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Estado de Minas

Caso Cachoeira: Construtora Delta montou rede de influ�ncia no DF


postado em 12/04/2012 07:27 / atualizado em 12/04/2012 07:52

Maior empreiteira do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) a Delta Constru��es S.A. teria negociado facilidades em contratos diretamente com a c�pula do Governo do Distrito Federal (GDF), em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Pol�cia Federal.

Em conversas gravadas na Opera��o Monte Carlo, aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira - acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no Pa�s - revelam que a diretoria da empresa no Rio “cobrava a fatura” de doa��es eleitorais ao pressionar o Pal�cio do Buriti por nomea��es e a libera��o de verbas.

Em 2010, a Delta consta como doadora de R$ 2,3 milh�es apenas a comit�s partid�rios no Pa�s. Do total, R$ 1,1 milh�o foi destinado ao Comit� Nacional do PT e o restante ao PMDB. N�o consta na presta��o de contas do governador do Distrito Federal eleito, Agnelo Queiroz (PT), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) doa��o da construtora.

Com Agnelo eleito, segundo a PF, a Delta tentava emplacar aliados em cargos-chave de administra��es regionais e do Servi�o de Limpeza Urbana (SLU) de Bras�lia, o que facilitaria seus neg�cios. Al�m disso, tentava receber d�bitos do GDF por servi�os supostamente prestados.

Segundo revelam os grampos, o ent�o diretor da empresa no Centro-Oeste, Cl�udio Abreu, enfrentava dificuldades para atingir seus interesses, ao que os diretores da Delta no Rio tiveram de tomar as r�deas. “Como ele (Cl�udio) t� no ‘p� da goiaba’ e a chefia do Rio � que ficou na negocia��o de campanha, as autoridades do Rio que mexeram, vieram e cobraram a fatura”, relatou num telefonema o araponga Idalberto Matias, o Dad�, aliado de Cachoeira, ao ex-assessor especial da Casa Militar do GDF Marcelo Lopes, o Marcel�o, que aguardava para conversar com o chefe de gabinete de Agnelo, Cl�udio Monteiro.

A conversa foi interceptada pela PF em 31 de mar�o de 2011, dia em que Monteiro foi nomeado para o cargo. “O Cl�udio n�o participou da negocia��o da campanha. Quem participou da campanha foi os ‘picas’ (sic) do Rio e os ‘picas’ do Rio est�o dizendo que o Cl�udio n�o t� dando conta de resolver o problema” acrescenta Dad� ao interlocutor. Dad� diz a Lopes que Monteiro precisa entender que Abreu, da Delta, tem chefe. “Em cima dele, tem uma porrada de gente.”

Reuni�o

Emiss�rios da Delta no Rio teriam ido a Bras�lia em 31 de mar�o de 2011 conversar com representantes do GDF.

Num di�logo, Dad� conversa com um funcion�rio da empreiteira identificado como Andrezinho. Possivelmente, trata-se de Andr� Teixeira Jorge, motorista do engenheiro Cl�udio Abreu.

Nos di�logos, o araponga explica que Cl�udio Abreu est� “sem moral” com o governo e que, diante disso, caberia aos seus superiores acionar o “01”. Segundo a PF, “01” era o tratamento dado pela quadrilha ao governador Agnelo. Na mesma liga��o, os dois contam que a lista de nomea��es no GDF seria levada ao secret�rio de Governo, Paulo Tadeu (PT).

Dias depois, a Delta conseguiu liberar o pagamento de faturas. Na mesma data, o SLU emitiu nota de empenho de R$ 2,8 milh�es em favor da Delta, paga na segunda-feira seguinte.

Ao longo do ano, a Delta recebeu R$ 92 milh�es do GDF, em faturas n�o raro negociadas pela organiza��o de Cachoeira nos bastidores, como mostram os grampos. Os di�logos sugerem ainda uma rela��o de proximidade entre Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish.

Defesa

Procurada pelo Estad�o, a Delta confirmou que Cavendish e Cachoeira se conhecem, tendo sido apresentados “socialmente”. “N�o h� e nem jamais houve conv�vio maior nem outra rela��o profissional entre eles. Como a apresenta��o se deu em um evento social sem maior relev�ncia, n�o h� lembran�a espec�fica sobre datas ou assuntos tratados em conversas pessoais”, diz nota da empreiteira.

A Delta informou desconhecer “os trechos, o teor e as motiva��es” das grava��es. Segundo a empresa, Dad� n�o era um de seus funcion�rios e Abreu foi afastado em 8 de marco em raz�o das suspeitas levantadas na Monte Carlo. “Ele tinha rela��es pessoais com o empres�rio Carlos Augusto Ramos. A extens�o e a profundidade dessas rela��es est�o sendo investigadas.”


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