Com o aval do Pal�cio do Planalto, o peemedebista Pedro Novais, do Minist�rio do Turismo, ser� mais um convidado a prestar esclarecimentos sobre as den�ncias de corrup��o envolvendo um minist�rio. Nessa ter�a-feira, uma sequ�ncia de requerimentos de convoca��o foi apresentada por diferentes partidos nas comiss�es da Casa. Antes mesmo da vota��o desses pedidos, o PMDB anunciou que pretendia se antecipar e levar o ministro para falar ao Congresso. Seria uma estrat�gia a fim de abortar a crise pol�tica e afast�-la do titular do �rg�o.
O l�der do PMDB na C�mara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que tentaria articular a ida do ministro a uma comiss�o — que tenha maioria peemedebista, de prefer�ncia — ainda esta semana. A pressa da legenda em ser a respons�vel pela convoca��o do titular do Turismo � uma forma de a sigla ter o controle das crises envolvendo seus integrantes. A nova ordem de Dilma Rousseff � a de que a base aliada n�o atue para blindar mais ningu�m. “Pelo menos, n�o quando os integrantes do primeiro escal�o forem de outros partidos que n�o o PT”, ironizou um l�der da base em rodinha de parlamentares.
Enquanto governistas faziam discursos a favor da ida de Novais � C�mara, peemedebistas diziam que a fala do ministro pode desagradar o PT. Segundo eles, seria imposs�vel n�o lembrar que as irregularidades ocorreram durante a gest�o da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP). “Achamos que o Novais � uma v�tima nessa hist�ria. As irregularidades s�o antigas e envolvem outra gest�o. Estamos analisando essa crise internamente para tentar entender os motivos que fizeram com que a corda arrebentasse do lado dele”, opina Alves. Hoje, a Comiss�o de Turismo deve votar um dos requerimentos de convoca��o, que ser� transformado em convite, para a ida de Novais ao Congresso.
Enfrentamentos
A antecipa��o do convite ao ministro do Turismo abortar� uma sequ�ncia de requerimentos de convoca��o apresentados ontem por diferentes partidos, espalhados pelas comiss�es da C�mara. PSol e PDT querem tentar ouvir o pol�tico na Comiss�o de Defesa do Consumidor. O PPS, na de Turismo, em que o presidente Jonas Donizette (PSB-SP) garantiu que trabalhar� a favor das investiga��es e sugeriu a suspens�o de todos os repasses da pasta feitos por meio de emendas.
O l�der do PPS, Rubens Bueno (PR), vai propor ainda que o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) promova uma varredura em todos os contratos do minist�rio. Para ele, a nova crise � mais uma demonstra��o da necessidade de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Corrup��o no Congresso. “� um esc�ndalo atr�s do outro e que atingem todas as �reas do governo. Parece saco de caranguejo, que voc� puxa um e vem outro grudado. Essa � a heran�a de Lula para Dilma: um saco de caranguejos corruptos”, dispara o l�der. “Acreditamos que a limpeza tem de ser profunda. As investiga��es precisam ser profundas, quebrar sigilos e ter acesso a documentos. Por isso, a import�ncia de uma CPI”, completa ACM Neto (BA), l�der do DEM.
Vota��es
A nova crise instalada no Executivo foi considerada grave pelo presidente da C�mara, Marco Maia (PT-RS), que ontem iria apresentar uma agenda de vota��es priorit�rias e adiou o an�ncio por conta das den�ncias. Para ele, as discuss�es em torno de pr�ticas de corrup��o sempre geram impactos nas vota��es de temas legislativos, posto que os debates ficam voltados para os fatos. “Sempre nos preocupamos quando h� essa sucess�o de den�ncias porque elas t�m impacto nos �nimos da Casa, nos debates”, diz.
Para Maia, o desafio da C�mara nos pr�ximos dias ser� propor uma agenda de mat�rias a serem votadas. De prefer�ncia, de iniciativa legislativa. Mas as inten��es est�o longe de se concretizarem. Maia admite que se conseguir votar medidas provis�rias que trancam a pauta e a proposta do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino T�cnico e Emprego), enviado pelo Executivo, j� ser� um avan�o.
Ontem, enquanto o assunto pol�tico girava em torno das den�ncias de irregularidades, o presidente discutia com deputados da Frente Parlamentar de Combate � Corrup��o sobre projetos em tramita��o na Casa e que poderiam ajudar a reduzir as pr�ticas criminosas no pa�s. Nenhuma decis�o foi tomada e Maia prometeu analisar as propostas.
Armist�cio no Dnit
O ministro dos Transportes, Paulo S�rgio Passos, dedicou a manh� de ontem ao of�cio de aparar arestas internas com diretores e superintendentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Depois de organizar mobiliza��o de servidores contra os indicados para cargos t�cnicos do �rg�o, diretores tempor�rios nomeados para garantir qu�rum do colegiado do Dnit foram chamados ao gabinete de Passos para conversar. O Correio mostrou ontem que os servidores de carreira do departamento Luiz Heleno Albuquerque, Eloi Angelo Palma e Marcelo Almeida, interinos na diretoria, convocaram cerca de 500 funcion�rios para o audit�rio do Dnit com o objetivo de obter apoio e amea�ar paralisa��o antes de se reunirem com a c�pula do minist�rio.