China abre o mercado para a carne su�na brasileira

O Minist�rio da Agricultura anunciou nesta segunda-feira que a China autorizou a abertura do mercado local para a carne su�na brasileira. Em reuni�o em Pequim, o ministro da Administra��o-Geral de Qualidade, Inspe��o e Quarentena da China, Zhi Shuping, disse ao ministro da Agricultura do Brasil, Wagner Rossi, que tr�s frigor�ficos nacionais estavam autorizados a exportar carne de porco para a China.

A permiss�o foi concedida cinco meses ap�s a vinda ao Brasil de uma miss�o chinesa para inspecionar 13 ind�strias. ''Com a aprova��o das ind�strias de su�nos do Brasil, estamos cumprindo parte da miss�o que a presidenta Dilma Rousseff nos deu de ampliar a venda de produtos de maior valor agregado'', disse Rossi, segundo nota do Minist�rio da Agricultura.

O Minist�rio diz esperar que, nos pr�ximos meses, ''o governo chin�s amplie a lista de frigor�ficos exportadores de su�nos e aves, per�odo em que se pretende sanar todas as d�vidas e questionamentos''.

Siderurgia

Tamb�m nesta segunda-feira, o ministro das Minas e Energia, Edison Lob�o, disse � BBC Brasil que o governo est� discutindo com a China novos investimentos no setor sider�rgico brasileiro.

Questionado sobre a necessidade de mudar o perfil dos investimentos chineses em sua pasta, Lob�o mencionou que os chineses se mostraram receptivos � ideia e que conversaram sobre a quest�o numa reuni�o nesta segunda-feira.

''Eles admitem a produ��o de a�o no Brasil. Seria extremamente importante para n�s. No lugar de exportar min�rio, estar�amos exportando a�o'', disse Lob�o, lembrando que os chineses j� t�m uma expressiva participa��o em mineradoras brasileiras.

Ele acrescentou que essa discuss�o ser� ampliada ao longo desta semana. Em 2009, um acordo da chinesa Baosteel para instalar uma sider�rgica no Brasil em parceria com a Vale foi cancelado. O plano mais recente da China nesta �rea �, em parceria com o grupo EBX, de Eike Batista, montar uma sider�rgica no complexo do porto do A�u (Rio de Janeiro). O empreendimento est� em fase de estudos de viabilidade e, caso concretizado, dever� produzir 5 milh�es de toneladas de a�o por ano.

A discuss�o com os chineses sobre a produ��o de a�o no Brasil se encaixa na tentativa do governo brasileiro de inaugurar uma nova etapa na rela��o com a China em busca de mais reciprocidade e tamb�m de investimentos menos concentrados na extra��o de recursos naturais.

Durante seu governo, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva se disse insatisfeito com o fato de o Brasil ser um grande exportador de min�rio de ferro, principal mat�ria-prima do a�o, mas ter de importar a�o.

Interesses variados

O ministro Edison Lob�o disse tamb�m que os chineses t�m uma vasta gama de interesses no Brasil. Querem, por exemplo, construir sua pr�pria infraestrutura para escoar a produ��o de min�rio em Minas Gerais e no Amap�, onde j� t�m participa��o em mineradoras. Al�m disso, t�m interesse em biocombust�veis, mas, por falta de terras dispon�veis, n�o teriam como desenvolver a produ��o na China.

''Querem produzir biocombust�veis no Brasil conosco ou tamb�m em outros pa�ses, tamb�m com brasileiros'', disse. ''Desejam participar de linhas de transmiss�o, turbinas e at� da constru��o de hidrel�tricas'', listou o ministro, explicando que � vasto o leque de interesses chineses, mas que detalhes ser�o discutidos ao longo desta semana.

''N�o temos nada contra o investimento chin�s. Pelo contr�rio, o pa�s � nosso principal parceiro hoje no mundo. Dentro das regras brasileiras, n�o haver� problemas para isso ser ampliado'', disse.

A presidente Dilma Rousseff fica at� s�bado na China onde assinar� uma s�rie de acordos de coopera��o em v�rias �reas.