Bras�lia – O Grupo de Trabalho Tocantins (GTT), criado para localizar, recolher e identificar os restos mortais de desaparecidos pol�ticos da Guerrilha do Araguaia, ser� reformulado e ampliado. Uma portaria interministerial institui o Grupo de Trabalho Araguaia (GTA), como forma de atender parentes de desaparecidos e representantes da sociedade civil que criticavam a atua��o do Minist�rio da Defesa frente ao grupo.
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento pol�tico no come�o da d�cada de 1970, que surgiu para enfrentar a ditadura militar. Guerrilheiros e militares foram mortos em combates na selva amaz�nica. At� hoje, dezenas de participantes do movimento est�o desaparecidos. Em 2009, a ju�za da 1ª Vara Federal do Distrito Federal, Solange Salgado, determinou que o governo federal reiniciasse as buscas na regi�o.
De acordo com o ministro da Defesa Nelson Jobim, a reformula��o do GTT vai refor�ar as a��es desenvolvidas pelo grupo. Ele defendeu a atua��o do grupo at� agora. “[Essa mudan�a] n�o corresponde ao descr�dito do que foi feito. Em momento algum os militares comandaram o GTT, quem comandou fui eu e n�o sou militar. Eles fizeram o que tinha de ser feito e o que era necess�rio”.
Em rela��o � falta de informa��es aos familiares, Jobim afirmou que o grupo sempre teve abertura a todo o tipo de informa��o. “Basta voc� abrir o site e tem um link que trata de todos os relat�rios, os acompanhamentos dos partidos pol�ticos. � evidente que o processo democr�tico � um processo de cr�tica. E s�o cr�ticas necess�rias. Faz parte do jogo e do procedimento”.
Para o Ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, o trabalho vinha sendo bem feito. “� uma tarefa dif�cil, precisamos integrar as for�as desses minist�rios para chegar a um resultado. Vamos somar nossas for�as para bons resultados”.
Segundo a integrante do grupo de trabalho e irm� de uma desaparecida pol�tica, Diva Santana, a inclus�o de mais minist�rios ao grupo � um avan�o. “� uma luta de quase 40 anos, a qual inicialmente deu-se apenas com familiares e pessoas da sociedade civil organizada. � um compromisso da Uni�o, � sua responsabilidade a busca pelos desaparecidos pol�ticos”.
Ela garantiu que n�o h� desconforto por parte dos familiares em rela��o � participa��o dos militares nos trabalhos de busca, no entanto, ainda n�o se chegou ao resultado esperado. "Acreditamos que houve uma opera��o limpeza [a retirada das ossadas anteriormente], n�o na sua totalidade. Recebemos as informa��es dos colaboradores e quando vamos verificar, n�o encontramos nada".
Em dois anos de atua��o do grupo, foram encontradas apenas dez ossadas, que est�o armazenadas no Hospital Universit�rio de Bras�lia (HUB). Os restos mortais ainda n�o passaram por per�cia do Instituto M�dico-Legal de Bras�lia.