
Os repasses do Projovem � empresa fantasma foram feitos pela Secretaria Municipal de Administra��o, Finan�as e Planejamento, conforme as informa��es fornecidas pela pr�pria prefeitura ao Tribunal de Contas dos Munic�pios (TCM) de Goi�s. O irm�o de Ezequiel, na ocasi�o dos repasses, era superintendente do Trabalho, subordinado � secretaria. Cabia a ele cuidar dos programas de qualifica��o, como o Projovem. Em 29 de julho, Vanderlei ganhou uma pasta pr�pria: a Secretaria de Trabalho, por influ�ncia de Ezequiel. O �rg�o tem apenas uma sala, de 4m² dentro da prefeitura, e n�o h� um �nico funcion�rio para a elabora��o e a execu��o de projetos.
Os registros do TCM de Goi�s fornecidos pela Prefeitura de Cidade Ocidental mostram que a empresa Contempor�nea Com�rcio e Servi�os recebeu dois repasses diretos para a execu��o do Projovem: um de R$ 25,5 mil, para o “fornecimento de 750 kits estudantis”, e outro de R$ 14,6 mil, para a “sonoriza��o, loca��o de sal�o, palco, cerimonial e buffet”. A Contempor�nea, conforme o cadastro na Receita Federal, est� sediada em Valpara�so (GO), tamb�m no Entorno. O Correio esteve no endere�o e encontrou apenas uma resid�ncia, sem a indica��o de que ali funcionava uma empresa e sem ningu�m para atender a reportagem. A contrata��o da Contempor�nea foi feita por dispensa de licita��o. A modalidade usada pela prefeitura foi a carta-convite.
A outra empresa suspeita � a Automatec Tecnologia e Servi�os, contratada com recursos do Projovem para fornecer “jornal, cartaz, banner, carro de som e filipetas” para a divulga��o do programa na cidade. O repasse foi de R$ 20 mil, conforme os registros do TCM. A Automatec tamb�m est� sediada em Valpara�so e � uma loja de venda de pe�as para motos. A Junta Comercial de Goi�s (Juceg) aponta que a Contempor�nea e a Automatec pertenceriam a uma fam�lia — que, segundo vereadores de Cidade Ocidental, seria laranja de Edinaldo Morais Parri�o, ex-secret�rio de Finan�as do Munic�pio. Parri�o foi o principal doador da campanha do prefeito Alex Jos� Batista (ex-PR, hoje no PSD), em 2008.
“Sa� da prefeitura em 2010, n�o estou neste processo”, disse Parri�o ao Correio. Ele desligou o telefone quando questionado se as empresas financiadas com dinheiro do Projovem pertencem a ele. O prefeito Alex Jos� n�o soube responder por que a prefeitura contratou uma empresa fantasma e outra de acess�rios motocicl�sticos para a qualifica��o dos jovens. “Prestei contas ao TCM na maior boa-f�”, afirmou.