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Estado de Minas

Carlinhos Cachoeira contava com rede de prote��o de policiais regada a propina em Goi�s


postado em 24/04/2012 06:00 / atualizado em 24/04/2012 07:27

Para movimentar cerca de R$ 400 milh�es nos �ltimos seis anos com a explora��o do jogo ilegal no pa�s, o esquema de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, contou n�o apenas com a ajuda de parlamentares, mas recebeu tamb�m cobertura exatamente daqueles que deveriam impedir que fosse adiante: agentes das for�as de seguran�a do Estado em Goi�s, em especial de policiais militares.

 

Al�m de pagamento de propina para policiais militares, civis e federais, o contraventor indicou apadrinhados para promo��o e influenciou na escolha dos nomes para postos de comando, segundo relat�rio da Procuradoria da Rep�blica em Goi�s. Seja de forma ostensiva, com a��es contra organiza��es que dividiam espa�o com Cachoeira no neg�cio do jogo ilegal, seja de maneira velada, com a divulga��o de informa��es sigilosas sobre opera��es policiais, a tranquilidade dos contraventores era assegurada pelos agentes da lei, numa rede que chegou a ter sete policiais civis, sete federais e 28 policiais militares.

O pagamento de propinas – que variavam de R$ 200 a at� R$ 5 mil mensais, dependendo n�o s� da patente como da fun��o ocupada – a policiais deu ao chefe da jogatina do Brasil voz de comando nas for�as policiais em Goi�s. Di�logos gravados pela Pol�cia Federal durante investiga��es da Opera��o Monte Castelo – que desarticulou a organiza��o criminosa, em fevereiro –, mostram a for�a do contraventor at� diante do comandante regional da Pol�cia Militar de Valpara�so de Goi�s. Em uma das conversas, inconformado com a troca de comando que al�ou ao cargo o tenente-coronel Alberto Carlos Clemente, Cachoeira chama o oficial de “imbecil” e determina ao seu segundo homem, o gerente Lenine Ara�jo de Souza, que o obrigue a colocar na rua opera��o policial de seu interesse.

"Eu quero"

Sempre atento � movimenta��o de pe�as-chaves no comando da Pol�cia Militar, Cachoeira revela, em outra conversa com Lenine, ter intimidade com o ent�o comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Massatoshi S�rgio Katayama, que at� a Opera��o Monte Carlo sonhava chegar ao posto de comandante-geral da PM naquele estado. Em uma conversa, Katayama cobrou de seu auxiliar Milton Ant�nio Ananias uma moto que o grupo do contraventor havia lhe prometido. O tenente-coronel pediu afastamento do cargo no dia da deflagra��o da Opera��o Monte Carlo e afirmou que o contraventor era apenas seu “informante” na �rea de jogos.


Ordens


Interesses da organiza��o criminosa eram defendidos tamb�m por integrantes da Pol�cia Federal em Goi�s que forneciam informa��es sobre o que estava sendo planejado no combate � explora��o dos jogos ilegais. Delegados da PF recebiam ordens de Cachoeira, que chegou at� a escolher a data das opera��es, revelam os di�logos apresentados no inqu�rito do Minist�rio P�blico Federal em Goi�s.

A divulga��o de informa��es falsas pelos pr�prios delegados com objetivo de atrapalhar investiga��es do �rg�o tamb�m foram denunciadas pelo MP.


Rea��o


As corregedorias das pol�cias Civil e Militar de Goi�s j� instauraram procedimentos administrativos para apurar o envolvimento dos policiais no esquema comandado por Cachoeira. Os 35 suspeitos foram afastados de suas fun��es por tempo indeterminado. De acordo com o delegado chefe da Comunica��o da PC goiana, Norton Luiz Ferreira, a expectativa � de que as investiga��es sejam conclu�das em 30 dias. “Para a institui��o, essa � uma situa��o vexat�ria e temos que cortar o mal”, afirmou o delegado.


A puni��o prevista em lei vai desde uma advert�ncia at� a exonera��o do cargo. A mesma pena pode ser aplicada aos militares. Segundo o assessor de Comunica��o da PM, tenente-coronel On�sio Barbosa da Cruz J�nior, integrantes do Minist�rio P�blico e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tamb�m participam das investiga��es para garantir “maior transpar�ncia” nos atos. “A PM tem muito interesse em esclarecer tudo. J� fizemos a solicita��o de todos as provas para usar nos procedimentos administrativos e de pol�cia judici�ria militar”, disse. Segundo a assessoria de imprensa da Pol�cia Federal, os policiais foram presos em 29 de fevereiro, indiciados e denunciados pelo Minist�rio P�blico Federal. (Colaborou Isabella Souto)


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