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Estado de Minas

Parlamentares tentam limitar o foco da CPI para apurar neg�cios de Cachoeira

Temor � de que a investiga��o respingue no governo


postado em 12/04/2012 07:10

Menos de 24 horas depois de anunciar, com estardalha�o, a cria��o de uma CPI mista para investigar os neg�cios do bicheiro Carlinhos Cachoeira, deputados e senadores come�aram a procurar caminhos para diminuir o estrago que uma investiga��o desse tipo pode causar no Congresso. A estrat�gia passa por dois caminhos. O primeiro � garantir, com base em um precedente legislativo, que o Conselho de �tica do Senado tenha acesso ao inqu�rito que corre em segredo de justi�a no Supremo Tribunal Federal, o que tornaria desnecess�ria a cria��o da CPI.

O outro seria restringir o foco dos trabalhos, para evitar destrinchar as rela��es de empresas privadas com o governo federal (leia quadro). No in�cio da noite de ontem, uma reuni�o de emerg�ncia foi convocada na C�mara para afinar o texto do requerimento de cria��o da comiss�o. O PT bateu o p� e s� aceitava investigar as den�ncias baseadas na Opera��o Monte Carlo, de 2009, porque os fatos j� seriam conhecidos. J� a oposi��o quer uma investiga��o mais ampla das atividades de Carlinhos Cachoeira, o que poderia envolver diretamente empresas contratadas para obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC).

Por volta das 22h, um texto provis�rio foi divulgado. O documento afirmava que a CPI investigaria, em um prazo de 180 dias, “pr�ticas criminosas desvendadas pela Opera��o Monte Carlo da Pol�cia Federal, mas sem preju�zo de aditamentos de fatos novos que se liguem, intimamente, ao objeto central, particularmente a exist�ncia de um esquema de intercepta��es e monitoramento de conversas telef�nicas”. Valeu a tese mais ampla, por enquanto.

Escutas

No Senado, mais cedo, um grupo de petistas deu in�cio � opera��o abafa para justificar um recuo. A alega��o � de que, em 2001, o Conselho de �tica teve acesso a escutas da Pol�cia Federal que estavam sob segredo de Justi�a no processo contra o ent�o senador Luiz Ot�vio (PPB-PA), indiciado por crime contra o sistema financeiro. “Se o conselho tiver acesso a essas conversas, isso ser� um fato novo. Com a quest�o de ordem atendida, d� para recuar”, aponta um petista do grupo que trabalha para abafar o caso.

Alguns integrantes do partido acusam o l�der do PT na Casa, Walter Pinheiro (BA), de ter levado a quest�o para o lado pessoal ao insistir na cria��o da CPI. Ele se defende. “Os deputados do PT ca�ram em cima de mim quando o Senado manteve a cautela em rela��o a Dem�stenes. Amea�aram recorrer � Executiva Nacional para nos pressionar. Fui bombardeado at� pelo Twitter, acusado de n�o ter pulso firme”, justificou Pinheiro.

Apesar do impasse, o sentimento � de que a instala��o da CPI mista � irrevers�vel, uma vez que tanto o presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP), quanto o da C�mara, Marco Maia (PT-RS), assumiram publicamente o compromisso de cria��o do colegiado. “A maioria do nosso grupo achava que era blefe. O governo achou que n�o topar�amos e n�s achamos que o governo n�o iria topar. � uma imaturidade enorme, ningu�m queria ficar com o �nus de se recusar a fazer uma CPI”, aponta o senador C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB).

Planalto a dist�ncia


O Pal�cio do Planalto acompanha os movimentos pela cria��o da CPI do Cachoeira, mas n�o far� qualquer tentativa de frear politicamente o processo. A presidente Dilma Rousseff sabe que a sua avalia��o positiva ampara-se no combate � corrup��o e reconhece que tentar colocar um manto sob o esc�ndalo que mancha o Congresso seria um p�ssimo sinal para a opini�o p�blica. Al�m disso, n�o existe ainda envolvimento direto de integrantes gra�dos do governo federal no esquema montado pelo bicheiro. Durante a viagem de dois dias que fez aos Estados Unidos, Dilma foi informada pela ministra de Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti, sobre o desenrolar da crise no Congresso, e n�o fez nenhuma men��o de interfer�ncia. A pr�pria Ideli est� mais ouvindo do que emitindo opini�es sobre o caso.

 


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