A organiza��o criminosa comandada por Carlos Cachoeira agia h� pelo menos 17 anos com a ajuda de uma rede de cerca de 38 servidores infiltrados dentro de v�rios �rg�os p�blicos. Para despistar as investiga��es, al�m de telefones � prova de grampo, o grupo contava com um vocabul�rio pr�prio cunhado ao longo dos anos de atua��o. Nas investiga��es feitas pela Pol�cia Federal e Minist�rio P�blico, s�o relacionadas algumas dessas palavras, uma esp�cie de dicion�rio da organiza��o criminosa para facilitar o entendimento das conversas grampeadas. “Em raz�o da dificuldade inicial de entendermos as falas e, tendo em vista o rotineiro uso de apelidos para alguns investigandos, trouxemos alguns c�digos e nomes relacionados �s provas colhidas a partir das milhares de horas de monitoramento telef�nico”, diz um trecho do inqu�rito da PF que investiga a atua��o do bicheiro.
Cachoeira, por exemplo, � chamado de Homem, pelos seus subordinados , e de Zero 1 pelos policiais que prestavam servi�os para o contraventor. J� o delegado da Pol�cia Federal em Anap�lis (GOP), Fernando Byron, trata Cachoeira como “guerreiro velho” . Ele repassava informa��es para a quadrilha sobre investiga��es em curso na PF, al�m de dados sobre inqu�ritos a respeito de prefeituras de interesse de Cachoeira.
Nas conversas, o delegado � chamado muitas vezes de F ou apenas de Fernando. Os tenentes da Pol�cia Militar na folha de pagamento do contraventor eram chamados de T nas conversas e na contabilidade. O senador por Goi�s Dem�stenes Torres (sem partido) � chamado por Cachoeira de Gordinho, refer�ncia ao tempo em que o parlamentar era obeso – h� dois anos ele fez uma cirurgia de redu��o de est�mago .
Na contabilidade da organiza��o comandada por Cachoeira a propina paga regularmente aos policiais e delegados da Pol�cia Civil de Goi�s e tamb�m da PF tinha o c�digo de “assist�ncia social”. Nas conversas, algumas vezes era chamada de “salada”. O delegado da Pol�cia Civil de Goi�s, Niteu Chaves J�nior, acusado de integrar o bando de Cachoeira, chama Lenine Ara�jo sempre de “padrinho”. (AM e MCP)
Dicion�rio do crime - C�digos usados pelos integrantes da organiza��o criminosa de Carlinhos Cachoeira em di�logos gravados pela Pol�tica Federal
Homem e Zero 1 – Carlos Cachoeira
Pizzaria, igreja e farm�cia – Casa de jogos, cassino ou bingo
Barca – Viatura policial
Salada – Propina
Assist�ncia social – Termo usado nos relat�rios de contabilidade para descrever o dinheiro pago a policiais
Meninas, copinha e geladeira – M�quinas de ca�a-n�quel
Caneta – Jornalista