As escutas telef�nicas da Opera��o Monte Carlo, da Pol�cia Federal, n�o causaram problemas apenas ao senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO). Resultaram, tamb�m, em enorme mal-estar no Minist�rio P�blico Estadual de Goi�s (MPE-GO), onde Dem�stenes det�m o t�tulo de procurador de Justi�a - emprego vital�cio - e est� licenciado desde 2001, quando disputou vaga no Senado pelo PFL. "N�o vou comentar sobre isso", disse o subprocurador-geral de Justi�a para Assuntos Institucionais do MPE, Eliseu Jos� Taveira Vieira, ao ser indagado sobre as possibilidades de o senador voltar ao MPE, em caso de cassa��o. Outro que evitou coment�rios foi o corregedor-geral, Aylton Fl�vio Vechi. Por meio de sua assessoria, disse que s� responderia a quest�es por e-mail. O irm�o do senador e procurador-geral de Justi�a h� nove anos, Benedito Torres Neto, tamb�m esquivou-se.
Mais a��es
J� se sabe que as escutas da PF render�o novas a��es contra o senador, na hip�tese de cassa��o do mandato e dos direitos civis pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Neste caso, o col�gio dos procuradores do MPE de Goi�s autoriza a abertura de
Regalias e afagos
Na vis�o de membros do MPE, s�o ambas sa�das constrangedoras para retirar de cena um senador que era visto como "campe�o da moralidade" no MPE. Se confirmada, por�m, a volta de Dem�stenes dar� ao pol�tico uma s�rie de regalias e afagos econ�micos. Por exemplo, ter� sal�rio superior a R$ 18 mil mensais, mais vantagens como f�rias de 60 dias por ano e relativas aos �ltimos 12 anos. Ou seja: o equivalente a quase dois anos de f�rias, mais licen�as-pr�mio, �s quais tamb�m tem direito. S� perder�, mesmo, a antiga aura de her�i.
"O envolvimento de Dem�stenes Torres respingou no Minist�rio P�blico", afirmou o promotor Fernando Aurvalle Krebs, um dos que assumiram, publicamente, resistir ao retorno do senador. "N�o h� clima para que Dem�stenes reassuma as fun��es de um procurador de Justi�a."