Comiss�o da Verdade � d�vida do Estado, diz ministra

Ao falar nesta quinta-feira na Comiss�o de Direitos Humanos (CDH) do Senado, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Ros�rio, se referiu � Comiss�o da Verdade, destinada a apurar fatos ocorridos durante a ditadura militar no Pa�s, como sendo "uma d�vida do Estado brasileiro". Ela lembrou que em 1995, quando deputados e senadores criaram a comiss�o sobre mortos e desaparecidos, o Estado brasileiro assumiu a sua responsabilidade pela tortura, pelo desaparecimento e pela morte de brasileiros no per�odo de 1964 a 1985. "No entanto, essa comiss�o, que j� foi institu�da, n�o teve os instrumentos para oferecer �s fam�lias, aos brasileiros, o que ocorreu verdadeiramente com seus filhos, seus netos, seus familiares", alegou.

A ministra negou a exist�ncia de "press�o" da parte dos militares para impedir o funcionamento da comiss�o. "N�o existe press�o. Existe entendimento, o clima � de trabalho", afirmou. "As For�as Armadas da atualidade s�o parte de um processo de aprofundamento democr�tico e s�o resguardo da soberania nacional. N�s compreendemos para al�m de posturas de oposi��o ou governo, fundamentadas em perspectivas mais ideol�gicas. Pensamos unicamente na democracia e nos direitos humanos ao propor a Comiss�o da Verdade".

Maria do Ros�rio tentou minimizar a atua��o do governo no impasse criado pela cria��o da comiss�o, ao afirmar que o Poder Executivo "n�o vem com esta agenda ao Parlamento brasileiro dizer que essa � a nossa bandeira". "N�o vem ao Parlamento dizer: essa � a nossa quest�o acima de todas as outras." Segundo ela, � preciso definir que n�o se trata de uma quest�o dos Poderes, mas, sim, "da na��o brasileira". "Ela (cria��o da Comiss�o da Verdade) n�o � de governo ou de oposi��o. Ela � nossa, ela � da democracia."