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Estado de Minas

Marighella recebe a anistia pol�tica em Salvador


postado em 05/12/2011 20:28

No dia em que completaria 100 anos, o l�der comunista Carlos Marighella (1911-1969) recebeu a anistia pol�tica da Comiss�o de Anistia do Minist�rio da Justi�a. O evento foi realizado em Salvador, cidade em que Marighella nasceu, entre a tarde e a noite de hoje. "Por unanimidade, a comiss�o declara anistiado pol�tico Carlos Marighella", sentenciou o presidente da sess�o, o vice-presidente da comiss�o, Egmar de Oliveira, no in�cio da noite.

A decis�o foi tomada ap�s a leitura do processo, por parte da relatora, conselheira Ana Maria Guedes. "A Comiss�o da Anistia, em nome do Estado brasileiro, faz os mais sinceros pedidos de desculpas pelas atrocidades que foram cometidas contra o her�i do povo brasileiro, Carlos Marighella".

O evento contou com a presen�a da vi�va de Marighella, Clara Charf, de 86 anos, do filho do casal, o advogado Carlos Augusto Marighella, do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), do senador Jo�o Capiberibe (PSB-AP), de deputados como Emiliano Jos� (PT-BA), autor do livro "Marighella: o inimigo n�mero um da ditadura militar", e de pol�ticos de outros Estados, como o vereador de S�o Paulo �talo Cardoso (PT), autor do projeto que deu a Marighella o t�tulo de cidad�o paulistano, no ano passado.

Bastante emocionada, Clara chorou algumas vezes durante o evento. "O reconhecimento da luta de Marighella pela liberdade e pela vida digna da popula��o � uma vit�ria para o Brasil", avalia. "A comiss�o resgatou a verdade da hist�ria e da luta dele. Por muitos anos, os governos mentiram, enxovalharam as pessoas para tirar do Estado brasileiro o peso dos erros. Esse processo acabou. A humanidade e o companheirismo sempre foram suas maiores caracter�sticas. Ele merece esse resgate", acrescentou.

O l�der comunista fez oposi��o a duas ditaduras, de Get�lio Vargas e dos governos militares. Foi preso tr�s vezes, entre 1932 e 1945, foi eleito deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1945 e voltou � clandestinidade em 1948, quando o governo de Eurico Gaspar Dutra declarou o partido comunista como fora da lei. Marighella liderou os movimentos contr�rios � ditadura militar e participou da luta armada contra o governo. Chegou a ser considerado o principal inimigo do Estado brasileiro e foi morto, em 4 de novembro de 1969, por agentes do Departamento de Ordem Pol�tica e Social (DOPS), liderados pelo delegado S�rgio Paranhos Fleury, em uma emboscada na Alameda Casa Branca, em S�o Paulo.

"O que a gente viu hoje foi a desmistifica��o de todas as mentiras que se falaram, ao longo de muitos anos, sobre meu pai" disse Carlos Augusto, que articula com o governo do Estado a cria��o de um memorial para seu pai, na Bahia. "Meu pai n�o era um terrorista, ele foi um her�i, uma inspira��o, por sua coragem por seu senso de dever e responsabilidade. Eu estou h� 40 anos lutando para que esta verdade surja. E este � um momento de gl�ria e honra a quem, como Marighella, lutou por este Pa�s", falou.

"Com a anistia, o Estado brasileiro reconhece como leg�tima a forma escolhida por Marighella para enfrentar o terrorismo imposto pela ditadura militar", disse Egmar de Oliveira. "Estamos cumprindo o dever de iniciar o resgate da hist�ria de um lutador do povo brasileiro. Espero que a Comiss�o da Verdade possa apresentar � sociedade quem foram os que executaram, de forma covarde e brutal, Carlos Marighella. N�o no sentido de revanchismo, mas para resgatar a verdade, para que ela n�o volte a acontecer", disse.


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