Terceiro col�gio eleitoral de Minas com 378 mil eleitores, Juiz de Fora, na Zona da Mata, tem uma caracter�stica peculiar em sua pol�tica. Quando sair o resultado da pr�xima elei��o, ser�o 30 anos com o revezamento de apenas tr�s prefeitos no poder. Da elei��o de 1982 at� janeiro de 2013, Tarc�sio Delgado, do PMDB, (1983-1988/1997-2000/2001-2004), Alberto Bejani, ex-PTB, (1989-1992/2005-julho 2008), e Cust�dio Mattos, do PSDB (1993-1996/2009-2012), foram os �nicos a tomar posse no cargo. E, a levar pela articula��o dos principais diret�rios dos partidos da cidade, esse quadro corre o risco de ser mantido: os tr�s pol�ticos est�o entre os seis poss�veis pr�-candidatos a prefeito no ano que vem.
Tido como candidato quase certo � reelei��o, o tucano corre contra o tempo para viabilizar sua primeira candidatura � reelei��o, desta vez, mirando o terceiro mandato. Aos mais pr�ximos, ele tem confidenciado que ser� a �ltima disputa pela prefeitura, pois j� estaria querendo dependurar as chuteiras para cuidar mais de perto da carreira pol�tica do filho, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB). Rodrigo, ali�s, est� com um p� na Assembleia Legislativa, j� que o deputado Mauri Torres (PSDB) deve ser indicado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Como Rodrigo � primeiro suplente da coliga��o tucana, ele ficaria com a vaga de Mauri.
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Entre os seis poss�veis pr�-candidatos, Bejani tem, de longe, o caso mais complicado. Al�m da enxurrada de den�ncias de corrup��o que enfrenta na Justi�a, o ex-prefeito est� sem partido. Filmado h� tr�s anos embolsando propina, ele s� perdeu espa�o no PTB mineiro na quinta-feira, quando enfim o presidente da legenda, deputado estadual Dilzon Melo, decidiu convid�-lo a sair. “N�o tem mais vaga nem de porteiro quanto mais para sair candidato a prefeito”, ironizou Dilzon, em entrevista.
Em julho de 2008, Bejani renunciou ao cargo de prefeito, por meio de carta, quando ainda estava preso na Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem. Ele cumpriu pena tempor�ria com outros acusados de fazer parte da organiza��o criminosa descoberta pela Pol�cia Federal (PF) durante a Opera��o Pas�rgada, que quebrou esquema de desvio de mais de R$ 200 milh�es do Fundo de Participa��o dos Munic�pios (FPM). Como n�o ficou ineleg�vel, Bejani cogita voltar. Para isso, j� teria iniciado conversas com as dire��es do PR e PV.
Para o cientista pol�tico Rubens Barboza Filho, da Universidade Federal de Juiz Fora (UFJF), as velhas lideran�as da cidade ainda t�m algum cacife pol�tico para conseguir influenciar na campanha de prefeito do ano que vem. Em alguns casos, em maior propor��o, e em outros, em menor potencial, segundo explica o especialista.
“Todos eles ainda ter�o um papel importante na disputa. A dificuldade de renovar as candidaturas � um problema da cidade que, ao mesmo tempo, � um retrato da sua vida pol�tica. Vem elei��o e passa elei��o e pouqu�ssima novidade aparece como protagonista. Temos espa�o para essas novas lideran�as, at� porque em um futuro pr�ximo a mudan�a de gera��o ser� algo inevit�vel”, explica.
Poucos nomes alternativos
Na tentativa de quebrar esse tabu, devem entrar no p�reo a professora Margarida Salom�o (PT), o servidor p�blico Wadson Ribeiro (PCdoB) e o deputado estadual Bruno Siqueira (PMDB). Em 2008, Margarida bateu na trave. Em disputa acirrada com Cust�dio, a petista quase venceu no primeiro turno, mas acabou perdendo f�lego na reta final e, consequentemente, a disputa no segundo turno. O maior obst�culo da pr�-candidata � o seu pr�priopartido, onde n�o tem bom tr�nsito. Mesmo sendo primeira suplente de deputado federal, com 66 mil votos conquistados somente em Juiz de Fora, a petista praticamente n�o ganhou visibilidade.
Nomeado mais uma vez para o segundo escal�o do Minist�rio do Esporte, Wadson Ribeiro j� teve a candidatura aprovada pela dire��o comunista de Juiz de Fora. Em 2010, ele concorreu ao cargo de deputado federal e n�o venceu a disputa.
Entre os peemedebistas, se a op��o for mesmo pelo voo solo, o deputado Bruno Siqueira, filho do ex-deputado Marcelo Siqueira, ser� o escolhido. Como � ligado ao grupo pol�tico do senador Itamar Franco (PPS), uma eventual disputa entre Bruno e Cust�dio pode rachar a base pol�tica do Pal�cio da Liberdade. Apesar de ser do PMDB, Bruno tem mantido postura de distanciamento do movimento de oposi��o feito pelo bloco Minas sem censura (PT, PMDB, PCdoB e PRB) na Assembleia Legislativa.