Ex-presidentes, mas separados na ades�o ao Planalto, os senadores Itamar Franco (PPS-MG) e Jos� Sarney (PMDB-AP) travaram uma disputa verbal e protagonizaram os melhores momentos da vota��o do sal�rio m�nimo no Senado. Primeiro, Sarney e Itamar trocaram farpas porque o mineiro acusou o peemedebista de atropelar o regimento para favorecer o governo na vota��o.
Superado o embate, foi a vez de Sarney sair em defesa de Itamar, que digladiava com o l�der do governo, Romero Juc� (PMDB-RR). Para Itamar, Sarney n�o poderia ter permitido a vota��o simb�lica do regime de urg�ncia do projeto do sal�rio m�nimo. "� na boa f� que estou levantando essas quest�es regimentais", minimizou o mineiro. Sarney n�o conteve a irrita��o e retrucou que a maioria concordou com a vota��o simb�lica. "N�o o fiz porque ningu�m protestou a respeito disso. Pe�o desculpas a Vossa Excel�ncia", respondeu. "H� 16 anos havia muito mais respeito da maioria para com a minoria", rebateu Itamar. Depois foi a vez do embate entre Itamar e Juc�. O socialista perguntou ao governista como tinha coragem de oferecer �s fam�lias brasileiras um sal�rio m�nimo de R$ 545. "Vossa excel�ncia parece que est� brincando", provocou. Em seguida, lembrou uma passagem do governo do general Jo�o Figueiredo. "Uma vez perguntaram para um presidente o que faria com um sal�rio m�nimo, sabe o qu� ele respondeu?", perguntou a Juc�. O peemedebista devolveu: "Que daria um tiro na cabe�a". Em seguida, lembrou a Itamar que ele assinou uma lei dando um reajuste irris�rio ao sal�rio m�nimo quando era presidente da Rep�blica. Foi a vez de Sarney intervir a favor do seu sucessor no Planalto: "Senador Juc�, por favor, n�o personalize o debate". Quando o debate descambava para um "vale-tudo", o l�der do PT, Humberto Costa (PE), deu a senha para Sarney desviar a cena para a tribuna: "Presidente, vamos acabar com os debates paralelos e come�ar logo a discuss�o da mat�ria", apelou.