O PMDB come�ou uma s�rie de contatos para pressionar o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles a assumir o comando da Autoridade P�blica Ol�mpica (APO). O partido acredita que Meirelles tem tudo para, ao longo do processo, tomar conta da organiza��o das Olimp�adas de 2016, de forma a colocar ali n�o s� o nome dele como administrador, mas o do PMDB. A APO ter� em torno de 400 cargos comissionados e cuidar� de investimentos estimados em R$ 30 bilh�es. Meirelles, embora esteja animado, � gato escaldado. Depois de ver v�rios projetos desfeitos ao longo dos �ltimos oito anos, prefere a cautela antes de autorizar qualquer an�ncio. Afinal, de 2003 para c�, Meirelles pulou de deputado federal eleito pelo PSDB para presidente do BC. Cogitou concorrer ao governo de Goi�s em 2006, mas mudou de ideia e permaneceu no banco. Em 2009, foi apontado como o preferido do presidente Lula para compor a chapa com Dilma Rousseff. Terminou preterido pelo mesmo PMDB que agora assina embaixo o convite feito para a APO.
Para evitar novas frustra��es, o ex-presidente do Banco Central quer esperar a aprova��o da Medida Provis�ria votada semana passada na C�mara. O texto chegou ontem ao Senado e j� provocou pol�mica. O primeiro petardo partiu justamente de um senador do PMDB, o ex-governador do Paran� Roberto Requi�o. ''O projeto que a C�mara votou � uma gra�a! Quando chegou aqui, me impressionei com o tamanho do absurdo e consultei a assessoria da lideran�a do PMDB na C�mara, que me informou que ele n�o tinha sido votado na integralidade. Mas foi'', disse Requi�o, indignado. O senador paranaense chegou a comparar os poderes do comandante da Autoridade P�blica Ol�mpica aos do ditador l�bio sob amea�a de destitui��o: ''A MP estabelece que a Presid�ncia da Autoridade Ol�mpica ter� prerrogativas das quais Kadafi teria inveja. Por que o presidente da Autoridade Ol�mpica n�o pode ser demitido por quem o nomeou? Ele � inamov�vel e s� pode ser afastado por flagrante delito, pela ren�ncia ou pela morte. Kadafi provavelmente se entusiasmaria com a possibilidade de, saindo da L�bia, assumir uma autoridade ol�mpica dessa natureza'', bradava Requi�o, destilando ironias. ''Nem o presidente da Rep�blica, depois de nome�-lo, poder� remov�-lo. E essa autoridade n�o se submete ao menos ao crivo do Senado. O meu amigo, o presidente Lula, chamaria isso de maracutaia''. Rea��es como essa de Requi�o fazem com que Meirelles se mantenha recolhido at� para evitar constrangimentos, mas, como o governo tem maioria, a expectativa � de que a MP seja aprovada sem problemas. Compensa��es Al�m da APO, o PMDB aguarda outros cargos para compensar alguns que foram perdidos. Ontem, por exemplo, depois de perder o comando da Eletrobras - posto que pretendia manter - o PMDB viu o ex-presidente da empresa Jos� Antonio Muniz Lopes, indicado por Jos� Sarney, nomeado diretor de Transmiss�o. Valter Cardeal ficou com a diretoria de Gera��o. A diretoria de Tecnologia, ocupada por Ubirajara Meira, foi extinta. Suas fun��es acabaram pulverizadas entre a de Gera��o e a nova diretoria de Transmiss�o. Os outros diretores continuam. Pedro Hosken na de Distribui��o; Miguel Colassuono na de Administra��o e Armando Casado na Financeira.