O depoimento do delegado federal, Matheus Mela Rodrigues, na tarde desta quinta � CPMI do Cachoeira, complicou ainda mais a situa��o do governador de Goi�s, Marconi Perillo (PSDB), e outros integrantes da c�pula da administra��o estadual. Al�m de confirmar encontros e liga��es telef�nicas entre o tucano e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o respons�vel pelo inqu�rito da Opera��o Monte Carlo disse que o bicheiro teve participa��o direta na compra de uma casa do administrador estadual goiano.
Os tr�s cheques repassados ao governador goiano somavam R$ 1,4 milh�o, segundo o delegado federal. Duas folhas eram de R$ 400 mil e a outra de R$ 600 mil. "Ele confirmou que foram tr�s cheques", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Na avalia��o do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), as informa��es do delegado confirmam que a casa foi vendida de Perillo para Cachoeira. "A casa em que ele foi preso pertencia anteriormente a Perillo. Logo, foi uma venda do governador para Cachoeira", disse. Ao confirmar ter ouvido do delegado sobre os cheques do sobrinho de Cachoeira para o governador de Goi�s, o senador tucano C�ssio Cunha Lima (PB) argumentou que a transa��o mostra que o neg�cio foi l�cito. "Se houve um cheque, foi um neg�cio l�cito", disse o tucano.
A transa��o foi revelada nos autos da opera��o. O delegado n�o apresentou � comiss�o c�pia dos cheques do sobrinho do bicheiro. Esses documentos ainda podem constar do farto material apreendido durante a opera��o, mas que ainda n�o foi periciado. O conte�do apreendido em 28 dos 80 locais de busca e apreens�o visitados pela PF no dia da opera��o ainda n�o foi sequer tocado.
As revela��es do delegado fizeram com que o presidente da CPMI, senador Vital do R�go (PMDB-PB), admitisse submeter � vota��o do colegiado na pr�xima quinta-feira a revis�o do cronograma de trabalho da comiss�o para permitir a convoca��o de Perillo. As convoca��es dos governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e S�rgio Cabral Filho (PMDB), do Rio de Janeiro, tamb�m poder� ser submetida � vota��o no dia 17. Todos os requerimentos ser�o individuais.
Em nota, o governador que a venda da casa foi intermediada "pelo sr. Wladmir Garc�z, que inicialmente se apresentou como comprador do im�vel e, na escritura��o, ele disse que o comprador seria o sr. Walter Paulo. Em seguida o sr. Wladmir levou os cheques ao governador. Na �poca o governador n�o observou o nome do emitente pois a casa s� seria escriturada ap�s a devida quita��o." Segundo Perillo, "trata-se de patrim�nio pessoal do governador e foi vendida rigorosamente dentro da lei e declarada no Imposto de Renda em uma transa��o que, absolutamente, nada tem a ver com a atividade p�blica do governador. Se o governador tivesse alguma d�vida com rela��o � legalidade da transa��o e n�o tivesse agido de boa f�, n�o teria declarado a venda de forma transparente no Imposto de Renda. Tanto � que o governador depositou os tr�s cheques em sua conta corrente."