O inqu�rito da Opera��o Monte Carlo revela que pol�ticos do PT e do PMDB de Goi�s recorreram ao contraventor Carlos Augusto Ramos o Carlinhos Cachoeira, para bloquear apura��es do Minist�rio P�blico do Estado.
Em uma das conversas interceptadas pela PF, Cachoeira diz a um interlocutor n�o identificado que foi procurado por um emiss�rio de Maguito para que pedisse ao senador Dem�stenes Torres (sem partido, ex-DEM) que usasse sua influ�ncia no MP para frear inqu�ritos abertos na Promotoria de Patrim�nio P�blico de Aparecida. O parlamentar � irm�o do procurador-geral de Justi�a de Goi�s, Benedito Torres.
“O Maguito me procurou, atrav�s daquele amigo meu, o senador, para ver se resolve aquele problema l� de Aparecida. Quer dizer que ele est� com medo, n�o tem controle da situa��o. O cara t� pegando demais no p� dele, um tal de �lvio”, relata Cachoeira no telefonema.
O contraventor se referia a �lvio Vicente da Silva, promotor de Defesa do Patrim�nio P�blico e respons�vel por seis a��es civis p�blicas contra o prefeito, com pedido de condena��o por improbidade administrativa.
Na conversa, Cachoeira explica que foi procurado por um amigo de Maguito, o procurador de jogadores de futebol Jo�o Rodrigues Coc�, para que acionasse o parlamentar: “Quem veio me procurar foi o Coc�, para mim (sic) falar com o senador”.
A Opera��o Monte Carlo revelou que Cachoeira era o cabe�a de uma organiza��o com tent�culos em v�rios �rg�os de investiga��o em Goi�s.
Al�m do Minist�rio P�blico, o contraventor tinha acesso a informa��es privilegiadas e contava com o apoio de ao menos dois delegados federais e cinco civis, mais 28 PMs, um policial rodovi�rio e um policial civil.
Em dezembro de 2011, Cachoeira tamb�m foi acionado pelo chefe de gabinete de Garcia para evitar investiga��o sobre desvio de verbas na obra de reestrutura��o do Parque Mutirama, executada pela prefeitura. Em fevereiro, a PF prendeu cinco pessoas, entre elas servidores do munic�pio, por fraudar medi��es para beneficiar a construtora Warre Engenharia.
Nas conversas gravadas pela PF, Wladimir Garcez, ex-vereador apontado pela PF como um dos principais aliados de Cachoeira, diz que teve informa��es de que o MP, que investigava o caso, firmaria um termo de ajustamento de conduta (TAC) com a prefeitura, o que evitaria o aprofundamento das investiga��es. E pede ao contraventor que acione contatos para evitar que o esc�ndalo seja debatido na C�mara de Goi�nia.
“O Cairo ligou preocupado para n�o ter repercuss�o”, diz Garcez a Cachoeira, em grampo divulgado por um blog. Acrescentava que todo o processo caminhava para um acordo. Ele pede ao contraventor que, na C�mara, neutralize a a��o de um dos vereadores, que vinha encaminhando den�ncias ao MP.