativando “a for�a sonhadora do amor rom�ntico no espa�o da homossexualidade”, em que a diferen�a � contingente, n�o � fundadora. Ao acessar o autobiogr�fico, abre as possibilidades para toda uma comunidade. “Se Barthes cuidou de abstrair seus pronomes o bastante para fazer de sua descri��o do amor um discurso com o qual cada um, cada uma, pode se identificar (mesmo se localizarmos aqui e ali vest�gios da situa��o pessoal do autor), � porque certas estruturas do discurso amoroso transcendem a quest�o da diferen�a sexual.
“Mas a for�a do livro tamb�m vem do fato de que concerne � homossexualidade e que esta pode ter a ver com o amor-paix�o, enquanto costuma ser empregada na linguagem da sexualidade (mesmo em Proust)”, afirma a bi�grafa. Nas palavras do pr�prio Barthes: “A necessidade deste livro funda-se na considera��o seguinte: o discurso amoroso � hoje de uma extrema solid�o. Tal discurso talvez seja falado por milhares de sujeitos (quem pode saber?), mas n�o � sustentado por ningu�m; � completamente relegado pelas linguagens existentes, ou ignorado, ou depreciado ou zombado por elas, cortado n�o apenas do poder, mas tamb�m de seus mecanismos (ci�ncia, saberes, artes). Quando um discurso � assim lan�ado por sua pr�pria for�a na deriva do inatual, deportado para fora de toda gregariedade, nada mais lhe resta al�m de ser o lugar, por ex�guo que seja, de uma afirma��o”.
Ao analisar “Fragmentos de um discurso amoroso” , Samoyault considera a combina��o de diferentes m�todos empregados por Barthes para fazer do romance o objeto de um tratado, de um ensaio fragment�rio e reflexivo, o que, ao mesmo tempo em que lhe confere lirismo, n�o abole a dimens�o filos�fica do “eu” empregado: a an�lise estrutural (o par formado pelo enamorado e o amado constitui uma estrutura de conjunto e o discurso amoroso � apresentado como um conjunto de estruturas); a semiologia (o amor transforma tudo em signo); e a dimens�o do imagin�rio. “Barthes prop�e uma reflex�o sobre o amor que n�o tinha precedente recente e que mostra que o amor n�o � um assunto reservado aos espa�os menosprezados, mas pode ser um objeto de pensamento”, afirma a bi�grafa. Esse tratado sobre o amor foi um best-seller e se segue ao “O prazer do texto” (1973), “Roland Barthes por Roland Barthes” e “S/Z” (1970), que marcam os anos 70, em que Barthes inicia uma fase de escrita mais marcantemente pessoal.
“A c�mara clara” (1980), �ltimo livro publicado por Barthes em vida, marca as rela��es profundas entre a fotografia, a escrita e o luto vivenciado por Barthes com a morte da m�e. Em que pese as reflex�es te�ricas sobre a fotografia, cujos elementos foram classificados segundo os termos propostos – studium (a cultura, o tema da foto); punctum (a emo��o); operator (o fot�grafo, em seu olhar); e o spectator (aquele que olha a foto e a interpreta) –, nessa obra Barthes procura elaborar o luto, ou seja, ao abordar a fotografia ele procura resolver a morte daquela pessoa que mais amou na vida: “Ela, t�o forte, que era minha lei interior, eu a vivia para acabar como minha crian�a feminina. Eu resolvia, assim, � minha maneira, a Morte”. Nas palavras de Barthes: “A foto do ser desaparecido vem me tocar como os raios retardados de uma estrela. Uma esp�cie de v�nculo umbilical liga a meu olhar o corpo da coisa fotografada: a luz, embora impalp�vel, � aqui um meio carnal, uma pele que eu partilho com aquele ou aquela que foi fotografado”. Ao final da obra, Barthes promove o encontro de sua reflex�o sobre a fotografia e a convers�o que o leva � vita nova: “Eu reunia em um �ltimo pensamento as imagens que me haviam ‘pungido’ (j� que essa � a a��o do punctum) (...) Atrav�s de cada uma delas, infalivelmente, eu passava para al�m da irrealidade da coisa representada, entrava loucamente no espet�culo, na imagem, envolvendo com meus bra�os o que est� morto, o que vai morrer, tal como fez Nietzsche, quando, em 3 de janeiro de 1889, lan�ou-se a chorar ao pesco�o de um cavalo martirizado: enlouquecido por causa da piedade”.
Principais obras de Barthes
- “O grau zero da escritura” (1953)
- “Michelet” (1954)
- “Mitologias” (1957)
- “Sobre Racine” (1963)
- “Elementos da semiologia” (1964)
- “O imp�rio dos signos” (1970)
- “S/Z” (1970)
- “Sade, Fourier, Loyola” (1971)
- “A morte do autor” (1971)
- “O grau zero da escrita seguido de novos ensaios cr�ticos” (1972)
- “O prazer do texto” (1973)
- “Roland Barthes por Roland Barthes” (1975)
- “Po�tique du r�cit” (1977)
- “O neutro” (cursos e semin�rios no Coll�ge de France entre 1977 e 1978)
- “Fragmentos de um discurso amoroso” (1977)
- “A prepara��o do romance” (curso apresentado no Coll�ge de France entre 1978 e 1980)
- “Marcel Proust” (1980)
- “A c�mara clara” (1980)
- “O rumor da l�ngua” (1984) *
- “Obras completas” (1993)*
*Publica��o ap�s a morte de Barthes
- “Roland Barthes – Biografia”
- Tiphaine Samoyault
- Tradu��o de Sandra Nitrini e Regina Salgado Campos.
- Editora 34
- 616 p�ginas
- R$ 98
