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Estado de Minas ALERTA DOS CIENTISTAS DA ONU

C�digo Florestal aprovado na C�mara pode agravar mudan�a clim�tica


postado em 28/05/2011 11:43 / atualizado em 28/05/2011 11:48

Quatro dos cientistas brasileiros que fazem parte do Painel Intergovernamental sobre Mudan�as Clim�ticas (IPCC, na sigla em ingl�s), da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), alertaram para o poss�vel agravamento sobre o clima com a entrada em vig�ncia da atual vers�o do C�digo Florestal aprovada pela C�mara. Segundo eles, o aumento da press�o sobre as �reas de florestas comprometer� os compromissos internacionais firmados em 2009 pelo Brasil na

Confer�ncia de Copenhague, de diminuir em at� 38,9% a emiss�o de gases de efeito estufa (GEE) e reduzir em 80% o desmatamento na Amaz�nia at� 2020.

Os cientistas, que s�o ligados � Coordena��o de Programas de P�s-Gradu��o de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), falaram sobre o assunto durante um semin�rio que abordou as conclus�es de um relat�rio do IPCC sobre energias renov�veis, realizado na �ltima quinta-feira (26).

Para a cientista Suzana Kanh, as posi��es internacionais assumidas pelo pa�s ser�o prejudicadas, se o Senado n�o mudar o texto do c�digo aprovado pela C�mara ou se a presidenta da Rep�blica, Dilma Rousseff, n�o apresentar vetos. “O impacto do c�digo � muito grande, na medida em que o Brasil tem a maior parte do compromisso de redu��o de emiss�o ligada � diminui��o do desmatamento. Qualquer a��o que fragilize esse combate vai dificultar bastante o cumprimento das metas brasileiras”, afirmou.

A cientista alertou que haver� mudan�as clim�ticas imediatas no Brasil e na Am�rica do Sul com o aumento da derrubada de florestas para abrir espa�o � agricultura e � pecu�ria, como vem ocorrendo no Cerrado e na Amaz�nia. “Com o desmatamento, h� o aumento da libera��o de carbono para a atmosfera, afetando o microclima, influindo sobre o regime de chuvas e provocando a eros�o do solo, prejudicando diretamente a popula��o”.

O cientista Roberto Schaeffer, professor de planejamento energ�tico da Coppe, disse que a entrada em vigor do C�digo Florestal, como aprovado pelos deputados, poder� prejudicar o investimento que o pa�s faz em torno dos biocombust�veis, principalmente a cana, como fontes de energia limpa. “Hoje os biocombust�veis s�o entendidos como uma das alternativas para lidar como mudan�as clim�ticas. No momento em que o Brasil flexibiliza as regras e perdoa desmatadores, isso gera desconfian�a sobre a maneira como o biocombust�vel � produzido no pa�s e se ele pode reduzir as emiss�es [de GEE] como a gente sempre falou”, disse.

O ge�grafo Marcos Freitas, que tamb�m faz parte do IPCC, considerou que o debate em torno do c�digo deveria ser mais focado no melhor aproveitamento do solo, principalmente na revitaliza��o das �reas degradadas. “O Brasil tem 700 mil quil�metros quadrados de terra que j� foi desmatada na Amaz�nia, e pelo menos dois ter�os � degradada. Se o c�digo se concentrasse nessa terra j� seria um ganho, pois evitaria que se desmatasse o restante. A �rea de floresta em p� � a que preocupa mais. Pois a tend�ncia, na Amaz�nia, � a expans�o da pecu�ria com baixa rentabilidade”, afirmou.

Para ele, haver� impactos no clima da regi�o e do pa�s, se houver aumento na devasta��o da floresta decorrente do novo c�digo. “Isso � preocupante, porque a maior emiss�o [de GEE] hist�rica do Brasil, em n�vel global, tem sido o uso do solo da Amaz�nia, que responde por cerca de 80% de nossas emiss�es. Nas �ltimas confer�ncias [clim�ticas], n�s sa�mos bem na foto, apresentando cen�rios favor�veis � redu��o no desmatamento na regi�o. Agora h� uma preocupa��o de que a gente volte a n�veis superiores a 10 mil quil�metros quadrados por ano”.

A possibilidade de um retrocesso ambiental, se mantida a decis�o da C�mara sobre o c�digo, tamb�m foi apontada pelo engenheiro Segen Estefen, especialista em impactos sobre os oceanos. “Foi decepcionante o comportamento do Congresso, uma anistia para quem desmatou. E isso � impunidade. Uma p�ssima sinaliza��o dos deputados sobre a seriedade na preserva��o ambiental. Preponderou a vis�o daqueles que t�m interesse no desmatamento. Isso sempre � muito ruim para a imagem do Brasil”, disse.

O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli, enviou uma carta � presidenta Dilma, sugerindo que ela vete parte do c�digo, se n�o houver mudan�as positivas no Senado. Secret�rio executivo do F�rum Brasileiro de Mudan�as Clim�ticas, Pinguelli alertou para a dificuldade do pa�s cumprir as metas internacionais, se n�o houver um freio � devasta��o ambiental.

“O problema � o aumento do desmatamento em alguns estados, isso � um mau sinal. Com a aprova��o do c�digo, poderemos estar favorecendo essa situa��o. Seria poss�vel negociar, beneficiando os pequenos agricultores. Mas o que passou � muito ruim”, afirmou Pinguelli, que mant�m a esperan�a de que o Senado discuta com mais profundidade a mat�ria, podendo melhorar o que foi aprovado na C�mara.


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