Bras�lia – A quadrilha que fraudou conv�nios do Minist�rio do Turismo e desviou recursos p�blicos conseguiu montar uma ampla rede de influ�ncia envolvendo �rg�os p�blicos, incluindo a Caixa Econ�mica Federal (CEF). Dois servidores do banco estatal atuaram diretamente com a c�pula da ONG Ibrasi para favorecer acesso a dados, cientes de que estavam cometendo crime de quebra de sigilo funcional, segundo as investiga��es da Pol�cia Federal. A Ibrasi est� no centro do esc�ndalo envolvendo o Minist�rio do Turismo, acusada de desviar recursos de emendas parlamentares destinadas a capacita��o profissional no Amap�. Ao todo, 38 pessoas foram presas pela PF na quarta-feira, acusadas de envolvimento na fraude, incluindo o secret�rio-executivo da pasta, Frederico Silva da Costa.
Preocupados com as investiga��es do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), os funcion�rios do Ibrasi montam uma rede de influ�ncia para adulterar dados, modificar documentos e for�ar pagamentos na Caixa. Em uma das grava��es da PF, Katiana conversa por telefone com um funcion�rio identificado apenas como Edmilson e pede que ele mande documentos relacionados aos conv�nios. No telefonema, o servidor do banco faz um alerta: "Vou te mandar um documento que voc� tem a obriga��o de me tirar aquela parte confidencial. (…) Isso � extremamente confidencial", frisa, no grampo feito em 2 de maio. A Pol�cia Federal considera que pode ter havido quebra de sigilo funcional.

Repasses A preocupa��o dos funcion�rios do Ibrasi em realizar pagamentos era que a conta 612-3 na Caixa que recebia os repasses do governo federal passava meses sem nenhuma movimenta��o financeira, segundo extratos banc�rios obtidos pelo Estado de Minas. O conv�nio do Minist�rio do Turismo, no entanto, estava em plena execu��o e os pagamentos aos prestadores de servi�o deveriam estar acontecendo. Em 6 de janeiro, o Ibrasi recebeu R$ 1 milh�o, que se somou a outros R$ 2 milh�es, depositados em outubro do ano passado. Nos quatro meses seguintes a Caixa n�o registrou nenhum lan�amento na conta poupan�a. Em maio, o saldo da conta-poupan�a do Ibrasi era de pouco mais de R$ 3 milh�es.
O Estado de Minas mostrou ontem que a rede de influ�ncia dos empres�rios do Ibrasi passa tamb�m pelo Tribunal de Contas da Uni�o. Dentro do Minist�rio do Turismo, uma das principais colaboradoras era a servidora K�rima Silva Carvalho. Em uma conversa gravada, Katiana pede que K�rima altere dados inclu�dos no Sistema de Conv�nios do governo federal para provar que n�o h� irregularidade nos conv�nios firmados para capacita��o profissional e fortalecimento do turismo no Amap�. A Caixa Econ�mica Federal informou ter todo o interesse em apurar a den�ncia, assim que for informada oficialmente pelos �rg�os competentes.